sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Scaloni e a Realidade das Seleções

Imagem extraída de twitter.com/Argentina



Os torcedores argentinos mal tiveram tempo de saborear a histórica vitória sobre o arquirrival Brasil em pleno Maracanã quando foram surpreendidos por uma notícia bombástica: o treinador albiceleste, Lionel Scaloni, declarou que "está complicado continuar" em sua seleção e deixou implícito que pode sair. O motivo, segundo jornalistas, seria a insatisfação do técnico com o presidente da Asociación del Fútbol Argentino (AFA), Claudio Tapia, bem como problemas estruturais da federação.

As declarações de Scaloni justificam as recusas de outros treinadores argentinos em assumirem a seleção de seu país. Antes do ex-lateral assumir a Albiceleste, a AFA teria procurado Diego Simeone e Mauricio Pochettino mas os dois optaram por permanecer em seus respectivos clubes a despeito de ser uma grande honra comandar o selecionado nacional. Cabe mencionar que os Hermanos tiveram três técnicos (Tata Martino, Patón Bauza e Jorge Sampaoli) durante o ciclo para a Copa 2018, o que demonstra a instabilidade do cargo.

O ex-lateral, ademais, sabe que está valorizado com a conquista da Copa 2022. Scaloni não teria dificuldades em encontrar algum time europeu interessado em seus serviços após tirar a Albiceleste da fila. Ou então, poderia engordar sua conta bancária com os "petrodólares" do Oriente Médio. O argentino, portanto, dificilmente ficaria desempregado por muito tempo se optar por renunciar ao seu cargo atual.



Imagem extraída de twitter.com/Argentina



Comandar uma seleção é muito diferente de um clube: há menos tempo hábil para se formar um time, os resultados devem vir a curto prazo devido à menor frequência de jogos e sempre há muitas pressões para a convocação de determinados atletas. Não obstante, aqui na América do Sul sempre há muita instabilidade no cargo e são poucos os treinadores que obtém respaldo dos dirigentes durante as oscilações das equipes. O próprio momento vivido pelo Brasil evidencia tal fato.

A AFA, porém, precisa agir para manter seu treinador visto que foram anos até que alguém fosse capaz de tirar a Albiceleste da fila. Os dirigentes têm a obrigação de ouvir as queixas de seu técnico (caso sejam verdadeiros os rumores) e tentar convencê-lo a ficar visto que o trabalho de Scaloni ainda tem potencial para mais conquistas.

As declarações de Scaloni, acima de tudo, servem de alerta para os dirigentes de toda a América do Sul: os treinadores de seleções precisam de respaldo e de estrutura para que possam desenvolver seu trabalho. O tempo já é escasso e a pressão já é enorme devido aos poucos jogos disputados pelas equipes nacionais.



Imagem extraída de twitter.com/Argentina




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