sábado, 21 de outubro de 2023

Sanduíche de Influências

Imagem extraída de www.facebook.com/bayer04leverkusen



Não, eu não me esqueci da postagem de hoje. Apenas tirei a manhã para ver e analisar o Bayer Leverkusen, o time que vem liderando isoladamente a Bundesliga 2023-24 com uma campanha fantástica. Até agora são sete vitórias e um empate (contra o poderoso Bayern München) em oito partidas disputadas.

O Leverkusen é comandado pelo ex-volante Xabi Alonso desde o início da temporada anterior e o basco vem sendo bastante elogiado pelo seu trabalho. Em pouco mais de um ano a frente dos Werkself, o treinador levou a equipe até as semifinais da Europa League (caiu para a Roma de José Mourinho) e agora, mais à vontade no cargo, o técnico lidera tanto o Grupo H da competição continental quanto a Bundesliga.

A experiência de Alonso no banco de reservas ainda é modesta -antes de assumir o Leverkusen, o basco havia comandado apenas as categorias de base do Real Madrid e da Real Sociedad. O ex-volante, contudo, possui um cartel respeitável de títulos como atleta incluindo duas Champions Leagues, duas Eurocopas e uma Copa do Mundo.

O ex-volante, mais do que os troféus, obteve muito conhecimento técnico através dos treinadores que passaram por sua carreira: Rafa Benítez, Luis Aragonés, José Mourinho, Vicente del Bosque, Carlo Ancelotti e Josep Guardiola. Com cada um deles, Alonso aprendeu a importância da intensidade, da recomposição defensiva, da versatilidade em campo e, principalmente, da posse de bola. A somatória dessas influências resultou em um Tiki-Taka moderno com mais objetividade e com mais pragmatismo quando necessário.



Leverkusen em 4-4-2 contra o Wolfsburg: os Werkself constroem
jogadas triangulando bolas pelos lados mas também utilizam
o meio quando necessário (imagem obtida via this11.com). 



Foi impossível não lembrar do Barcelona de Guardiola ou da Espanha de Vicente del Bosque ao ver o Leverkusen de Alonso em ação. O basco escalou seu time em uma formação diferente de seus mentores -um 3-4-3 variando para 4-4-2 com Stanišić e Frimpong avançando pela direita e Adli voltando para dar apoio a Grimaldo pela esquerda. A execução, contudo, é virtualmente a mesma com muitas trocas de passes visando abrir espaços na defesa rival.

Alonso, porém, parece ter aprendido com as limitações do Tiki-Taka ao permitir que seus jogadores arrisquem bolas longas e também mais chutes de fora da área. Observa-se, portanto, um time mais objetivo quando comparado às equipes espanholas e também à Alemanha de Joachim Löw ou de Hansi Flick.

O basco, porém, ainda necessita corrigir uma outra limitação do método: a dificuldade em superar rivais que se valem da imposição física. Mesmo contando com atletas fortes como Granit Xhaka ou Jonathan Tah, observou-se o Leverkusen perder muitas bolas nas divididas com o Wolfsburg ou quando os Wölfe adiantavam sua marcação.

Ainda é cedo para considerarmos Alonso como um "craque da prancheta" mas o ex-volante vem demonstrando muito potencial no banco de reservas com este ótimo começo de temporada pelo Leverkusen. O treinador vem aplicando com muito sucesso na Alemanha todo o conhecimento que adquiriu com seus mentores. Se mantiver a toada, não será surpresa que o basco receba convites para voos mais altos durante os próximos anos.



Imagem extraída de www.facebook.com/bayer04leverkusen




Nenhum comentário:

Postar um comentário