domingo, 16 de novembro de 2014

A Tragédia que Chocou o Futebol Alemão

Imagem extraída de https://www.facebook.com/RobertEnkeStiftung/



Há cinco anos atrás, o goleiro Robert Enke (foto) se matou causando uma grande comoção no futebol. O atleta foi encontrado morto próximo a uma linha férrea em 2009.

Enke passou a sofrer de depressão após uma série de tragédias e fracassos, incluindo a morte da filha Lara (foto acima), as passagens mal-sucedidas pelo Barcelona e Fenerbahçe. O goleiro se atirou contra um trem em movimento em Neustadt am Rübenberge, na Alemanha.

O goleiro estava em boa fase no Hannover 96, seu último clube antes de sua morte. Antes disso, ele havia passado por Carl Zeiss Jena (clube que o revelou), Mönchengladbach, Benfica, Barcelona, Fenerbahçe e Tenerife. Enke também defendeu a Seleção Alemã em 1999 na Copa das Confederações e em 2008 na Eurocopa. Porém, nem mesmo o carinho da torcida de Hanover ou o vice da Euro foram suficientes para fazê-lo superar as tragédias passadas.

Sua viúva, Teresa (foto abaixo, ao lado do zagueiro Mertesacker), fundou a Robert Enke Stiftung ("Fundação Robert Enke", em alemão) alguns meses após a tragédia. A instituição leva o nome do finado goleiro e tem o objetivo de alertar os riscos envolvendo a saúde mental de jogadores. O seu clube, o Hannover 96, também prestou votos de solidariedade ao jogador e anunciou a aposentadoria da camisa 1 como homenagem póstuma ao atleta.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/RobertEnkeStiftung/



A trágica morte de Enke traz à tona uma eterna discussão filosófica: até que ponto a fama e a fortuna se traduzem em felicidade?

Enke jamais teve dificuldades em encontrar grandes clubes interessados em seu talento. As suas passagens pela Mannschaft são provas cabais de sua perícia sob as traves. O atleta também era amado pelo seu torcedor -ele era ídolo no Hannover 96- e seus fãs pediam a convocação do arqueiro para as Copas de 2006 e 2010.

Tudo o que o goleiro conquistou, no entanto, jamais foi o suficiente para fazê-lo esquecer os fracassos em sua carreira ou superar a perda da filha.

Vendo o caso de Enke, penso nos atletas da atualidade. Os jogadores são verdadeiras fontes de lucro e de títulos, mas eles mesmo se esquecem de que também são seres humanos. Eles possuem família, amigos e vidas pessoais, mas a fama e a fortuna os obrigam a encarar a vida de uma maneira diferente das pessoas comuns. Talvez por baixo de cada sorriso demonstrado em uma foto ou imagem, esteja escondido um ser humano vulnerável e implorando por ajuda. Penso em casos como o do atacante Adriano, que nunca mais foi o mesmo jogador após a morte do pai.

A tragédia de Enke nos alerta a respeito dos perigos da depressão e de qualquer problema mental ou psicológico. Mais do que isso, nos mostra como a fortaleza criada pela fama e pela riqueza nem sempre é capaz de proteger o ser humano da dor e das tragédias da vida.

Jogadores não são máquinas ou produtos para gerarem lucros.

Jogadores são seres humanos como qualquer um de nós.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/RobertEnkeStiftung/



Leia mais:

Robert Enke Stiftung (site oficial em alemão): http://www.robert-enke-stiftung.de/

Robert Enke Stiftung -Página no Facebookhttps://www.facebook.com/RobertEnkeStiftung

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