sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Jogo Sem Fim

Imagem extraída de twitter.com/SeleVinotinto



O Brasil voltou a Cuiabá após mais de vinte anos sem atuar na capital mato-grossense mas o reencontro com a cidade não passou de um empate com gosto de derrota diante de uma Venezuela que foi tão guerreira quanto malandra. E a partida sequer terminou visto que a Vinotinto catimbou o quanto pôde durante os acréscimos até que a arbitragem encerrou o jogo restando mais de seis minutos.

Fernando Diniz repetiu o 4-3-3 adotado na estreia contra a Bolívia variando para 3-4-3 com Casemiro fazendo a "saída de três" junto dos zagueiros. Fernando Batista, por sua vez, foi de 4-4-2 variando para 5-4-1 com a óbvia proposta de tirar os espaços do Brasil e tentar algum gol de contra-ataque.

O Brasil tomou a iniciativa atacando principalmente pela esquerda com Neymar e Vini Jr. mas o ferrolho venezuelano impediu os mandantes de se aproximarem do gol de Romo obrigando os brasileiros a tentarem bolas levantadas ou chutes de fora da área. Diniz foi obrigado a queimar uma substituição já na primeira etapa devido à lesão de Danilo -Yan Couto entrou em seu lugar.

A Venezuela, em princípio, se limitou a segurar o jogo e usava bolas longas muito mais com o propósito de afastar o perigo do que buscar o atacante Rondón. Porém, a Vinotinto começou a "gostar do jogo" e passou a levar perigo ao Brasil pela direita com Sosa aproveitando as subidas dos mandantes ou com bolas paradas.



Brasil, em 3-4-3, tenta atacar principalmente pela esquerda mas
não consegue transpor o ferrolho adversário. Venezuela, em 4-4-2
variando para 5-4-1, recua os pontas e o atacante Córdova para
negar os espaços, além de contra-atacar com Sosa pela
direita aproveitando as subidas dos rivais (obtido via this11.com).



O Brasil consegue abrir o placar em uma cobrança de escanteio pela esquerda arrematada por Gabriel Magalhães. Os mandantes, porém, não conseguem ampliar o placar e, aos poucos, começam a diminuir o ritmo de jogo possivelmente devido ao cansaço ou ao calor intenso de Cuiabá.

Fernando Batista troca Córdova e Herrera por Savarino e Cásseres, respectivamente, para explorar os espaços deixados pelo Brasil no lado esquerdo da defesa, além de soltar os laterais para atacar. Soteldo entra no lugar de Machís após o gol sofrido. Com isso, a Vinotinto consegue criar mais chances de gol com cruzamentos ou em cobranças de escanteio.

Diniz responde trocando Bruno Guimarães e Casemiro por Gérson e André mas a dupla de ingressantes visivelmente não consegue manter a solidez defensiva dos titulares. Ao menos, a saída de Richarlison por Gabriel Jesus oferece um atacante capaz de fechar melhor os espaços.

O Brasil até consegue um gol com Vini Jr. mas o VAR detecta um impedimento no lance. Melhor para a Venezuela que consegue o empate após um contra-ataque rápido. A bola chega até Savarino que cruza para Bello fuzilar Ederson com uma bicicleta. Após o tento, a Vinotinto segura o jogo com cera, provocações e catimba. O juiz acrescenta dez minutos mas encerra a partida aos 54 após a comissão técnica dos visitantes invadir o gramado.



Brasil abre o placar mas diminui a intensidade é
castigado pela Venezuela (obtido via this11.com).



O Brasil cede o empate por não matar o jogo quando teve chance. Diniz e seus comandados, aliás, deveriam saber que o adversário tentariam tirar os espaços dos mandantes com linhas baixas, inutilizando o toque de bola na área de Romo. E Neymar escapou de uma suspensão visto que o atacante caiu na provocação dos adversários e, por pouco, não levou um cartão que o tiraria da próxima partida.

Venezuela faz um grande jogo ao anular a estratégia de Diniz e também por não se deixar abater pelo gol sofrido. Merecia até virar o jogo visto que o Brasil não conseguiu se impor no segundo tempo, mas também abusou da deslealdade durante os acréscimos.

O reencontro da Seleção Brasileira com a cidade de Cuiabá não foi dos mais felizes. Diniz e seus comandados precisam manter a concentração e a intensidade se quiser evitar novos tropeços como o de ontem. Não basta apenas jogar com o peso da camisa, é necessário fazer valer a tradição em campo.



Imagem extraída de twitter.com/SeleVinotinto




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