terça-feira, 18 de junho de 2024

Administração

Com este gol, Francisco Conceição salvou Portugal
(imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



Um dos maiores desafios dos treinadores é administrar o vestiário para garantir que haja união no grupo e evitar que eventuais intrigas interfiram no desempenho em campo. Portugal já ficou marcado por brigas nos bastidores durante a Copa 2022 e certamente o treinador Roberto Martínez quis evitar novas desavenças criando um esquema que acomodasse todas as suas estrelas. Mas a escalação que era boa no papel não se mostrou muito eficaz mesmo diante de um rival limitado como a República Checa.

Martínez escalou sua equipe em 3-4-3/3-6-1 com Cancelo na lateral-esquerda e Cristiano Ronaldo como referência. Ivan Hašek, por sua vez, foi de 5-4-1/5-3-2 dependendo do posicionamento do atacante Schick com o objetivo de bloquear os ponteiros portugueses com uma linha de cinco.

As Quinas tomaram a iniciativa principalmente pela esquerda com Cancelo e Rafael Leão avançando por aquele lado, mas encontraram um ferrolho formado por Coufal e Holeš por lá. Ronaldo recuou para tentar atrair a marcação e ajudar na criação de jogadas mas acabou sem espaço na retranca checa.

Os checos, por sua vez, pareciam satisfeitos com o empate e raramente atacaram -geralmente partiam em contra-ataque com Schick pela direita aproveitando as subidas de Mendes. O primeiro tempo acabou marcado pela burocracia de Portugal e uma República Checa visivelmente buscando a igualdade no placar.



Portugal, em 3-4-3/3-6-1, ataca principalmente pela esquerda
com Cancelo e Rafael Leão mas a linha de cinco dos checos
impede os portugueses de cruzarem bolas. Ronaldo volta para
tentar atrair a marcação mas sem sucesso. República Checa, em
5-4-1/5-3-2, só se defende e, eventualmente, responde com
Schick pela direita (imagem obtida via this11.com).



Ivan Hašek, sentindo a morosidade dos portugueses, coloca fogo no jogo ao trocar Schick e Kuchta por Chytil e Lingr. A dupla consegue criar espaços na defesa adversária e Provod aproveita para abir o placar.

Martínez dá a resposta colocando Gonçalo Inácio e Diogo Jota, adianta o lateral Nuno Mendes e muda o esquema para 3-5-2. A alteração dá resultado e as Quinas empatam com gol contra de Hranáč. A República Checa, percebendo que está perdendo controle da partida, vai ao ataque com Barák mas deixa espaços às costas e Pedro Neto e Francisco Conceição aproveitam para virar nos últimos minutos.



República Checa abre o placar graças às entradas de Lingr e
Chytil, mas se empolga no ataque e leva a virada com Nuno
Mendes e depois Pedro Neto e Conceição (obtido via this11.com).



Portugal vence mas o desempenho do time deixa mais desconfianças do que entusiasmo ao torcedor. Ficou evidente que não será fácil contentar todos os astros da equipe por mais que haja o clamor por isto. Qualquer treinador ficaria feliz em ter um elenco tão estrelado mas o encaixe nem sempre é o esperado por mais talentosos que os atletas sejam sob a ótica individual.

O time, mais uma vez, melhorou com as saídas de algumas das estrelas e Martínez terá o desafio de conciliar os egos de seus medalhões com o desempenho em campo. Cabe sempre lembrar que o antecessor, Fernando Santos, optou pela segunda opção e pagou com o emprego por isto.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




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