Estrela Cadente

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc

Quando se fala em James Rodríguez, a imensa maioria dos brasileiros ainda invoca aquele Mundial de 2014 realizado aqui no Brasil. O meia-atacante fez parte de uma geração fantástica de atletas (Ospina, Zúñiga, Zapata, Cuadrado, Jackson Martínez e o treinador José Pékerman) que desfilou um futebol bonito em nossos gramados e que também fez história ao alcançar as quartas-de-final daquela Copa -caiu diante dos anfitriões Canarinhos. O jogador, não obstante, foi artilheiro da competição com 6 gols anotados. Mas aquelas lembranças hoje mais parecem um passado muito distante dado o desempenho do colombiano após o torneio.

James teve um ascensão muito rápida na Europa. Após chegar ao Porto em 2010 com apenas 17 anos de idade, o colombiano faturou muitos troféus incluindo três Primeiras Ligas consecutivas e uma UEFA Cup (atual Europa League) pelos Dragões. O jogador chamou a atenção do então novo rico Monaco que reuniu o meia-atacante com o compatriota Falcao García em 2013. Mal houve tempo, porém, de se adaptar ao principado visto que, após aquela fantástica exibição aqui no Brasil, o poderoso Real Madrid contratou Rodríguez para a vaga de Di María.

O colombiano, porém, nunca convenceu totalmente na Espanha alternando exibições boas com ruins. O jogador teve passagens pelo Bayern München e pelo Everton (ambas por indicação de Carlo Ancelotti que fora seu treinador nos Blancos) mas a história se repetiu e seu desempenho seguiu oscilando. O atleta não vingou nem mesmo em ligas mais periféricas como o Catar e a Grécia. Não obstante, ele não conseguiu levar a sua seleção à Copa 2022.

James, sem clube e com poucas ofertas interessantes em mãos, aceitou o convite do amigo Rafinha (com quem jogou no Bayern) e assinou com o São Paulo na metade deste ano. O colombiano, porém, se apresentou fora de forma (algo confirmado pelo próprio atleta) e ainda ficou marcado no Tricolor por desperdiçar dois pênaltis em pleno Morumbi -um contra a LDU que custou a classificação na Sulamericana e outro contra o Fortaleza no Brasileirão.

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O colombiano, porém, ainda conta com o apoio irrestrito de muitos torcedores e comunicadores que ainda veem no jogador aquele atleta fantástico de 2014. O treinador Dorival Júnior sempre recebe dezenas de questionamentos a respeito da titularidade de James durante as entrevistas mas o desempenho irregular de Rodríguez em campo apenas fortalece a posição do técnico.

Há, ainda, o próprio interesse da diretoria do São Paulo em James. O potencial midiático do colombiano ainda é muito alto -basta observar o engajamento gerado por fãs e comunicadores- e poderia ser utilizado tanto para lucrar com ações de marketing, quanto como escudo durante os momentos de crise.

Os fãs do jogador, porém, parecem ignorar que já se passaram quase dez anos desde a Copa 2014 e que o atleta, hoje aos 32 anos, não está mais em seu auge físico ou técnico. James, não obstante, não se mostrou mais aquele meia espetacular que desfilou nos gramados brasileiros após aquele Mundial. Tanto que o colombiano foi perdendo espaço nos clubes que defendeu com o passar do tempo e só não caiu no completo ostracismo porque ainda é considerado "fundamental" pelos Cafeteros.

O mesmo James que teve uma ascensão meteórica na Europa, também apresentou uma queda meteórica no Velho Continente. O colombiano tem até a metade de 2025, quando termina seu contrato com o Tricolor, para dar a volta por cima. Sua primeira temporada no São Paulo, contudo, foi apenas de brilharecos e em quase nada lembrou o atleta espetacular que encantou aqui no Brasil há nove anos atrás.

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