terça-feira, 2 de junho de 2015

Universidade nas Trevas




Já escrevi em outro post que eu nunca me importei com festas na faculdade enquanto estava na graduação. Achava uma verdadeira perda de tempo e de dinheiro, além de acreditar que esse tipo de evento em nada acrescentaria no desenvolvimento acadêmico de um universitário.

Ledo engano.

A importância das festas na universidade parte do discurso básico de que tais eventos promovem a integração dos alunos. O relacionamento dos estudantes em sala de aula é menos frio do que em empresas, mas ainda nem sempre é suficiente para que reais laços de amizade sejam formados. Muitas vezes, o convívio em sala de aula se dá muito mais pela obrigação de se dividir um espaço com outrem do que pelo prazer de se ter um amigo.

Empresas, sabendo disto, promovem festas, jantares e happy hours entre seus funcionários justamente para que possam se conhecer fora do viciado ambiente de trabalho. Isto faz com que estereótipos e pré-conceitos entre as pessoas sejam quebrados.

O aluno universitário, porém, nem sempre dispõe de recursos financeiros para ir a um bar ou restaurante, ao contrário do que acontece com funcionários de uma empresa. O melhor que conseguem em seus primeiros anos de faculdade, geralmente, é uma bolsa de iniciação científica com valor estimado em R$ 500,00. Muito pouco para cobrir as despesas de um happy hour, que podem chegar facilmente a R$ 100,00 por pessoa em uma cidade como São Paulo.

As festas promovidas nos próprios campi das universidades surgem como alternativas aos altos custos para a realização desse tipo de evento: não é necessário alugar um espaço caro porque o próprio campus é utilizado e os custos de deslocamento também são amenizados (o aluno pode ficar direto nas festas após as aulas).






As festas nas universidades, infelizmente, podem ter seu fim anunciado devido a incidentes ocorridos em eventos anteriores, todos devidamente amplificados pelo sensacionalismo da imprensa. Casos de abusos sexuais, uso abusivo de drogas (lícitas e ilícitas) e até mortes já foram registrados nesses tipos de eventos.

Opta-se pela solução "mais fácil" que era a proibição das festas nos campi. Afirmaram, inclusive, que a universidade "é local para estudar, e não para festejar". Tudo para evitar algum escândalo propagado pela mídia sensacionalista.

Esquecem-se, no entanto, que a universidade não é uma escola. Não se ensina apenas conceitos em sala de aula. Na faculdade, não lidamos mais com adolescentes considerados "irresponsáveis" e "inconsequentes", e sim com adultos que tem a obrigação de responder pelos seus atos.

As festas na universidade não têm apenas o propósito da diversão. São muito importantes na preparação dos alunos para a vida fora da sala de aula. A própria organização dos eventos, por exemplo, envolve dezenas de alunos, que precisam realizar orçamento, providenciar espaço, decoração, contratar empresas de segurança, alimentação, atrações (bandas e DJs, por exemplo), divulgar e fazer o balanço da festa. Os frequentadores, por sua vez, têm a oportunidade de conhecer melhor seus colegas e passam a desfrutar da universidade em outros aspectos. Há, ainda, o lado das atléticas, brilhantemente abordado no texto mencionado neste link.

Acabar com as festas nas universidades seria o mesmo que lançar a instituição nas trevas, tornando-a fria e voltada meramente para o trabalho. E sabemos muito bem que a formação dos alunos não se dá apenas através de aulas ou estágios, mas também pelo convívio em sociedade.






2 DE 3

O Barcelona não deu chances ao Athletic Bilbao e goleou os bascos por 3x1, ficando com o título da Copa Del Rey 2014-15. Desta forma, os catalães conquistam o segundo título possível da temporada e ficam muito próximos da sonhada Tríplice Coroa. O único destaque negativo do jogo de sábado foi a reclamação do Athletic contra o drible de Neymar. Reconheço que o brasileiro é abusado, mas reclamar de tomar drible é assinar atestado de incompetência. Se Neymar tivesse sido desleal, teria dado toda a razão aos bascos. Não houve deslealdade e muito menos desrespeito por parte do brasileiro.



A CRISE MUDOU DE PARQUE?

O Palmeiras entrou em campo ameaçado após a sequência ruim de jogos, mas surpreendeu o mutilado Corinthians (que não conta mais com Guerrero e Sheik) e derrotou os rivais em pleno Itaquerão. Com o resultado, o treinador Oswaldo de Oliveira, que era assombrado por Luxa e Felipão, ganha sobrevida enquanto o Timão passa a ser questionado pela derrota em casa.



FESTA EM LONDRES

O Arsenal também não deu moleza para o Aston Villa na final da FA Cup 2014-15, conquistou seu segundo título seguido na competição e, de quebra, tornou-se o recordista de troféus no campeonato com 12 conquistas, uma a mais que o Manchester United. O futebol bonito dos Gunners envolveu o Villa e os londrinos não tiveram trabalho para golear por 4x0. O clube organizou uma grande festa nas ruas de Londres para comemorar o feito -merecido, diga-se de passagem!



BEM-VINDOS À LIGA MUNDIAL

Como previsto, o Brasil teve muito trabalho contra a Sérvia em sua estreia na Liga Mundial 2015. Venceu os visitantes por 3x2 sets na sexta (parciais de 24/26, 25/17, 25/22, 26/28 e 15/11) e por 3x1 sets ontem (parciais de 25/18, 25/20, 19/25 e 25/22). Nossa Seleção não pode contar com o treinador Bernardinho e alguns atletas, todos suspensos após confusão no Mundial realizado ano passado na Polônia. Mesmo assim, o Brasil fez valer o mando de quadra e conquistou cinco pontos muito importantes para começar a competição com o pé direito. O próximo adversário será a Austrália, com o mando de quadra brasileiro novamente. Os jogos serão realizados sexta-feira dia 5 às 14h (horário de Brasília) e domingo às 10h.


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