terça-feira, 4 de novembro de 2014

Uma Chance para Vahid?

Imagem extraída do Facebook oficial do Trabzonspor- https://www.facebook.com/Trabzonspor/



Uma das seleções que mais me desapontou na última copa foi a da Bósnia-Herzegovina. O time nem de longe era ruim, com atletas que estavam bem na Europa como Džeko (Manchester City), Pjanić (Roma), Ibišević (Stuttgart) e Lulić (Lazio). O grupo também era acessível, tendo apenas a Argentina como adversário realmente forte. Os outros dois rivais, a Nigéria e o Irã, não eram adversários intransponíveis para os Zmajevi e havia chances reais para que a Bósnia, ao menos, chegasse às oitavas.

O grande problema, a meu ver, foi que o treinador Safet Sušić mudou o esquema de 4-4-2 para 4-2-3-1, com o objetivo de aumentar a solidez defensiva. O atacante Vedad Ibišević acabou pagando o pato na história e a Bósnia perdeu poder de fogo, além de deixar o centroavante Edin Džeko isolado na frente. Tanto é verdade que todas as vezes em que Ibišević entrou no decorrer das partidas, a Bósnia só melhorou, inclusive na estreia contra a Argentina quando Vedo diminuiu para o time balcânico.

É claro que a Seleção Bósnia tem muita gratidão a Sušić, afinal ele conseguiu uma classificação inédita para uma Copa do Mundo. O fato foi motivo de festa e euforia na Bósnia-Herzegovina, um país arrasado por guerras e que encontrou no futebol um motivo para comemorar após anos de sofrimento.

A Bósnia ainda não engrenou neste ciclo. Os Zmajevi ocupam a vice-lanterna do Grupo B da Eliminatórias da Euro 2016 (que possui apenas a Bélgica como rival de respeito), e o time tropeçou duas vezes seguidas em casa, perdendo para o modesto Chipre e empatando com a Bélgica.

Estou torcendo para que a Bósnia se recupere, mas não escondo meu desejo em ver Vahid Halilhodžić (foto -atualmente no Trabzonspor da Turquia) à frente dos Zmajevi. Motivos? Primeiro: ele é bósnio e seria uma grande honra se ele dirigisse a seleção de seu pais. Segundo: ele tem muita experiência, dirigindo várias equipes na França onde foi condecorado pelos anos de serviços prestados ao futebol local, além de passagens em clubes do Marrocos, Croácia e Turquia. E ainda classificou duas seleções africanas (Costa do Marfim em 2010 e Argélia em 2014) para a Copa do Mundo. Terceiro: sua Argélia jogou um bom futebol, aliando solidez defensiva e meio-campo ofensivo, embora tenha sido pragmático contra Rússia e Bélgica.

Contra Halilhodžić, pesam as polêmicas envolvendo o treinador e a imprensa da Argélia. O técnico bósnio é conhecido pela personalidade forte.

Mesmo torcendo para a Alemanha, lamentei quando a Argélia foi eliminada naquela partida válida pelas oitavas-de-final da última Copa. Mesmo o durão Halilhodžić não segurou as lágrimas naquele momento após ver a vaga inédita para as quartas-de-final tão perto. Ele, no entanto, sabe que seu trabalho não foi em vão, visto que o treinador bósnio saiu do estádio aplaudido pelo público presente e abraçado pelos seus comandados.

Espero que Sušić recupere a Bósnia e faça a sua seleção reagir na tabela, mas ainda gostaria, e muito, de ver Vahid Halilhodžić dirigindo a seleção de seu país algum dia.



Imagem extraída do Facebook oficial do Trabzonspor- https://www.facebook.com/Trabzonspor/



Leia mais:

ESPN- Sobrevivente de guerra, ídolo no Nantes e cavaleiro francês: conheça Vahid Halilhodzic, técnico da Argélia: http://espn.uol.com.br/noticia/421804_sobrevivente-de-guerra-idolo-no-nantes-e-cavaleiro-frances-conheca-vahid-halilhodzic-tecnico-da-argelia

Nenhum comentário:

Postar um comentário