quarta-feira, 12 de novembro de 2014

2018 ou 2015?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF/



A julgar pela idade dos atletas convocados por Dunga (foto acima), podemos deduzir que ele esteja pensando lá na frente em 2018 na Rússia. Dos selecionados, apenas Diego Alves (29 anos), Thiago Silva (30), Miranda (30), Felipe Luís (29) e Fernandinho (29) terão bem mais do que 30 anos em 2018.

A primeiras convocações pós-copa raramente apresentam mudanças drásticas em relação aos time que disputam o mundial mais recente, a menos que a equipe tenha feito uma campanha muito ruim. E este, infelizmente, foi o caso do Brasil.

Fico feliz em saber que esteja havendo mudanças na Seleção. Aos poucos, saem os jogadores da "Segunda Era Felipão" e Dunga vai dando uma nova cara ao time, ao menos no elenco. Falta apenas que a equipe abandone o estilo "raçudo" e passe a jogar mais no talento e na técnica. Como vimos nos dois últimos mundiais, só raça não é o bastante para se levar uma seleção ao pódio, salvo raras exceções.

Também fico surpreso com o elenco jovem por um simples motivo: como pensamos apenas em resultados a curto prazo e nossos dirigentes têm pressa em apagar a má impressão de 2014, acreditei que Dunga fosse priorizar a Copa América, a ser realizada em 2015 no Chile.

Os treinadores, quando pensam na Copa América, raramente mudam muito o time em relação ao último mundial, afinal já há uma base formada, os atletas já possuem entrosamento e nível técnico da competição é mais baixo em relação à Copa do Mundo. Pode-se, portanto, convocar tranquilamente um time envelhecido e pouco técnico que a equipe tem boas chances de ficar com a taça.

Uma equipe de novatos, por outro lado, dificilmente ganha uma competição levando-se em conta que a Amarelinha pode pesar em campo e que os meninos terão pouco tempo para ganhar entrosamento. É possível que percamos o título da Copa América do próximo ano caso Dunga entre com uma equipe pouco experiente, a menos que ele monte um time muito excepcional.

Se o treinador perseverar mesmo diante de um eventual fracasso, é possível que ele colha os frutos a longo prazo ao invés de curto prazo. Isso significa que se o treinador mantiver um planejamento priorizando 2018 ao invés de 2015, o Brasil poderia "sacrificar" a Copa América em prol do hexacampeonato na Copa do Mundo.

Um exemplo disto foi a nossa algoz Alemanha, que vem apostando em um time jovem desde 2010. A Mannschaft não conseguiu chegar às finais no mundial da África do Sul nem da Euro 2012, mas acabou colhendo os frutos da persistência em 2014 ao invés de se jogar todo o planejamento fora. Se Dunga tiver respaldo dos dirigentes e persistir na ideia de renovar a Seleção mesmo com eventuais fracassos, algo bom pode vir em 2018.

A execução deste planejamento, infelizmente, dependerá do desempenho do Brasil nos próximos jogos. Eventuais derrotas podem obrigar Dunga a abrir mão da renovação em nome dos ganhos a curto prazo.

Como todos sabemos, treinador não possui estabilidade nos times brasileiros, nem mesmo na Seleção.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF/

Nenhum comentário:

Postar um comentário