quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Riscos Desnecessários, Parte II

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



O São Paulo já havia se livrado do rebaixamento no dia 8 de novembro após derrotar o Red Bull Bragantino na Vila Belmiro -o Morumbi estava alugado para um show. Ainda havia o risco matemático de queda mas a última rodada do Brasileirão 2023 comprovou, mais uma vez, a teoria dos estatísticos de que nenhum time cai com 46 pontos ou mais -o Bahia, atual 17º colocado, pode chegar a 44 no máximo.

Muitos jornalistas, então, especularam que o treinador Dorival Júnior passaria a realizar testes no time para dar oportunidades a jogadores que tiveram pouco espaço ao longo da temporada (Pato, Jhegson Méndez, Raí Ramos, ...) e também a mais garotos revelados em Cotia (Belém, Negrucci, Talles Wander, Willian Gomes, ...), algo que sempre marcou os trabalhos anteriores do técnico paulista. 

O treinador, para a surpresa de todos, manteve praticamente todo o time titular em campo para as rodadas finais a despeito de não haver mais nada em disputa para o Tricolor visto que o time não reunia mas chances de título no Brasileirão e o risco de rebaixamento ere inferior a 1% segundo os estatísticos. 

A atitude de Dorival se explica, em parte, pelos ocorridos durante sua passagem pelo Flamengo no ano anterior: após a conquista da Libertadores e da Copa do Brasil, o clube antecipou as férias dos titulares e o treinador disputou as últimas rodadas do Brasileirão apenas com reservas. Os resultados pífios obtidos nos últimos jogos do Rubro-Negro, porém, foram alvo de críticas pesadíssimas e serviram como "desculpa" para a demissão do técnico da Gávea.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Dorival, após o incidente na Gávea, provavelmente não quis oferecer abertura para uma nova demissão e seguiu com o time titular nas partidas restantes. As atitudes do treinador, porém, também foram alvo de críticas (justas, na opinião do blogueiro), afinal há muitos jogadores no banco tricolor pedindo passagem e as rodadas finais do Brasileirão seriam a oportunidade perfeita para testá-los. Ademais, o técnico conseguiu aumentar o número de lesões no elenco -Lucas Moura, que saiu machucado de campo duas vezes, foi o caso mais grave- ao expor os atletas a um risco desnecessário.

O treinador, diferente do que ocorreu no Flamengo quando era um mero "tampão", está prestigiado no São Paulo. Dorival já desembarcou no Morumbi respaldado pelos títulos que conquistara em 2022 e o inédito troféu da Copa do Brasil é o seu escudo. E, cabe mencionar, que o São Paulo não era favorito na competição. O técnico, portanto, corria um risco praticamente nulo de demissão -talvez se o Soberano fosse rebaixado no Brasileirão.

Dorival foi brilhante ao recuperar o psicológico do São Paulo e conquistar a inédita Copa do Brasil, mas errou ao não oferecer mais chances aos reservas e ainda expôs os titulares a riscos desnecessários. O técnico não deve ser demitido pelas atitudes, afinal o saldo de seu trabalho no Morumbi foi totalmente positivo, mas poderia ter conduzido melhor seu trabalho nesta reta final.



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