terça-feira, 14 de novembro de 2023

E pra 2024, Santos?

Imagem extraída de twitter.com/SantosFC



O Santos não passou de um empate diante de um São Paulo em clima de férias em plena Vila Belmiro. Se o resultado não foi nenhuma maravilha, ao menos o Peixe chegou aos 42 pontos na tabela e está virtualmente assegurado para o Brasileirão 2024. Ainda há chances matemáticas de queda mas o desempenho recente dos rivais contra o descenso tem sido ainda pior que o do Alvinegro.

O Peixe já pode iniciar o planejamento para 2024 no cenário apresentado e a primeira questão a resolver é a permanência dos jogadores que salvaram o Santos da queda. Marcos Leonardo, o jovem artilheiro formado na base, dificilmente ficará visto que está bastante valorizado e o Santos necessita de dinheiro para manter as delicadas finanças em ordem. Soteldo e Rincón, que estão brilhando na Seleção Venezuelana, também possuem chances razoáveis de deixarem a Vila Belmiro.

A situação não é nenhuma novidade visto que o Santos tem projetado muitos bons jogadores mas é obrigado a vendê-los (muitas vezes a preço de banana) devido à situação financeira ruim do clube. Com isso, o time se enfraquece novamente, entra em crise, passa a trocar de treinador o tempo todo e acaba realizando contratações muito mais pela quantidade do que pela qualidade.

Este circulo vicioso justifica o desempenho ruim do Santos durante os últimos anos quando passou a lutar muito mais contra o rebaixamento do que pelos troféus. Em 2023 o Peixe, cabe mencionar, atingiu a marca negativa de sete anos sem erguer uma taça -a última foi o Paulistão de 2016- e não há perspectivas de melhoras para 2024 a menos que os dirigentes promovam mudanças efetivas na administração do clube ou se o Alvinegro tiver sorte em revelar algum novo Neymar.



Imagem extraída de twitter.com/SantosFC



O Santos, não obstante, vem sendo administrado com a mesma irresponsabilidade que Botafogo, Palmeiras, Atlético Mineiro, Corinthians e Vasco vinham sendo geridos durante a década de 2000. Todos desses clubes jamais haviam sido rebaixados e acreditavam piamente no mantra de que "time grande não cai" até que a realidade bateu à porta de todas estas instituições, uma a uma. O futebol foi evoluindo ao longo dos anos e a profissionalização do esporte deixou de ser uma vantagem para se tornar uma obrigação. Os que não se adequaram às transformações, pagaram o preço.

Há, ainda, a possibilidade do Santos se tornar uma empresa mas o drama vivido por Vasco, Cruzeiro, Bahia e Coritiba deixou muito evidente que SAF não oferece garantias de sucesso. O Cruzmaltino, aliás, foi o maior exemplo negativo disto: mesmo com muitas contratações, o Gigante da Colina não conseguiu emplacar no primeiro ano sob gestão 777 Partners e hoje é um dos concorrentes do Peixe na luta contra o descenso. 

O Santos, portanto, precisa parar de empurrar seus problemas com a barriga e reestruturar todo o seu departamento de futebol. Não apenas para voltar a disputar títulos como também para deixar de dar tantos sustos em seu torcedor. Desmanchar elencos e rifar treinadores são medidas que não estão mais resolvendo o problema do Peixe e alguma hora a sorte do clube pode acabar.



Imagem extraída de twitter.com/SantosFC




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