sábado, 23 de dezembro de 2023

Como Esperado...

Julián Álvarez anotou dois gols na partida
(imagem extraída de www.facebook.com/mancity).



Durou pouco mais de quarenta segundos a esperança do Fluminense em conquistar seu primeiro Mundial de maneira oficial -o título de 1952 não é reconhecido pela FIFA. O City abriu o placar com menos de um minuto de jogo e os Tricolores não tiveram nada além de brilharecos para buscar o resultado tamanha a discrepância entre o milionário time inglês (fortalecido pelo dinheiro dos Emirados Árabes) e o clube de Xerém.

Guardiola (desfalcado de Haaland, Doku e De Bruyne) utilizou o 4-5-1 variando para 3-6-1/3-4-3 com Stones avançando para o meio-de-campo e com os ponteiros (Bernardo Silva e Grealish) com liberdade para entrarem na área. Diniz repetiu o 4-2-3-1 que venceu a Libertadores.

A estratégia do City foi óbvia: atacar o lado esquerdo da defesa carioca onde os veteranos Marcelo e Felipe Melo dificilmente teriam como competir com os vigorosos atletas ingleses. Diniz esperava que os Citizens avançassem trocando passes mas foi surpreendido com bolas longas e chutes de fora da área. O camisa 12 do Flu tentou sair jogando mas errou o passe e Aké testou Fábio. Álvarez pegou o rebote e abriu o placar com apenas 40 segundos.

O Flu tentou trocar passes ou sair jogando com a defesa mas foi trancado pelas linhas altas do City que desperdiçaram muitas chances. Os Tricolores conseguiram uma resposta em uma escapada de Cano e Ederson cometeu pênalti no argentino, mas o atacante estava impedido na origem do lance e não houve marcação de penalidade.

Diniz tentou concentrar seus jogadores no lado esquerdo para proteger Marcelo e Felipe Melo mas Foden aproveitou os espaços vazios e ampliou para os Citizens pelo lado direito -o gol foi creditado a Nino por ter desviado no zagueiro. O Flu criou algumas poucas chances com Arias mas nada que ameaçasse Ederson.



City, em 3-6-1/3-4-3, força as jogadas pela esquerda sobre Felipe
Melo e, principalmente, Marcelo, além de algumas infiltrações de
Grealish pelo outro lado. Flu, recuado em 4-2-3-1, não consegue
sair jogando e tem apenas Arias como opção de escape
(imagem obtida via this11.com).



Diniz troca Keno por John Kennedy para tentar reoxigenar seu time. A parte física, porém, pesou demais ao Flu ao longo do segundo tempo e os cariocas tiveram dificuldades em criar jogadas enquanto o City conseguia facilmente recompor a defesa para negar os espaços. O técnico tricolor, então muda Felipe Melo, Marcelo e Ganso por Alexander, Diogo Barbosa e Lima. Guardiola responde substituindo Lewis por Kovačić.

O City logo amplia em uma cobrança de falta com Foden e segue pressionando o exausto Fluminense que deixa muitos espaços na defesa e só não é goleado porque Fábio realiza boas intervenções. Álvarez, quase no final da partida, "fecha a tampa do caixão" com o quarto gol.

O desfecho do Mundial de Clubes foi doloroso aos Tricolores mas o placar foi o esperado com o City sobrando em campo. A parte física e tática pesaram demais no confronto, evidenciando o quando o Fluminense estava anos-luz atrás dos ingleses. Ademais, Guardiola surpreendeu Diniz com bolas longas e com jogo mais direto enquanto o mineiro certamente esperava pelo velho Tiki-Taka.

Não foi nenhuma vergonha o Flu ter sido goleado pelo City. O placar, aliás, poderia ser até mais elástico tamanha a superioridade dos ingleses em campo. O desfecho é mais uma recordação do quanto o futebol brasileiro (e também o do restante da América do Sul) está atrasado em relação ao europeu. Se quisermos voltar a competir com o Velho Continente, teremos que reformular o esporte como um todo -desde a formação de jogadores até os cartolas- ou os resultados como o de ontem permanecerão rotineiros.



Imagem extraída de www.facebook.com/mancity




Nenhum comentário:

Postar um comentário