segunda-feira, 15 de junho de 2015

Seleção Nova, Velhos Problemas

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF



O Brasil, enfim, estreou em uma competição oficial. Eu não considero aquele tal "Superclássico das Américas" um campeonato em hipótese alguma. Pudemos acompanhar a Seleção nos amistosos e o time de Dunga apresentou um bom desempenho ao obter 100% de aproveitamento nos jogos, mas a equipe ainda estava devendo futebol.

O adversário da estreia seria perfeito, afinal o Peru foi uma decepção no ciclo para a Copa do Mundo anterior ao não se classificar para o Mundial apesar de ter jogadores de nível técnico razoável. Eu não esperava exatamente um futebol bonito, algo que Dunga jamais prezou, mas eu não esperava ver um Brasil apresentando o velho problema de jogar a responsabilidade nas costas de Neymar.

Nossa Seleção melhorou quando comparada aos tempos de Felipão. Agora, o meio-de-campo se comunica mais com o ataque ao invés de ficar só marcando. A zaga também ajudou ao se aproximar do ataque, tornando o Brasil mais compacto, o que permitiu que os brasileiros encurralassem o Peru e trocassem mais passes no campo de ataque. Faltou apenas um jogador para ser referência de área.

Os peruanos, porém, não se intimidaram a despeito de enfrentarem um rival com muito mais tradição no futebol. A marcação peruana era fraquíssima e oferecia muitos espaços para o Brasil jogar -mesmo adotando uma defesa compacta, o Peru permitiu que nossa Seleção trocasse muitos passes no campo de ataque. Porém, os Incas compensaram com muita ofensividade, criaram muitas chances de gol e até trocaram alguns passes. Eles não foram brilhantes, mas conseguiram abrir o placar em uma saída de bola errada de Jefferson e nos deram alguns sustos na primeira etapa.



Brasil no 4-4-2 (com o volante Fred fazendo a ponta esquerda e
Willian, a direita) encurrala o Peru, que joga no 4-2-3-1.  Os
Incas, mesmo com a defesa compacta, deram espaços para o
Brasil atacar e, eventualmente, contra-atacavam com Guerrero
pela esquerda e Advincula pela direita (obtido via this11.com).



O empate por 1x1, em teoria, já seria um bom resultado para o Peru, afinal os Incas já teriam arrancado um ponto precioso do Brasil e estariam na briga com Venezuela e Colômbia pela segunda vaga do mata-mata. Mas o time andino não se contentava com a igualdade. Os peruanos queriam jogo e os três pontos.

O Brasil não conseguia atacar e ainda tomou sufoco dos peruanos durante todo o segundo tempo. Nossa Seleção não conseguia a recomposição de bola e só conseguia criar chances em contra-ataques ou chutões.

Dunga mexeu mal ao trocar o atacante Diego Tardelli pelo meia Douglas Costa. Neymar não se mostrou nem um pouco à vontade ao ficar isolado no ataque. O Peru aumentava a pressão com um lateral-esquerdo mais ofensivo (Yotún) e mais dois atacantes (Reyna e Carrillo).

A sorte do Brasil é que tínhamos um jogador diferenciado, Neymar. Em contra-ataque rápido pela esquerda, o atacante aproveitou o espaço deixado pelo ofensivo Advincula e achou Douglas Costa na área para assegurar a vitória brasileira nos acréscimos. 2x1 de virada e no sufoco.



O improvável acontece: Brasil, no 4-2-3-1, é encurralado pelo
4-3-3 peruano e não consegue  jogar devido à marcação na
saída de bola. Felizmente, as subidas de Advincula deram a
Neymar o espaço que ele precisava para fazer a jogada do
gol da vitória brasileira (obtido via this11.com). 



O Brasil tem sorte duas vezes: encontra uma falha na defesa peruana para virar o jogo e ainda conta com o tropeço da Colômbia (veja mais abaixo), que seria o grande rival pela liderança do grupo.

O resultado, porém, não exime o Brasil de seus problemas: ainda falta criatividade no meio-de-campo e a equipe precisa depender menos de Neymar para jogar. O atacante do Barcelona salvou o Brasil ao participar dos dois gols, mas e se ele nos desfalcar novamente?

Como sugestão, aconselho Dunga colocar Robinho para ajudar Neymar na frente: eles se dão bem juntos e o capitão santista alivia um pouco aquele excesso de responsabilidade sobre o Camisa 10.



O BRASIL DERROTOU A SÉRVIA! SACOU?

Imagem extraída de http://worldleague.2015.fivb.com/

Emocionante! Não há outra palavra para descrever o embate entre Brasil e Sérvia, realizado na capital Belgrado. Os brasileiros, com dificuldades em superar o bloqueio sérvio, se valeram do saque para pontuar, estratégia que já havia funcionado contra a Rússia no ano passado. Nossos atletas conseguiram abrir 2x1 sets desta maneira, mas os donos da casa reagiram e também souberam tirar proveito das pausas (desafios, tempo técnico, ...) para desconcentrar o Brasil no 4º set, levando o jogo para um inevitável tie-break. Os sérvios chegaram a abrir vantagem no set desempate, mas os saques brasileiros continuaram apurados e nossos meninos conquistaram mais uma vitória. Parciais de 25/23, 20/25, 25/21, 23/25 e 15/13.



ZEBRA VINOTINTO

Colômbia no 4-4-2 (esquerda) e no 3-4-3 (direita) contra o 4-5-1 da Venezuela: apesar de terem mais elenco, os
Cafeteros não conseguiram furar a marcação da Vinotinto e nem incomodaram o goleiro Baroja (obtido via this11.com)

Paralelo ao jogaço de vôlei, acompanhei alguns lance entre Colômbia e Venezuela, válido pelo Grupo C (o mesmo do Brasil). E neste jogo apareceu a primeira zebra da competição, com os Cafeteros sendo derrotados por 1x0 apesar de terem muito mais elenco e qualidade técnica que a Vinotinto. Na base da raça e da determinação, os venezuelanos seguraram os rivais e conquistaram três pontos importantíssimos na busca por uma vaga no mata-mata. A Colômbia, por sua vez, se complicou na briga pela liderança do grupo e terá de vencer os próximos dois jogos para não correr riscos. E o próximo rival será justamente o Brasil, concorrente direto pela ponta.


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