segunda-feira, 21 de junho de 2021

O Milagre de Copenhague

 

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



A Dinamarca chegou à última rodada da fase de grupos com um pé fora da Eurocopa 2021: era lanterna de sua chave sem nenhum ponto somado, precisava vencer a Rússia, torcer para que a Bélgica derrotasse a vizinha Finlândia e ainda tirar a diferença no saldo de gols. Não bastava apenas ganhar o jogo, era necessário sorte, muita sorte.

O treinador Kasper Hjulmand mudou o esquema de 4-3-3 para 3-4-3 com o lateral esquerdo Mæhle se juntando ao meio-de-campo. Com a necessidade do resultado, a Dinamarca optou por correr riscos, adiantando as linhas e fazendo pressão.

À Rússia o empate era suficiente. O treinador Stanislav Cherchesov "espelhou" o 3-4-3 dinamarquês e procurou jogar no desespero adversário. Os russos articulavam contra-ataques pela direita com o brasileiro naturalizado Mário Fernandes e com Golovin pela esquerda, mas o goleiro Kasper Schmeichel não teve muito trabalho durante o primeiro tempo.

A marcação russa dificultava o trabalho dos atacantes dinamarqueses. A Dinamarca, então, passou a pressionar a saída de bola adversária com os meias, além de arriscar chutes de fora da área. Foi desta maneira que Damsgaard encobriu o goleiro Safonov. 1x0 para os Rød-Hvide.

A Dinamarca fazia sua parte em Copenhague empurrada por sua torcida, mas o placar em São Petersburgo ainda indicava 0x0. A Bélgica, mesmo com quase todos os titulares em campo, não havia vazado a Finlândia até o final da primeira etapa.



Dinamarca, em 3-4-3, utiliza os meio-campistas para pressionar
a saída de bola russa e também para arriscar chutes de fora da
área. Rússia se defende em 5-4-1, tirando o espaço dos atacantes
dinamarqueses e contra-ataca em 3-4-3, com Mário Fernandes
pela direita e Golovin pela esquerda (imagem obtida via this11.com)



O gol incendiou a Dinamarca que seguiu insistindo na marcação alta. Pressionando a saída de bola russa, os Rød-Hvide forçam um erro do volante Zobnin, que recua mal uma bola e deixa Yurary livre para aumentar para os donos da casa. 2x0.

O treinador Stanislav Cherchesov responde adiantando seu time e forçando mais o jogo pela esquerda. Em jogada por aquele lado, Sobolev é derrubado por Vestergaard e o juiz marca pênalti para a Rússia. Dzyuba diminui para os visitantes ao mesmo tempo em que um gol da Bélgica é anulado. O estádio fica em silêncio.

A Dinamarca não desanimou e seguiu pressionando a Rússia. Após uma confusão na área de Safonov, o zagueiro Christensen aparece de surpresa e fuzila o goleiro com mais um chute de fora da área. 3x1. Ao mesmo tempo, chega a notícia de que a Bélgica havia aberto o placar contra a Finlândia. A combinação garantia os Rød-Hvide nas oitavas.

Mæhle, em mais um petardo de fora da área, sela a classificação dos dinamarqueses. 4x1. De quebra, chega a notícia de que a Bélgica havia ampliado sobre a Finlândia em 2x0. O Parken Stadium vai à loucura e estava sacramentado o "Milagre de Copenhague".



Rússia, em 4-4-2, consegue equilibrar o confronto pela esquerda
com Karavayev e Golovin atacando por aquele lado, mas a
Dinamarca mantêm a pressão com o meio-de-campo e nocauteia
a equipe do Leste Europeu com mais chutes de fora da área
(imagem obtida via this11.com).



Dinamarca faz o "impossível" e pula da lanterna do grupo para a vaga nas oitavas-de-final. Foi necessária uma boa dose de sorte, afinal os Rød-Hvide não dependiam apenas de suas próprias forças mas a Bélgica colaborou. Méritos também ao treinador Kasper Hjulmand que não abriu mão de seu estilo de jogo a despeito das duas derrotas sofridas.

Rússia decepciona mais uma vez na Eurocopa. Após aquela grande campanha de 2008 com Arshavin e Pavlyuchenko chegando às semifinais, o time do Leste Europeu nunca mais passou da fase de grupos. Ao menos, a equipe desta vez demonstrou garra, ao contrário das eliminações de 2012 e de 2016 quando os russos foram totalmente apáticos em campo.

"O Milagre de Copenhague" teve uma boa dose de sorte, mas os Rød-Hvide fizeram valer a força de sua torcida e também jogaram por seu companheiro Christian Eriksen, que teve de deixar a competição após aquele ataque cardíaco na estreia. Méritos ao treinador Kasper Hjulmand e a seu elenco que em nenhum momento deixaram de acreditar na vaga por mais que as chances fossem mínimas.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




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