sábado, 27 de junho de 2015

O Quase Herói

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF/



A Colômbia não tem nada a comemorar na Copa América 2015. Cotada como uma das seleções favoritas para ficar com o troféu, jogou um futebol fraco, desinteressado e apático. Fez apenas um gol na na competição, venceu apenas uma partida no campeonato e precisou da ajuda do Brasil para se classificar ao mata-mata. Em nada lembrou aquele time que brilhou no último mundial. A eliminação era apenas questão de tempo.

Uns poucos jogadores colombianos, contudo, podem se dar ao luxo de deixar a competição de cabeça erguida: o bom zagueiro Jeinson Murillo, o esforçado winger Juan Guillermo Cuadrado e o goleirão David Ospina.

O arqueiro do Arsenal justificou na Copa América 2015 a grande temporada que fez pelos Gunners, quando desbancou Szczęsny da equipe titular. Sofreu apenas um gol em quatro partidas (justamente aquele na derrota diante da Venezuela), fez grandes defesa e, por pouco, não deixa Viña Del Mar como o grande herói colombiano.

Ospina demonstrou muita segurança, reflexos, operou milagres, teve sorte em alguns lances e, por milésimos de segundo, não consegue salvar alguns pênaltis.

O treinador José Pékerman voltou a inventar na escalação. Não aprendeu com a eliminação diante do Brasil há um ano atrás que jogo decisivo não é momento para se fazer testes. Improvisou na lateral-esquerda ao inventar Zúñiga na posição (o titular, Armero, estava à disposição) e voltou a colocar James Rodríguez centralizado, assim como fizera contra o Brasil na Copa do Mundo. Tudo para tentar tirar os espaços dos rivais no ataque.

A Argentina, de Tata Martino, fez o de sempre: entrou no 3-4-3 (com Mascherano recuando para liberar os laterais), trocou passes no campo de ataque e saiu em busca do gol.

A Colômbia praticamente não criou nada no primeiro tempo. Bateu muito, jogou pouco e distribuiu carrinhos a rodo. Mesmo com tantos jogadores recuados, ainda oferecia espaço para a Albiceleste jogar.

Os argentinos foram entrando na catimba dos adversários. Mascherano acabou levando um cartão por revidar uma entrada dura. Mesmo assim, mantiveram a posse da bola e o controle do jogo. Mas não conseguiam transpor o zagueiro Murillo e, principalmente, o goleiro Ospina.



Argentina no 3-4-3 contra Colômbia no 4-4-2 "losango":
mesmo com muitos colombianos à frente, Messi encontrava
espaços para criar e atacar. Colombianos só se defendem e
cometem faltas. José Pékerman o trocou o atacante Teo
Gutiérrez pelo volante Edwin Cardona ainda no primeiro
tempo para aumentar o poder de marcação colombiano
(imagem obtida via this11.com).


A Colômbia permaneceu estritamente defensiva no segundo tempo, mas foi ganhando espaço com as substituições e com o cansaço dos argentinos. Falcao García chegou a incomodar Romero na metade final da segunda etapa.

Gerardo Martino, percebendo o cansaço de seus atacantes, colocou Tévez e Lavezzi para manter a pressão sobre os rivais e  tentar resolver tudo ainda no tempo normal, mas Murillo e Ospina continuavam intransponíveis.



Atuando em 4-2-3-1, a Colômbia passou a se defender com
duas linhas de quatro e Ospina teve um pouco menos de trabalho.
Ao mesmo tempo, o ataque colombiano foi mais perigoso e
obrigou Romero a trabalhar, A Argentina coloca Tévez e Lavezzi
para manter a pressão, mas Murillo e Ospina estavam inspirados
(imagem obtida via this11.com).



A partida acabou indo para os pênaltis. Messi, Garay, Banega e Lavezzi converteram para a Argentina. James, Falcao e Cuadrado fizeram para a Colômbia. Muriel desperdiçou. A Albiceleste estava a um gol da vaga para as semifinais.

Biglia mandou para fora e Cardona converteu. Estava tudo empatado. A esperança para os colombianos estava nas cobranças alternadas

Rojo e Zúñiga desperdiçaram.

Tévez converteu. Murillo, não.

A Argentina está nas semifinais e espera pelo vencedor entre Brasil e Paraguai.

Colômbia vai embora, fazendo uma competição fraca e jogando um futebol apático. Como consolo, as mudanças propostas por Pékerman tiveram o resultado esperado, que era o de levar a partida aos pênaltis.

Ospina pode não ter conseguido levar sua equipe às semifinais nos pênaltis por alguns milésimos de segundo, mas sabe que deu o seu melhor diante de um rival tão forte como a Argentina.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/copaamerica/


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