Fica, Romero!

Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians

Ángel Romero chegou ao Corinthians em 2014 em princípio apenas para compor elenco. Até hoje há quem afirme que o atacante fora contratado por engano e que o Timão, na verdade, estaria interessado no irmão gêmeo, Óscar, que atua no meio-de-campo. A história, porém, jamais foi confirmada pelas partes envolvidas.

Romero não é um jogador técnico e tampouco habilidoso, o que gerou antipatia por parte de torcedores pelo atacante. O paraguaio passou dois anos esquentando banco para Paolo Guerrero (em 2014) e depois para Jadson (em 2015) mas jamais reclamou publicamente da condição de reserva. Ainda assim, soube aproveitar as poucas oportunidades que recebeu durante o período, como na goleada por 6x1 sobre o rival São Paulo (também em 2015) quando anotou dois gols.

O paraguaio tornou-se titular apenas em 2016 quando o Corinthians desmanchou o time campeão do ano anterior para levantar dinheiro. O grande salto para Romero, porém, se daria em 2017. Sob as ordens do interino Fábio Carille, agora efetivado como treinador, o atacante deslanchou e foi fundamental para a conquista dos dois títulos de 2017, o Paulista e o Brasileirão.

O sucesso de Romero no Timão se explica pela sua mentalidade: o paraguaio compensa a falta de habilidade com raça e dedicação. O atacante pode não ter a técnica do colega Renato Augusto mas sempre se doa em campo, seja para brigar por uma bola, seja para recompor pela direita. Ademais, o atleta sempre foi um exemplo de profissionalismo aceitando tranquilamente a reserva ao invés de fazer birra como muitos de seus pares.

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Alguns jornalistas também exaltam a importância de Romero fora de campo. Comunicadores afirmam que o paraguaio sempre ajuda os colegas estrangeiros a se ambientarem ao clube e à cidade de São Paulo. Um exemplo foi o compatriota Fabián Balbuena que, após uma jornada ruim em 2016, deslanchou no ano seguinte muito graças ao auxílio do atacante guaraní.

Romero deixou o Corinthians pela porta dos fundos em 2019 quando não houve acordo para a renovação de seu contrato -o jogador chegou a ser afastado durante o imbróglio. Mesmo assim, o atacante não hesitou em retornar ao Parque São Jorge quatro anos depois e manteve o mesmo profissionalismo de outrora.

O paraguaio não é um craque mas é um verdadeiro exemplo de conduta, dentro e fora de campo. Mais do que isso, Romero demonstra muito mais amor e comprometimento com a instituição Sport Club Corinthians Paulista do que muitos medalhões que são considerados "ídolos" pelo torcedor alvinegro. E o melhor: está em boa fase sob a batuta de Mano Menezes e anotando muitos gols.

É sabido que o Corinthians passará por uma grande reformulação ao final deste ano mas eu manteria Romero para as próximas temporadas e também o efetivaria como vice-capitão atrás apenas do intocável Cássio. Se o paraguaio não prima pelo talento em campo, pouquíssimos atletas do elenco demonstram tamanho respeito e profissionalismo como o jogador guaraní pelo Timão, valores que o clube precisará muito após as mudanças no elenco.

 

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