quinta-feira, 2 de novembro de 2023

O Grito

Imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo



John Textor (foto acima) e Abel Ferreira são estrangeiros mas ambos já estão plenamente ambientados ao nosso futebol e perceberam como o nosso esporte funciona, para o bem e também para o mal. Tanto o empresário norte-americano quanto o treinador português compreenderam que é possível pressionar a arbitragem por aqui na base do grito.

Abel e seus auxiliares já vinham adotando o discurso de "contra tudo e contra todos" durante os últimos anos com as constantes teorias da conspiração alegando que haveria um complô contra o Palmeiras. O português e sua equipe foram punidos pela CBF mas mantiveram a postura com o apoio de seus dirigentes.

Foi Textor quem "surtou" ontem após derrota do Botafogo justamente contra o Palmeiras de Abel. O empresário chegou a discutir com o árbitro e com o treinador português no gramado durante a partida. O mandatário, após a jogo, publicou um post em seu Instagram alegando que houve "roubo" contra o Glorioso.



Imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo



Já escrevi diversas vezes aqui no blog que a arbitragem no Brasil é quase amadora -há, inclusive, muitos árbitros que necessitam de "bicos" para complementarem a renda. Muitos dos juízes, então, interferem em demasia nos jogos com o objetivo de transmitirem a imagem de "rigorosos" e, com isso, receberem notoriedade para ascenderem na carreira, isso incluindo os operadores do VAR. Isso sem mencionar que há muitos homens do apito que visivelmente apreciam os holofotes.

O excesso de interferências, porém, faz com que a arbitragem cometa muitos erros em campo, oferecendo margem para as reclamações. Não obstante, o mesmo amadorismo torna os homens do apito vulneráveis às pressões externas e há quem tire proveito disto. Já houve, inclusive, dirigentes influentes que conseguiram vetar juízes em suas partidas ou mesmo prejudicar as carreiras dos apitadores.

Os dois estrangeiros perceberam que as punições pelas suas atitudes dificilmente serão maiores do que multa e uma curta suspensão, o que lhes oferece tranquilidade para criticar a arbitragem sem muito a temer. Tanto que, mesmo após as sanções, Abel manteve sua postura e seguiu concedendo entrevistas ásperas aos repórteres.

Textor e Abel já aprenderam como funciona o futebol no Brasil. Os dois estrangeiros estão há pouco tempo por aqui (o português está há três anos enquanto o norte-americano está há dois) mas ambos já compreenderam como age a arbitragem e também como lidar com ela. Para o bem e também para o mal.



Imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo




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