terça-feira, 16 de junho de 2015

E o Bravo Ficou Bravo

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF



É sabido que a Seleção Chilena possui dois graves problemas defensivos: sua zaga não é muito segura e seus defensores são quase todos baixinhos, o que facilita o jogo aéreo dos rivais. E foram justamente estes fatores determinantes para que o Chile deixasse escapar dois pontos importantes na briga pela liderança.

O México, como convidado, entrou com seu time reserva para a disputa da Copa América. Eu, no entanto, já desconfiava que a seleção norte-americana poderia aprontar em campo. Já haviam dado muito trabalho à Bolívia na estreia -os andinos sofreram com a pressão mexicana do começo ao fim- e voltaram a mostrar sua força novamente contra os donos da casa. Os grandões mexicanos souberam tirar proveito de sua estatura para proteger a bola contra os "baixinhos" chilenos e também para fuzilar Bravo duas vezes em jogadas pelo alto.

Ambas as seleções entraram em campo com formações muito parecidas. O Chile teve mais posse de bola, trocou muitos passes inclusive no campo de ataque e foi mais ofensivo. Os mexicanos, ao melhor estilo Miguel Herrera, esperaram no campo de defesa e aproveitaram as subidas chilenas para fazer contra-ataques. Mesmo adotando uma postura estritamente defensiva, o futebol apresentado pelo México foi agradável, com dribles e bola no chão para a criação de jogadas. Os donos da casa voltavam, mas não conseguiam competir em força e altura contra os visitantes. E, em duas bolas cruzadas, anotaram dois gols em duas falhas do goleiro Claudio Bravo.

O Chile não se deixava abater. Mesmo atrás no placar duas vezes, os donos da casa, na velocidade ou na troca de passes, faziam a bola chegar rapidamente ao campo de ataque. E com duas jogadas aéreas, os pequenos chilenos cabecearam duas vezes para o gol de Corona.



Chile no 3-4-3 contra o México no 3-5-2, com Tecatito Corona
atuando como "falso nove": os donos da casa avançam e trocam
passes próximos no campo de ataque, mas esbarram na forte
defesa mexicana. Jiménez, Tecatito e Vuoso contra-atacam em
velocidade e vencem a frágil zaga chilena no jogo aéreo
(imagem obtida via this11.com).



O México aparentava satisfação com o empate, mas os donos da casa, não. O Chile continuou pressionando em busca da vitória e conseguiu o gol da virada com um pênalti convertido por Vidal, agora artilheiro da Copa América com três gols marcados.

O Chile sabia que a vantagem de 3x2 ainda era perigosa e que sua defesa dificilmente teria como segurar os grandões mexicanos. Continuou pressionando e conseguiu mais dois gols -um com Valdívia e outro com Sánchez- mas ambos foram mal anulados pelo bandeirinha. Melhor para o México que, em mais um contra-golpe de Vuoso e contando com uma falha da zaga (que reclamava impedimento), empatou novamente para os visitantes.



Chile vai todo ao ataque após o gol de Vuoso e pressiona em
busca do gol da vitória: troca passes, corre, cruza, chuta de perto
e de longe, mas não tem sucesso. México, todo recuado, ainda
dá alguns sustos em Bravo com Vuoso e Jiménez, mas foram
apenas sustos mesmo (obtido via this11.com).



O empate ainda manteve o Chile na ponta do Grupo A, mas ainda não garante a liderança e nem a vaga para o mata-mata. Será necessário superar uma embalada Bolívia para não depender da sorte.

O México, mais uma vez, surpreende pela garra e pelo futebol demonstrado, embora seja apenas um coadjuvante na competição. Ainda peca por ser um time muito mais apoiado em eficiência do que no ataque, embora tenha jogadores de talento ou técnica para jogar de maneira mais ofensiva.

Foi um grande jogo, emocionante, movimentado e com muito futebol bonito. Lamento, apenas, que o time que quis jogo, o Chile, não tenha deixado o gramado com os três pontos. E o capitão Bravo, que estava visivelmente irritado com suas próprias falhas, deve ter deixado o gramado ainda mais bravo...



Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF


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