terça-feira, 3 de outubro de 2023

A Camisa Pesa

Bellingham deixou um gol e uma assistência para o Real
(imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).



O Napoli conta com o melhor grupo de jogadores de sua história desde a geração dos anos 80 que tinha Maradona e Careca como referências. Mesmo assim, jamais se subestima o maior vencedor da Champions League com 14 taças. Os Partenopei chegaram a ficar em vantagem contra o Real Madrid, diminuíram a intensidade em campo e pagaram caro por isto.

Rudi Garcia escalou o Napoli em 4-3-3 variando para 4-1-4-1 e 4-4-2 com apenas Kvaratskhelia e Osimhen à frente. Carlo Ancelotti, por sua vez, mandou a campo um Real Madrid em 4-4-2 losango com muita liberdade para Bellingham atuar como trequartista ou voltando para fechar os espaços.

Os mandantes tiraram os espaços do Real Madrid com linhas altas e atacando principalmente pela direita com Di Lorenzo e Politano forçando as jogadas sobre Camavinga ou tentando acionar Osimhen. Os visitantes, sem espaço, responderam com bolas longas buscando Bellingham esperando que o inglês tirasse mais um coelho da cartola como fizera nas últimas partidas.

O Napoli abriu o placar em escanteio pela esquerda e arrematado pelo zagueiro Østigård aproveitando que o goleiro Kepa estava batido no lance. Os Partenopei, porém, recuaram muito cedo e Bellingham interceptou um passe de Di Lorenzo para servir Vini Jr. que empatou para os visitantes. Minutos depois, o inglês virou a partida em uma jogada individual sem chances para Alex Meret.



Napoli, em 4-4-2 linear, adianta a marcação e tenta forçar as
jogadas pela direita sobre Camavinga. Real, encurralado em
4-4-2 losango, usa bolas longas para acionar Bellingham
(imagem obtida via this11.com).



Napoli volta utilizando mais o lado esquerdo com jogadas individuais de Kvatatskhelia além de colocar Elmas no lugar de Politano que parece ter se cansado. Os Partenopei conseguem um pênalti novamente pela esquerda após uma mão na bola de Nacho. Zieliński acerta o poste esquerdo mas bola entra e a partida está empatada novamente.

Os mandantes, porém, parecem satisfeitos com o empate e passam a recuar novamente. Ancelotti revigora o time com as entradas de Modrić, Mendy e Joselu mudando o esquema para 4-3-3. O Real pressiona até arrancar o terceiro gol com um belo chute de fora da área com Valverde -o tento foi creditado a Meret por ter batido nas costas do goleiro antes de entrar. Rudi Garcia, em um ato de desespero, enche sua equipe de atacantes mas já era tarde demais para se tentar algo.



Napoli, aparentemente satisfeito com o empate, recua e tenta usar
mais o lado esquerdo com Kvaratskhelia para contra-atacar, mas
o Real, agora em 4-3-3, martela até conseguiu o desempate
com Valverde (imagem obtida via this11.com).



Real consegue a vitória aproveitando o relaxamento do adversário que abdicou do ataque para segurar o resultado. Napoli aprende da pior forma que não se recua e, muito menos, se relaxa diante do maior vencedor da Champions League. Os mandantes bem que tentaram armar um ferrolho mas sucumbiram diante de um rival com mais tradição e recursos.

O Napoli bem que conseguiu fazer frente ao Real durante alguns instantes mas prevaleceu a tradição de uma camisa mais pesada em campo. Fica como aprendizado para os italianos que vencer uma Champions League será uma tarefa mais árdua do que uma Serie A por haver ainda mais rivais acostumados a grandes decisões.



Imagem extraída de twitter.com/ChampionsLeague




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