segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Desapego FC

Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeFutbol/



A Espanha, aos poucos, vai aprendendo a atuar sem Xavi e Iniesta, os dois alicerces durante a "Era de Ouro da Furia", entre 2008 e 2012. Claro que não é fácil atuar em um meio-de-campo sem a dupla de cérebros do Barcelona, mas a idade chega para todos e um dia eles terão de parar. Xavi, inclusive, já anunciou sua aposentadoria da Seleção Espanhola assim que a Copa de 2014 terminou.

Os clubes da Espanha, felizmente, não mudaram sua mentalidade ou estilo de jogo após o fracasso de 2014. Os times continuam investindo na formação de atletas e o toque de bola continua. Mesmo o Real Madrid, que sempre foi o "contraponto" do arquirrival Barcelona, vem efetivando atletas de sua base e jogando um futebol com a bola no chão.

O treinador Vicente Del Bosque (foto acima) ainda tem moral com os dirigentes da Real Federação de Futebol Espanhola. Tanto que ele foi mantido à frente da Furia apesar da decepção de 2014. Cartolas e torcedores não se esqueceram dos títulos de 2010 e 2012, e nem mesmo uma campanha ruim não foi suficiente para apagar aqueles dias de glória. Tão diferente do Brasil...

Del Bosque sabe que parte do fracasso da Espanha no último mundial se deve ao ter mudado pouco o time em relação a 2010. Não que isso fosse errado, afinal os atletas convocados ainda atuam em alto nível, mas a equipe estava envelhecendo e o selecionado espanhol apresentava pouca variedade de jogo. O próprio Guardiola já afirmava que o Barcelona, uma das bases da Furia, precisava renovar seu elenco para não se tornar dependente daquele grupo.

A presença de atletas mais jovens dá continuidade ao plano de renovação da Furia, iniciado neste ciclo. Há alguns remanescentes, como Sergio Ramos, Casillas, Busquets, Pedro, Piqué e Fàbregas. O restante é de atletas mais jovens ou pouco conhecidos fora da Espanha. Percebe-se também que Del Bosque convocou mais atletas oriundos do Atlético de Madrid e do Real Madrid, mostrando que o treinador deseja testar novas maneiras de jogo além do bom e velho Tiki-Taka. Lamentei apenas a ausência do meia Juan Mata, mas compreendo sua ausência sabendo que ele está em má fase no Manchester United.

A Espanha terá um jogo válido pelas Eliminatórias da Euro 2016 contra a Bielorrússia no dia 15 de novembro, e depois fará um amistoso contra a Alemanha no dia 18. Será um grande clássico europeu confrontando duas das melhores escolas de futebol da atualidade.

O caminho da renovação nunca é fácil e o clima de cobrança é sempre grande, ainda mais quando o time tenta reaprender a atuar sem seus ídolos e precisa ganhar entrosamento. A Espanha, assim como vem acontecendo com a Alemanha, cometeu alguns tropeços diante de rivais de pouca expressão e ainda está se acostumando à sua nova realidade. Os resultados esperados, portanto, só devem aparecer a longo prazo, provavelmente em junho de 2016, quando a Eurocopa terá seu início.



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