terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A Universidade e o Esporte




Quando eu ingressei no mundo universitário no distante ano de 2003, eu nunca dei bola para as chamadas associações acadêmicas, como atlética e centro acadêmico. Acreditava na época que tínhamos de frequentar a faculdade única e exclusivamente para estudar. Para mim, festas, pratica de esportes, CA e afins não passavam de uma grande perda de tempo.

A minha visão era a mesma da maioria das pessoas que não faz parte do mundo universitário. Para mim, o nome da universidade era construído apenas pela qualidade de seu ensino, bem como as consequências disto, como a formação de profissionais bem-sucedidos no mercado de trabalho e a publicação de artigos científicos. Então, por que uma faculdade precisaria ter uma atlética e disputar jogos? Por que deveríamos "tirar os alunos das salas de aula" e fazê-los "perder tempo" com futebol, vôlei, basquete e afins?

Uma grande universidade vive da qualidade de seus alunos. Mas bons alunos não são feitos apenas de boas notas nas provas ou de seus artigos publicados. O universitário, além de adquirir conhecimento, precisa aprender a conviver com as pessoas, trabalhar em grupo e melhorar suas habilidades sociais. E tais valores dificilmente são aprendidos e aperfeiçoados em sala de aula.

A prática do esporte traz benefícios óbvios, como o combate ao sedentarismo, o ganho de massa muscular, o consumo de calorias, entre outros. O esporte, mais do que isso, permite que o universitário adquira (caso não tenha desenvolvido em sua infância e adolescência) e aperfeiçoe suas habilidades sociais.

Nos esportes coletivos -futebol, vôlei, basquete, ...- o universitário aprende a trabalhar em equipe. Mesmo que existam atletas capazes de resolver um jogo sozinhos, um jogador sempre precisará da ajuda da equipe para alcançar seu objetivo. Ele terá de superar o individualismo, confiar nos companheiros e aprender a trabalhar em equipe se quiser pontuar e, com isso, chegar à vitória. Sua prática também requer disciplina e dedicação para que o aluno possa melhorar suas habilidades e manter-se em forma para as partidas. O esporte, portanto, é uma excelente maneira para se desenvolver e aperfeiçoar as habilidades sociais de uma pessoa, como convívio e caráter.






Penso também na importância do esporte para a faculdade e para universidade como instituições. Quando o aluno compete nos campeonatos universitários, ele também está representando a faculdade onde estuda. Esse tipo de valor ficou encoberto pelo dinheiro no esporte profissional, mas quando o atleta compete, ele também está representando o seu clube. No caso de competições internacionais, ele também está defendendo a bandeira de seu país, a sua nação, a sua pátria-mãe.

Cada participação de um time universitário, portanto, é uma maneira de se engrandecer o nome de uma faculdade ou de uma universidade. As vitórias e os títulos, obviamente, são o objetivo de cada participante, mas o mais importante é que o aluno lembre-se de que ele também está competindo pela honra da instituição em que estuda, ganhando ou perdendo.

Em outros países, os jogos universitários são levados tão a sério que existem ligas semi-profissionais, e a rivalidade entre as instituições chegam a ser comparadas a um Corinthians X Palmeiras.

Não obrigo que um aluno pratique um esporte pela sua faculdade, eu apenas incentivo que ele o faça. A vida universitária é um momento único e inesquecível. É a transição da vida adolescente para a vida adulta. Ver uma faculdade como uma mera instituição de ensino é como avaliar um iceberg apenas pela sua ponta exposta. É preciso viver a vida universitária em todos os seus sentidos para que se tenha um aprendizado completo e também extrair o que a instituição tem a oferecer de melhor.

E escrevo isto como um aluno que jamais se interessou pela atlética de sua faculdade durante a graduação e só foi compreender sua importância após obter seu diploma.



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