quinta-feira, 5 de outubro de 2023

O Herói Esquecido

Reprodução www.instagram.com/petros



Os torcedores sempre fazem questão de exaltar os jogadores que conquistam títulos mas poucos se lembram daqueles que foram os verdadeiros heróis e ajudaram os times durante os piores momentos. Faz todo o sentido afinal nenhum fã gosta de invocar campanhas vexaminosas com as equipes lutando para não caírem ao invés de disputarem troféus.

O são-paulino certamente gostaria de apagar da memória o ano de 2017 quando o então presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, venceu as eleições tendo o treinador Rogério Ceni como cabo eleitoral. O mandatário "retribuiu" ao técnico promovendo um desmanche na equipe e demitindo o ex-goleiro sem dó nem piedade após o enfraquecimento do time. Foi quando Dorival Júnior assumiu junto de um pacotão de reforços (Jucilei, Edimar, Arboleda, Hernanes e Petros) e de alguns garotos promovidos pelo técnico (Liziero, Araruna, Brenner, ...) com a ingrata missão de evitar o descenso do São Paulo.

A missão foi cumprida com êxito e Hernanes acabou exaltado como o grande herói daquela campanha que, por pouco, não terminou em tragédia para o Tricolor. O pernambucano até acabou escolhido como "Craque do Brasileirão" durante eleição promovida pela CBF em parceria com a Globo. Mas foi muito graças a um outro nordestino que o São Paulo não foi parar na Série B em 2017.

Petros chegou ao São Paulo pouco antes da demissão de Ceni. O baiano vinha de uma boa passagem pelo Real Betis quando ficou marcado por dar um chapéu em Lionel Messi mas aceitou retornar ao Brasil. O volante revelou em entrevistas que o clima no vestiário do São Paulo era péssimo quando desembarcou no Morumbi, ao ponto dos jogadores sequer se cumprimentarem.



Reprodução www.instagram.com/petros



Petros, mesmo tendo uma passagem pelo arquirrival Corinthians, "vestiu a camisa" do São Paulo e passou a lutar pelo clube, dentro e principalmente fora de campo. O volante foi o grande responsável por unir o elenco no vestiário além de tomar a frente nas entrevistas. Nos gramados, entendeu-se muito bem com Hernanes tornando-se seu parceiro e também o vice-capitão da equipe. Se o pernambucano era o cérebro do Tricolor, o baiano era o coração do time.  

O volante, infelizmente, não conseguiu nenhum título pelo clube o que o impediu de ficar efetivamente eternizado na história da instituição. Mais do que isso, acabou perdendo espaço com as mudanças de treinador em 2018 (saiu Dorival e assumiu Diego Aguirre) o que decretou a sua saída para o futebol árabe durante a metade daquele ano.

Petros nunca teve o devido reconhecimento pelo São Paulo até porque seu parceiro Hernanes era o grande destaque em campo durante aquele melancólico 2017. Mas ficou evidente que se o pernambucano decidiu dentro dos gramados, era o baiano quem mais agiu nos bastidores unindo o elenco quando a equipe caminhava a passos largos para o desastre.

Os torcedores sempre se lembram muito mais dos jogadores pelos títulos conquistados mas deveriam também se recordar que os verdadeiros heróis são aqueles que aparecem para salvar o time nos piores momentos. Petros nunca teve o devido reconhecimento do clube e da torcida pelos seus feitos mas se não fosse por ele, o São Paulo certamente teria amargado seu primeiro rebaixamento em 2017. 



Reprodução www.instagram.com/petros




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