quarta-feira, 24 de junho de 2015

Vermelho de Raiva

Imagem extraída de https://www.facebook.com/aufoficial



Antes de mais nada: o Chile ganhou com méritos, afinal teve mais iniciativa, foi mais leal em campo e buscou mais o jogo, enquanto o Uruguai bateu mais nos adversários do que na bola. Mas as duas expulsões, a meu ver, foram equivocadas e tiveram influência direta no resultado.

Cavani, que levou um cartão bobo ao discutir com o bandeirinha, caiu na provocação de Jara, mas não vi agressão por parte do atacante uruguaio e, portanto, não havia necessidade do segundo amarelo naquele lance que terminou com o jogador do PSG tendo de ser contido pelos companheiros.

Fucile também não mereceu o segundo amarelo. A câmera deixou evidente que o lateral foi na bola e o auxiliar tinha visão privilegiada do lance, mas o atleta do Nacional também foi mais cedo para o chuveiro e outra confusão teve início.

O primeiro tempo ocorreu como previsto, com o Chile buscando jogo no toque de bola e o Uruguai tentando tirar os espaços dos rivais. Alguns lances ríspidos ocorreram na primeira etapa, mas nada muito grave.



Chile no 3-5-2 contra Uruguai no 4-4-2: a Roja avança e tenta trocar
passe no campo de ataque, mas as duas linhas de quatro uruguaias
facilitam o trabalho de Muslera. Celeste contra-ataca com Rolán
e Cavani, mas a dupla de atacantes não cria muitas chances de
gol e Uruguai só leva perigo em lances de bola parada (imagem
obtida via this11.com).



Se o primeiro tempo foi relativamente tranquilo, o mesmo não se pode dizer do segundo. Muitas reclamações e lances duros cometidos pelos dois lados. O Chile pressiona, mas dá espaço para o Uruguai contra-atacar. A Celeste tenta superar os donos da casa no jogo aéreo com Godín e também utilizando seus dois atacantes para pressionar a saída de bola chilena.

A temperatura do jogo foi subindo até que um lance envolvendo o zagueiro Gonzalo Jara e o atacante Edinson Cavani culmina com a expulsão do uruguaio. Em princípio, tratava-se de uma provocação do defensor, mas algumas imagens divulgadas após a partida mostram que o chileno teria feito muito mais do que uma simples provocação.

O Chile, com um a mais, teve mais espaço para jogar, mas se precipitava em demasia nos lances. O gol de Isla só saiu quando a Roja se acalmou e voltou a trocar passes ao invés de insistir nos chuveirinhos.



Chile, com um a mais, pressiona em busca do gol, principalmente
pela direita nas costas de Fucile, mas falta tranquilidade para a
Roja trabalhar as jogadas. Uruguai fica todo recuado e contra-
ataca com chutões em direção a Abel Hernández
(obtido via this11.com).



O Uruguai ainda tentou uma última cartada e tenta uma tática suicida em direção ao gol de Bravo, que dá alguns sustos em seu torcedor. Tudo veio abaixo para a Celeste com a expulsão de Fucile. O Chile recua completamente e deixa os adversários pressionarem, mas faltavam nervos e qualidade técnica para uma Seleção Uruguaia com apenas nove atletas em campo. A vitória chilena era iminente nessas condições.

O Chile, pelo bem do futebol-arte, segue adiante na Copa América, mas as expulsões duvidosas tiram um pouco o brilho deste grande feito. O Uruguai deixa a competição mostrando que seu estilo de "jogar por uma bola" precisa ser repensado e que a equipe precisa melhorar nos fundamentos, principalmente passe e finalização.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/aufoficial


Nenhum comentário:

Postar um comentário