sexta-feira, 27 de outubro de 2023

O Peso de Nossas Escolhas

Philippe Coutinho era ídolo no Liverpool
(reprodução www.instagram.com/phil.coutinho).



Até hoje me lembro quando Philippe Coutinho surgiu no início da década de 2010. O meia, revelado pelo Vasco da Gama, já estava chamando a atenção nas categorias de base da Seleção Brasileira onde faturou o Sulamericano Sub-17 e a Copa do Mundo Sub-20. Com tamanho potencial demonstrado, o armador rapidamente foi para a Europa onde viveu uma carreira bastante irregular, muito devido às suas decisões questionáveis.

Coutinho teve passagens sem muito brilho pela Internazionale e pelo Espanyol. Foi quando o Liverpool resolveu apostar no meia em janeiro de 2013 e, após um início lento, o jogador foi conquistando seu espaço na Terra dos Beatles. A "virada de chave" do carioca se deu com a vinda do treinador Jürgen Klopp em 2015. Sob as ordens do alemão, o brasileiro viveu a melhor fase de sua carreira e virou ídolo no Anfield Road.

O jogador, porém, foi seduzido pelo Barcelona e se mostrou mais do que disposto a se mudar para a Catalunha. Klopp teria alertado o meia com as seguintes palavras: "Eu disse a ele para ficar aqui no Liverpool e eles vão acabar construindo uma estátua em sua homenagem. Vá para outro lugar, para Barcelona, para o Bayern, para o Real Madrid, e você será apenas mais um. Aqui, você pode ser algo mais". O treinador alemão, porém, foi ignorado e Coutinho acabou assinando com os Blaugranas no inverno de 2018.

O começo de Coutinho na Catalunha foi bom mas o meia não conseguiu evitar a eliminação de sua equipe diante da Roma na Champions. O atleta também fez uma boa Copa do Mundo em 2018 onde foi indiscutivelmente o melhor jogador brasileiro naquele Mundial. Seu rendimento, porém, caiu durante as temporadas seguintes, agravado pela crise no Barcelona.



O sonho de Coutinho no Barcelona acabou se tornando um
pesadelo (reprodução www.instagram.com/phil.coutinho).



O carioca, sem espaço na Catalunha, assinou com o Bayern München por empréstimo em 2019. O jogador faturou a tríplice coroa pelos bávaros e até anotou dois gols contra seu ex-clube, mas não convenceu os dirigentes alemães a contratá-lo em definitivo e acabou devolvido ao final da temporada. O treinador Ronald Koeman até se mostrou disposto a aproveitar o brasileiro no Barcelona mas o armador não correspondeu.

A última cartada de Coutinho na Europa foi voltar para a Inglaterra e defender o Aston Villa a convite do treinador Steven Gerrard, que fora seu companheiro no Liverpool. O desempenho do carioca pelos Villains, porém, não passou de lampejos e ele ainda sofreu uma grave lesão que o tirou da Copa 2022. Sem espaço após a mudança de técnico, o brasileiro se transferiu para o Al Duhail do Catar, o seu clube atual.

Coutinho talvez devesse dar ouvidos a Klopp em 2018. Não era possível prever o futuro mas era evidente que o Liverpool vinha em uma ascendente na segunda metade da década de 2010 enquanto o projeto do Barcelona, que se recusava a abrir mão da "Geração 2011", já mostrava evidentes sinais de esgotamento.

Os troféus conquistados pelos clubes e as convocações de Tite na Seleção Brasileira ajudaram a manter Coutinho em evidência, mas provavelmente o carioca teria sido um jogador ainda maior se tivesse pensado um pouco antes de tomar certas escolhas em sua carreira, em especial a de abandonar seu porto seguro no Liverpool e se arriscar no Barcelona.



Coutinho faturou a Tríplice Coroa no Bayern mas não
convenceu os alemães a comprá-lo em definitivo
(reprodução www.instagram.com/phil.coutinho).




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