terça-feira, 11 de novembro de 2014

Acreditar

Imagem extraída do Facebook oficial de Johan Cruyff- https://www.facebook.com/JohanCruyff14/



Você já deve ter ouvido histórias a respeito de jogadores considerados problemáticos, quase sempre dotados de grande talento mas com grande potencial para cometerem atos de indisciplina que variam desde escapadas da concentração, passando por uso de substâncias ilícitas e até mesmo envolvimento com atividades criminosas.

Estes atletas quase sempre são evitados pelos clubes, pois acredita-se que contribuem de forma negativa para os times, além de "contaminarem" o restante do elenco.

Quando os times entram em crise, dirigentes e torcedores costumam atribuir a má fase da equipe a esses atletas. Reparem que quando os times não rendem em campo, a primeira atitude que se toma é a de se caçar jogadores considerados baladeiros. Se algum é descoberto, dirigentes geralmente jogam o atleta contra a torcida e o torcedor passa a demonizar o jogador. O atleta acaba se tornando um bode expiatório para a crise.

Os clubes acabam perdendo talentos desta forma quando agem assim. Em nome dos resultados a curto prazo e da necessidade de se encontrar um culpado, descarta-se um atleta ao invés de recuperá-lo.

Falta aos nossos clubes paciência. É preciso parar de agir pelo imediatismo. Deveria se pensar mais a longo prazo.

Se um atleta apresenta algum problema disciplinar, que tal tentar entender a origem de seu problema e recuperá-lo? Por que deixar um talento se perder quando é possível colocá-lo nos trilhos novamente e transformar seu potencial em títulos?

Uma história que eu já mencionei mas sempre gosto de repetir é a da relação do Mestre Johan Cruyff (foto) com Romário. Cruyff foi o treinador do Baixinho no Barcelona e já sabia do gosto do brasileiro pela noite. O treinador holandês, ao invés de punir o atacante pelas suas escapadas, fez um acordo com o Baixinho: Romário teria direito a dias de folga extras dependendo da quantidade de gols marcados nos jogos.

Uma solução inteligente que transformou o defeito de Romário em um incentivo para que o atleta melhorasse seu desempenho em campo. E o Barça manteve um atleta que fez história no clube ao invés de expulsá-lo como punição.

Por que os dirigentes e treinadores daqui não pensam como o Mestre Cruyff? Porque querem apenas resultados a curto prazo obtidos pelas soluções mais simples ao invés de buscarem alternativas mais inteligentes para recuperar um atleta talentoso considerado problemático.

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