quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Para-Raio

Rodrigo de Paul (ao centro) chamou faltas e cavou três cartões
para o Brasil (imagem extraída de twitter.com/Argentina).



Muitos dos times brasileiros costumam subestimar a psicologia mas ela fez toda a diferença na partida de ontem visto que a Argentina venceu o Brasil justamente nos nervos. Os mandantes cometeram muito mais faltas que os visitantes e a Canarinho recebeu bem mais cartões que a Albiceleste -4x0, sendo um vermelho. O treinador Fernando Diniz, aliás, é formado em psicologia mas pouco utilizou de seus conhecimentos na área e também entrou na pilha dos rivais.

Diniz repetiu o 4-2-4 da partida anterior mas com Carlos Augusto e Gabriel Jesus (já recuperado de lesão) nos lugares de Renan Lodi e Vini Jr. Lionel Scaloni, por sua vez, foi de 4-4-2 alternando entre quatro meio-campistas em linha e o losango dependendo do posicionamento de Lo Celso, ora jogando aberto pela direita, ora centralizado como trequartista.

A partida nem havia começado e o clima já estava quente nas arquibancadas. Após muita provocação entre as duas torcidas, houve uma confusão no setor onde estavam concentrados os fãs argentinos e a polícia foi acionada. Assustados, os atletas albicelestes ameaçaram não jogar mas foram convencidos a entrarem em campo.

O jogo começou bastante nervoso com muitas divididas e poucas chances criadas -foram apenas duas oportunidades para cada lado durante todo o primeiro tempo. De Paul foi o atleta mais caçado em campo, sofrendo duas faltas duras (uma de Raphinha e outra de Gabriel Jesus) causando o amarelamento dos dois brasileiros.

Quando os dois time se acalmaram, o Brasil tentou atacar principalmente pelos lados com Rodrygo pela esquerda e Raphinha pela direita, mas sem muito perigo para Dibu Martínez. A Argentina respondeu usando seus quatro meio-campistas roubando a bola e articulando contra-ataques também pelos flancos mas os albicelestes não conseguiram acionar seus atacantes. Messi tentou voltar para ajudar na armação mas não teve muito sucesso.



Brasil, em 4-2-4, tenta a infiltração pelos lados mas esbarra na
marcação rival. Argentina, em 4-4-2, responde interceptando os
passes no meio-de-campo e contra-ataca pelos flancos mas não
consegue acionar seus atacantes. Messi tenta voltar para ajudar
atrás mas sem êxito (imagem obtida via this11.com).



Brasil perde Marquinhos por lesão no intervalo e Nino o substitui. Os mandantes conseguem imprensar a Argentina e criam oportunidades ainda pelos lados mas a Albiceleste consegue tirar os espaços dos brasileiros baixando as linhas. Foram os visitantes, porém, que abriram o placar em uma cobrança de escanteio arrematada por Otamendi.

Diniz, então, mexe no time colocando Joelinton, Douglas Luiz e Raphael Veiga para tentar mais jogadas pelo centro e também para preencher o meio-de-campo. Scaloni, por sua vez, recua o time trocando Acuña por Tagliafico.

O Brasil tenta adiantar as linhas novamente mas Joelinton se excede em uma dividida com De Paul e acaba expulso, acabando com a estratégia de Diniz. Os mandantes, então, apelam para bolas longas mas a Argentina, agora recuada, consegue controlar o jogo. Os Albicelestes tentam contra-ataques periódicos mas sem ameaçar Alisson.

Há quem ainda duvide da eficácia da psicologia do esporte mas ela fez toda a diferença na partida de ontem. A Argentina soube chamar faltas e "pilhar" os seus adversários, enquanto os brasileiros foram ingênuos e acabaram caindo na estratégia dos rivais. Como escreveu o jornalista Luiz Antônio Prósperi, futebol também é jogo de força mental.



Imagem extraída de twitter.com/Argentina




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