terça-feira, 15 de junho de 2021

Tamanho É Documento, Sim!

Imagem extraída de www.facebook.com/manchesterunited



Gostem ou não, o tamanho e a força física têm sido os grandes diferenciais do futebol atual. Ainda há espaço para o talento individual, o toque de bola e o jogo coletivo observados em anos anteriores, mas a velocidade, os músculos e até mesmo o porte do atletas têm sido decisivos durante as últimas temporadas. E o triunfo da França sobre a Alemanha foi mais uma evidência disto.

A Alemanha foi a campo em 3-4-3. O time manteve a linha do que Joachim Löw demonstrou em ciclos anteriores, com futebol leve, toque de bola e jogo coletivo. A Mannschaft adiantava suas linhas e trocava passes em busca de espaços na zaga francesa, mas os rivais conseguiam interceptar as jogadas mais perigosas, seja na técnica, seja na imposição física.

A França foi a campo em 4-3-3. A estratégia foi utilizar os homens de frente para interceptar os passes alemães. Se não tivessem êxito, se recolhiam próximos à área de Lloris e articulavam contra-ataques com os laterais ou com o meia Pogba.

O camisa 6 da França, aliás, foi o grande diferencial durante o primeiro tempo. O meia/volante articulou as principais jogadas ofensivas dos Bleus, driblou e utilizou muito bem seus 1,91m para ganhar as divididas com os "baixinhos" alemães. E, claro, foi o Polvo que fez a jogada que culminou no gol contra de Hummels. 

Benzema, Griezmann e Mbappé também demonstraram muito entrosamento apesar do pouco tempo juntos, invertendo posições o tempo todo, trocando passes e até ajudando na marcação quando necessário.



Alemanha, em 3-4-3, circula a bola próximo à área de Lloris em
busca de espaços, mas encontram um ferrolho azul no caminho.
França, em 4-3-3, utiliza os homens de frente para interceptar os
passes alemães, com os três atacantes se movimentando o tempo
todo. Se não conseguissem, articulavam contra-golpes com
Pogba (imagem obtida via this11.com



A Alemanha manteve a estratégia no segundo tempo e até criou chances mais claras, mas o nervosismo dos jogadores fez com que errassem o alvo ou os passes. França apenas administrou o resultado e até conseguiu vazar Neuer duas vezes com Mbappé e Benzema, mas os atacantes foram flagrados em impedimento.

Joachim Löw só mexeu no time quase na metade da segunda etapa e, mesmo assim, a Alemanha seguiu na mesma toada, tocando a bola, levando pouco perigo ao gol de Lloris e errando muitas jogadas por pura ansiedade.

França, percebendo que o rival não conseguiria transpor o ferrolho azul, se limitou a dar descanso aos jogadores mais desgastados.



Alemanha aumenta a pressão em 4-4-2 mas não muda a estratégia,
além de ver suas jogadas interceptadas pelos rivais mais altos e
mais fortes. França contra-ataca pelas pontas, mas seus atacantes
são flagrados em impedimento (imagem obtida via this11.com)



França consagra o modelo proposto por Didier Deschamps de "jogar por uma bola" e se valer da força física de seus atletas. Alemanha, por outro lado, mostra que o estilo de Joachim Löw já está desgastado e manjado pelos adversários apesar da renovação do elenco.

A Alemanha, aliás, ainda sente a falta de um Schweinsteiger ou de um Klose, jogadores capazes de se impor fisicamente. O grandalhão Goretzka, que estava fora por lesão, teve a sua ausência bastante sentida na partida de hoje.

Algum dia, talvez alguém encontre algum outro meio para que atletas baixinhos e sem muita força física possam se impor novamente como Guardiola e Aragonés fizeram durante o final da década de 2000 com o Tiki-Taka. O momento, porém, é dos jogadores grandes e fortes, e a partida de hoje foi mais uma prova cabal disto.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



 

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