terça-feira, 26 de dezembro de 2023

O Coadjuvante

Imagem extraída de www.facebook.com/mancity

 


O livro Os Números do Jogo, que eu menciono com frequência aqui no blog, explica porque jogadores de ataque são mais valorizados que os de defesa: os autores da publicação afirmam que é muito mais difícil anotar um gol no futebol do que fazer uma cesta no basquete ou um ponto no vôlei. Isso justifica porque meias e atacantes são sempre disputados a tapa pelos clubes, recebem os melhores salários e têm maior probabilidade de conquistarem premiações individuais.

A mais recente edição do prêmio FIFA The Best deixou isto evidente: os três finalistas da edição 2023 (Haaland, Mbappé e Messi) são todos atacantes. Alguns jornalistas discordaram veementemente dos indicados, em especial a do argentino que não atua mais na Europa e já foi devidamente "homenageado" pelo tricampeonato de 2022.

Eu, por minha vez, também discordo das indicações e gostaria de ver um outro jogador concorrendo ao troféu, o defensor John Stones do Manchester City. O atleta demonstrou uma versatilidade ímpar ao longo da temporada 2022-23 (jogou de zagueiro, volante e lateral), apoiou muito bem pelo lado direito e contribuiu com a solidez defensiva dos Citizens durante o período mencionado.



Imagem extraída de www.facebook.com/mancity



Stones, porém, anota poucos gols, não possui a força midiática dos concorrentes e nem a liderança de um Fabio Cannavaro, que foi o último zagueiro a vencer a Bola de Ouro. Sem tais "suportes", uma mera indicação do defensor inglês já seria uma grande vitória, mesmo que não ficasse entre os três finalistas. O camisa 5 do City, aliás, sequer esteve no "XI ideal" da UEFA na temporada 2022-23 a despeito de ter feito toda a diferença nos gramados.

Os gols são muito importantes porque, obviamente, são eles quem definem o vitorioso em uma partida. Por outro lado, o autor, que outrora fora um defensor ferrenho do futebol-arte e da ofensividade, percebeu o quanto os defensores são fundamentais em um time porque permitem que os homens de frente brilhem sem terem de recompor tanto a defesa. Eu sempre utilizo o volante N'Golo Kanté na Seleção Francesa de 2018 como exemplo disto.

Stones não teve o justo reconhecimento pela ótima temporada realizada pelo City mas o autor exalta a importância do inglês que se desdobrou em campo de todas as maneiras possíveis para que seus companheiros na frente brilhassem. O zagueiro jamais ganhará a Bola de Ouro ou o FIFA Best por ser um defensor e também por não ter potencial midiático, mas os Citizens jamais teriam conquistado a Tríplice Coroa se não fosse o seu versátil camisa 5.



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