sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Sem Saída

Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc/



Hoje, em princípio, faria um post dedicado aos protestos contra o racismo na NBA, o que causou uma crise e suspensão de vários jogos da liga, mas optei por postergar sua publicação porque eu não estava totalmente a par dos acontecimentos. Estou publicando este texto para não deixar o blog sem atualização enquanto elaboro o texto sobre os incidentes nos Estados Unidos.

Têm sido frequentes casos de jogadores que buscam rescisão contratual com seus clubes na justiça. Gustavo Scarpa com o Fluminense, Fred com o Cruzeiro, e tantos outros. Há casos em que a atitude do atleta se justifica, afinal não raros os casos de atrasos nos salários ou ameaças por parte de torcedores, argumentos bastante utilizados pelos esportistas para requererem a saída de seus times.

Há, porém, ações que são movidas em circunstâncias suspeitas. Os clubes quase sempre contra-argumentam que jogadores que buscam a justiça para rescindirem seus contratos o fazem motivados pela ação de empresários ou porque há interesse de outros clubes nos atletas em questão.

Everson, o goleiro apresentado aqui neste post, buscou a justiça para se desvincular do Santos. O arqueiro, junto com o atacante Eduardo Sasha, acionaram o clube alegando atrasos em seus respectivos vencimentos. Dirigentes santistas contra-argumentaram alegando que o ex-treinador do Peixe, Jorge Sampaoli (atualmente no Atlético-MG) estaria induzindo os atletas a tomarem tal atitude para assinarem com o Galo.

Sasha acabou fazendo um acordo com o Santos e assinou com o Atlético-MG, mas Everson acabou derrotado em primeira instância e foi obrigado a permanecer na Baixada Santista. O goleiro, inclusive, já foi reintegrado ao elenco (deverá ser aproveitado pelo treinador Cuca) e terá de se esforçar para limpar seu nome ante sua torcida.
 
 
 

Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc/



Everson, naturalmente, buscou seus direitos na justiça. A relação entre clube e jogador deve ser como a de uma empresa e funcionário, com a instituição pagando em dia o que está em contrato e o trabalhador honrando esse salário. Era justo, portanto, que o atleta buscasse o que a instituição lhe devia.

Utilizar a justiça, porém, deveria ser o último recurso para um jogador buscar seus direitos ou para se desvincular de um clube. Com a atitude, o jogador acabou se "queimando" no Santos e dificilmente terá clima para continuar atuando no time.

O jogador escreveu um post em suas redes sociais alegando arrependimento por suas atitudes, mas terá de fazer muito mais para reconquistar a confiança do clube, colegas e torcedor. Talvez sua relação com fãs e instituição nunca mais seja a mesma.

O meio judicial, sem dúvida, é uma maneira de um jogador buscar seus direitos ou de deixar um clube. Há possibilidade de sucesso, como aconteceu com muitos atletas. Mas há também a possibilidade do requerente perder a causa e ter de arcar com as consequências.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc/




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