domingo, 30 de junho de 2024

Males que Vêm para o Bem

Kane e Bellingham classificaram a Inglaterra às quartas
(imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024).



O treinador Gareth Southgate vêm tomando decisões contestáveis em suas escalações. Não se sabe se o comandante o faz para agradar às suas estrelas ou porque é algum "Professor Pardal", mas é fato que improvisar Kieran Trippier na lateral esquerda ou Alexander-Arnold de volante são medidas que não vem surtindo efeito em campo. A lesão do seu camisa 12, porém, obrigou o técnico a utilizar seus atletas nas posições onde mais rendem e isto garantiu a Inglaterra nas quartas-de-final. 

Southgate escalou a Inglaterra em 4-2-3-1 variando para 3-6-1 com Trippier avançando ao meio-de-campo e com Walker mais fixo como terceiro zagueiro. Francesco Calzona, por sua vez, repetiu o 4-1-4-1 adotado pela Eslováquia em partidas anteriores.

Os Sokoli, como sempre, adiantaram a marcação para dificultar a saída de bola inglesa e utilizaram duas linhas de quatro para tirar os espaços rivais. O ataque eslovaco, mais uma vez, se deu com triangulações pelos lados além de usar a movimentação de Strelec para abrir espaços na defesa adversária. A Inglaterra, imobilizada, tentou contra-atacar com seus ponteiros ou com lançamentos para Kane. 

Os eslovacos atacaram principalmente pela direita (esquerda da Inglaterra) por onde Trippier recompunha mal. Strelec atraiu a marcação Inglesa e serviu Schranz por aquele lado para fuzilar Pickford e colocar os Sokoli na frente.



Eslováquia, em 4-1-4-1, tranca a Inglaterra com linhas altas
 e cria chances triangulando pelos lados, além de usar a
movimentação de Strelec para abrir espaços. Ingleses, em
3-6-1, são forçados a tentar bolas longas ou contam com
o talento de seus ponteiros (imagem obtida via this11.com).



A Eslováquia, que correu muito durante a primeira etapa, cansou-se na segunda e abaixou as linhas, mas os ingleses não conseguiram vencer o ferrolho rival. Foden até chegou a balançar as redes mas o gol foi anulado por impedimento flagrado pelo VAR. A ansiedade do English Team era tamanha que seus jogadores desperdiçaram chances claríssimas, algumas sem goleiro.

A sorte da Inglaterra mudou com a lesão de Trippier que foi substituído por Cole Palmer. Southgate, posteriormente, colocou Toney e Eze mudando o esquema para 5-4-1/5-3-2 (veja abaixo) e o English Team passou a atuar mais confortavelmente. Em cobrança de escanteio, Bellingham leva o jogo à prorrogação com uma linda bicicleta.

Kane, logo no início do primeiro tempo extra, vira o jogo com um cabeceio durante cobrança de falta e enterra as esperanças da Eslováquia. Os Sokoli se lançam em um último esforço mas não havia fôlego e nem força mental para buscar alguma reação.



Com a lesão de Trippier e a entrada de Toney, os jogadores passam
a atuar de uma maneira mais confortável e a Inglaterra, em 5-4-1
losango, vira o jogo (imagem obtida via this11.com).



O English Team vai às oitavas mas ainda segue devendo futebol muito por culpa das escalações questionáveis de Southgate. O treinador precisa elaborar um esquema de jogo que extraia o melhor de seus atletas, e não utilizar o máximo de estrelas possíveis para agradar torcedor. Os Sokoli se despedem fazendo uma campanha fantástica mas precisam aprender a se dosar em campo para não chegarem exaustos à etapa complementar.

O autor lamenta profundamente a lesão de Kieran Trippier e deseja ao lateral uma rápida recuperação, mas precisa mencionar que a saída do jogador serviu para abrir os olhos de Southgate para que utilize melhor seus atletas, e não inventar esquemas mirabolantes para acomodar todos os seus medalhões. Parreira tentou fazer isso na Seleção Brasileira em 2006 e morreu abraçado ao seu "Quadrado Mágico" diante da França.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2024




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