quarta-feira, 11 de outubro de 2023

O Preço de um Reforço

Tomás Rincón chegou de graça ao Santos
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).



Eu raramente cobro dirigentes por reforços. Acredito que os times devem tentar suprir deficiências no elenco com os reservas ou com as categorias de base antes de irem ao mercado. E eu defendo tal filosofia principalmente na janela de meio de temporada onde os jogadores ingressantes têm pouco tempo para se adaptar aos seus novos clubes e os atletas devem resolver problemas a curto prazo em suas equipes. Já afirmou o treinador Vítor Pereira, é como "trocar os pneus com o veículo andando".

Alguns times, contudo, realmente necessitavam de reforços para solucionar problemas a curto prazo. O Flamengo, por exemplo, até hoje carece de um meia para revezar com De Arrascaeta que sofre de constantes lesões. O Palmeiras, por sua vez, sentiu a falta de alguns atletas com mais vivência para ajudar em campo os meninos promovidos da Academia de Futebol.

Não foi por falta de recursos financeiros que os dois times não se reforçaram. Os dois clubes mencionados, aliás, são os mais ricos do Brasil atualmente e estão bastante confortáveis sob o ponto de vista econômico. Dinheiro, porém, acabou não sendo problema para concorrentes que estão bastante endividados e, mesmo assim, conseguiram boas contratações em oportunidade de mercado.



Matías Rojas havia assinado pré-contrato e chegou sem custos ao
Corinthians (imagem extraída de www.facebook.com/corinthians).



O Santos, mesmo enfrentando uma forte crise político-econômica, conseguiu alguns reforços sem custos na última janela de transferências, com destaque para Tomás Rincón. O meia estava livre no mercado após o rebaixamento da Sampdoria e, apesar dos 35 anos, resolveu diversos problemas do Peixe. O jogador não apenas decidiu partidas com seus gols como também utilizou sua liderança para melhorar o estado anímico do time praiano. A presença do venezuelano foi tão impactante no elenco que ele se tornou o novo capitão do clube.

O Corinthians, apesar da dívida estimada em R$ 1 bilhão, encontrou uma ótima oportunidade de mercado em Matías Rojas, que não havia chegado a um acordo de renovação com o Racing de Avellaneda e assinou um pré-contrato com o Timão. O paraguaio, apesar de questionado por alguns torcedores, era exatamente o que o Coringão necessitava: alguém capaz de revezar com o já cansado Renato Augusto no meio-de-campo.

O São Paulo, ainda longe de seus tempos de glória, conseguiu três reforços midiáticos a custo zero: Pato, James Rodríguez e Lucas Moura. Os dois primeiros ainda não mostraram a que vieram mas o camisa 7 se mostrou uma contratação certeira com boas exibições desde o seu retorno ao Morumbi.

Santos, Corinthians e São Paulo não são nenhum exemplo de administração, sobretudo se comparados ao Flamengo e ao Palmeiras. Os três clubes paulistas, contudo, trouxeram bons reforços para o meio da temporada e todos a custo zero. Enquanto isso, o Rubro-Negro e o Alviverde sofreram quedas dolorosas que, talvez, pudessem ser evitadas se houvesse mais opções no elenco.



Lucas Moura estava livre no mercado e retornou ao São Paulo
sem custos (imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc).




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