quinta-feira, 24 de junho de 2021

Euro 2021: Balanço da Fase de Grupos

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Terminou ontem a fase de grupos desta Euro 2020, que eu chamo de Euro 2021. Tivemos, de modo geral, partidas de bom nível técnico e bastante emocionantes, embora haja algumas exceções. O jogo mais físico continua sendo a tendência, em detrimento à técnica ou ao talento em muitos casos.

Foi muito interessante observar a atuação dos meio-campistas durante as partidas. Os armadores não apenas estão dando passes para os atacantes, como também ajudam a pressionar a defesa adversária, se infiltram na zaga rival e até arriscam chutes de fora da área. Locatelli, Modrić e Wijnaldum foram alguns dos que se valeram destes recursos.

Tivemos também um número elevado de gols contra -foram oito até o momento. Curiosamente, vários deles tiveram origem em cruzamentos que zagueiros ou goleiros tentaram interceptar e tiveram a infelicidade de empurrar contra a própria meta.

Os times que trabalham trocando passes (Espanha, Alemanha e Croácia) apresentaram muita dificuldade em aproveitar as chances criadas. Parece que faltou um Fernando Torres, um Miroslav Klose ou um Mario Mandžukić para arrematar as jogadas, ou para abrir espaços para infiltração dos ponteiros. Algo para ser considerado pelos seus respectivos treinadores para as próximas partidas.

Faremos um pequeno balanço desta primeira fase da Euro 2021, destacando os melhores e piores times, jogadores e partidas. Confiram:



SELEÇÃO DA FASE DE GRUPOS:

Goleiro- Robin Olsen (Suécia): não foi o goleiro menos vazado -Gigi Donnarumma da Itália teve três clean sheets mas o italiano quase não teve trabalho. O sueco Olsen segurou a Espanha e a Eslováquia. Só não conseguiu deter o grandalhão Lewandowski, mas aí seria pedir demais...

Lateral-Direito- Denzel Dumfries (Holanda): é fraco defensivamente, mas é um monstro no ataque. Infernizou seus rivais pelo lado direito e ainda anotou dois gols.

Zagueiro- Victor Lindelöf (Suécia): foi vital para a classificação da Suécia e ajudou Olsen a garantir dois clean sheets. Cabe a ressalva, porém, que os dois gols que Lewandowski anotou saíram pelo seu lado.

Zagueiro- Leonardo Bonucci (Itália): participou dos três jogos da 1ª fase e terminou a etapa zerado. Mesmo com 34 anos, ainda mostra muita segurança e muita técnica na defesa.

Lateral-Esquerdo- Robin Gosens (Alemanha): ele praticamente resolveu o jogo contra Portugal participando dos quatro gols.

Volante- Gini Wijnaldum (Holanda): um monstro dentro de campo, tanto no ataque quanto na defesa. E ainda deixou três gols.

Volante- Paul Pogba (França): jogou abaixo do que poderia render, mas foi o suficiente para decidir diante da Alemanha e para salvar a França diante de Portugal.

Meia- Luka Modrić (Croácia): estava entre Modrić e Locatelli da Itália. O croata foi eleito por ter participado dos três jogos -o italiano não foi a campo na terceira partida. E, mesmo aos 35 anos, o jogador do Real Madrid fez toda a diferença em campo e foi fundamental para a classificação de seu time.

Meia- Emil Forsberg (Suécia): anotou três gols, é veloz e sabe se impor fisicamente. Foi um diferencial para a Suécia se classificar.

Atacante- Patrick Schick (República Checa): três gols sendo um deles uma pintura do meio-de-campo e muita raça ao bater um pênalti com o nariz sangrando. Isso sem mencionar que ele se movimenta e se infiltra muito bem.

Atacante- Cristiano Ronaldo (Portugal): cinco gols, muita dedicação e uma vontade tão grande de vencer que nem parece que está com 36 anos.

Treinador- Roberto Mancini (Itália): renovou sua equipe e fez da Itália um time empolgante sem romper com as tradições defensivas.



Seleção da fase de grupos escalada em
4-4-2 (imagem obtida via this11.com)



MELHOR TIME- Itália: empolga e joga um futebol de encher os olhos, sem romper com sua tradição defensiva.

PIOR TIME- Turquia: apresentou um futebol tímido e pouco condizente com o ótimo elenco que tem à disposição. Anotou apenas um gol e levou oito.

MELHOR PARTIDA- Holanda X Ucrânia, válida pela 1ª rodada do Grupo C: jogo disputado, de bom nível técnico, com dois times dispostos a buscar o resultado, futebol de encher os olhos e pouquíssimas faltas.

PIOR PARTIDA- Espanha X Suécia, válida pela 1ª rodada do Grupo E: dois times sem nenhuma ousadia ou vontade de vencer. Jogo sonolento e que terminou em um justo 0X0.

SURPRESA- Suécia: terminou líder no Grupo E, que tinha a Espanha e a Polônia.

DECEPÇÕES- Turquia e Polônia: ambos possuíam times para chegar ao menos nas oitavas-de-final e as suas chaves estavam longe de serem complicadas, mas a Turquia foi tímida demais em campo e a Polônia se mostrou dependente demais de Lewandowksi. Ambas se despedem da Euro 2021 na lanterna de seus respectivos grupos.

MELHOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Robin Gosens (Alemanha) diante de Portugal na 2ª rodada do Grupo F: o lateral-esquerdo participou dos quatro gols alemães e fez toda a diferença diante de um rival fortíssimo.

PIOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Grzegorz Krychowiak (Polônia) diante da Eslováquia na 1ª rodada do Grupo E: foi merecidamente expulso após tomar dois amarelos e sabotou a reação polonesa no momento em que seu time estava melhor em campo.

MELHOR ATUAÇÃO COLETIVA- Itália diante da Suíça na 2ª rodada do Grupo A: a Azzurra foi praticamente impecável nesta partida. Todos os setores funcionaram muito bem, a Itália teve iniciativa, não deixou a Suíça jogar e praticamente não houve erros. Merecia vencer por um placar bem maior do que os 3x0.

PIOR ATUAÇÃO COLETIVA- Eslováquia diante da Espanha na 3ª rodada do Grupo E: nada deu certo para a Eslováquia neste dia. O ataque foi tímido, a defesa aceitou a pressão espanhola e o goleiro fez um gol contra bizarro. E o treinador também errou ao colocar seu time apenas para segurar o empate.

 


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