O goleiro Manuel Neuer decidiu o jogo para o Bayern München (imagem extraída de www.facebook.com/BundesligaOfficial/) |
Enquanto todos os holofotes estavam apontados para os homens de frente (Neymar, Lewandowski, Mbappé, ...), um herói improvável surgiu nesta edição da Champions.
Seu nome? Manuel Neuer, 34 anos, 1,93 m de altura, capitão do Bayern München desde 2017 e dono de uma personalidade fria e calculista. Sua confiança era tamanha que o goleiro não demonstrava nenhum medo de encarar os habilidosos atacantes do Paris Saint-Germain no mano-a-mano, ou de sair jogando mesmo com a marcação alta dos parisienses. Sua segurança sob as balizas foi o grande diferencial para os bávaros em uma partida bastante equilibrada.
O Paris Saint-Germain foi a campo com a mesma formação (4-2-3-1) e escalação utilizadas contra o Red Bull Leipzig, à exceção de Keylor Navas, já recuperado de lesão, no lugar de Sergio Rico. Diferente da partida anterior, porém, o PSG foi mais ofensivo, avançando em bloco, adiantando suas linhas e tentando pressionar o Bayern, o que tornou o jogo mais aberto e equilibrado.
O Bayern também repetiu o 4-2-3-1 mas trocou o ponteiro esquerdo (saiu Ivan Perišić e entrou Kingsley Coman). E os bávaros repetiram a estratégia de adiantar seus jogadores. Os Roten, porém, deram uma aula prática de "perde-pressiona" em campo: a cada bola perdida, alguns alemães cercavam o condutor da pelota enquanto os demais recompunham a defesa. As subidas do time de Munique ofereciam espaços para os atacantes rivais atacarem, mas o destemido goleiro Manuel Neuer conseguia interceptar cada investida adversária em uma demonstração de frieza e auto-confiança. O treinador Hansi Flick ainda teve o azar de perder Boateng lesionado, sendo obrigado a queimar uma substituição logo no primeiro tempo.
Diferente das partidas anteriores, PSG (em 4-2-3-1) atacava e contra-atacava avançando em linhas compactas chegando a imprensar os rivais em certos momentos, mas paravam no "perde-pressiona" do Bayern ou no goleiro Neuer. Bávaros, também em 4-2-3-1, repetem a estratégia das partidas anteriores tentando achar um gol na base da pressão e marcação alta (imagem obtida via this11.com). |
As equipes voltaram sem mudanças no segundo tempo. O Bayern, insistindo em sua marcação alta e linhas avançadas, encontrou seu gol com Kingsley Coman após uma troca de passes próxima à área de Keylor Navas.
Thomas Tuchel, sem saída foi obrigado a soltar sua equipe para correr atrás do prejuízo. Ainda deu azar em perder Bernat, lesionado. Seus jogadores, aos poucos, foram se enervando e começaram a cometer faltas, catimbar ou discutir com os adversários, em especial Neymar e Paredes.
Hansi Flick, por outro lado, fez apenas substituições pontuais para dar descanso aos mais desgastados. Seus jogadores passaram a exagerar na força física e nas divididas, o que resultou em muitos cartões para os bávaros. Alguns, inclusiva, chegaram entrar na catimba dos rivais.
O Bayern seguia com sua marcação alta. PSG jogava nas costas dos defensores com Neymar e Mbappé, mas a dupla esbarrava no goleiro Manuel Neuer, que estava em uma tarde inspirada. Desta vez, nem as subidas do zagueiro Marquinhos salvaram os franceses.
Mesmo com a vantagem no placar, Bayern mantêm a pressão e tenta ampliar. PSG tenta jogar nas costas dos zagueiros aproveitando as subidas bávaras, mas o "perde-pressiona" alemão e o goleiro Neuer sepultaram a reação parisiense (imagem obtida via this11.com). |
Bayern sagra-se hexacampeão da Champions com méritos. A equipe quase tão perfeita quanto a da temporada 2012-13 ergue a sua sexta taça com uma campanha impecável (venceu todos os jogos da competição), consegue a segunda tríplice coroa de sua história e joga um futebol quase sem defeitos -as falhas defensivas foram pouco percebidas graças à grande atuação de seu goleiro Neuer.
PSG vê adiado mais uma vez o sonho de se firmar de vez na elite do futebol. O coletivo bávaro superou as individualidades parisienses e demonstraram, mais uma vez, que tradição não pode ser comprada. Foi a melhor campanha dos franceses na história da Champions, mas faltou maturidade, poder de decisão e sorte diante de um rival com uma camisa mais pesada.
Neuer se sagra como o grande herói de uma tarde mágica. Sua personalidade fria e ousada foi uma clara demonstração da confiança mútua entre capitão e grupo. Certamente, a equipe não se arriscaria adiantando suas linhas, incluindo a zaga, se desconhecesse o talento de seu goleiro.
Imagem extraída de www.facebook.com/BundesligaOfficial/ |
Animal o texto! Adorei a descrição do Neuer. Um dia ouvi dos caras do Falha de cobertura que é ilegal jogar com o Neuer porque ele não é humano é robô. Haha. Pegou tudo, até lance que não tava valendo.
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