quarta-feira, 23 de junho de 2021

Movimento dos Sem Bola

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



"O problema é quando você tem a bola", disse o treinador Abel Braga afirmando seu estilo defensivista. E a frase do técnico cabe perfeitamente no confronto entre Portugal e França, com ambas as equipes mais acostumadas a jogar em contra-ataques do que propondo o jogo. A partida foi emocionante e divertiu, mas ficou aquela impressão que os dois times poderiam entregar mais.

O treinador português, Fernando Santos, bem que tentou propor mais o jogo. As Quinas necessitavam do resultado visto que sua classificação ainda não estava garantida, ao contrário dos franceses. Portugal foi a campo em 4-3-3 com Bernardo Silva à direita no ataque e dois meias armadores, João Moutinho e Renato Sanches. Danilo daria proteção à zaga.

Didier Deschamps, por sua vez, armou um curioso 4-4-2/4-2-3-1 com o atacante Griezmann voltando para fechar o meio-de-campo pelo centro. O zagueiro Koundé foi o lateral-direito e fez dupla com o meia-atacante Corentin Tolisso por aquele lado.

Ambos os times não se mostraram muito à vontade em campo, assim como havia sido quando enfrentaram a retrancada Hungria. As mudanças na escalação somadas às necessidades das equipes buscarem o jogo causaram um visível estranhamento em ambos os elencos.

Portugal, que necessitava do resultado para não correr tantos riscos, ofereceu mais perigo inicialmente. Sanches e Moutinho ajudaram a manter a bola no campo de ataque, mas o time buscava em demasia Cristiano Ronaldo ao invés de tentar os outros atacantes.

A França apenas tocava a bola no campo de defesa. Eventualmente, os laterais subiam ao ataque, principalmente Koundé pela direita. Pogba não foi tão agressivo como no primeiro jogo, mas mostrou muita visão de jogo nos passes longos.

As Quinas, após pênalti de Lloris em Danilo, abriram o placar com Ronaldo. Quase no final da primeira etapa, Semedo "devolveu" a gentileza e derrubou Mbappé na área da Rui Patrício. Benzema converteu e igualou o marcador. 1x1.



Portugal, em 4-3-3, propõe o jogo e tenta usar seus dois meias
(Moutinho e Sanches) para infiltrar na defesa ou acionar Ronaldo.
França em 4-4-2/4-2-3-1 (com Griezmann voltando para fechar
o meio) apenas toca a bola no campo de defesa e, eventualmente,
contra-ataca pelas pontas ou utiliza os passes longos de Pogba
tentando acionar Benzema (imagem obtida via this11.com).



A França consegue a virada logo no início do 2º tempo com Benzema aproveitando passe longo de Pogba. Minutos depois, Koundé coloca mão na bola dentro da área. Mais um pênalti para as Quinas que Ronaldo converte.

O jogo esfria após o gol de Ronaldo. Os dois times, com o empate, já estavam classificados. Algumas vaias foram ouvidas na Puskás Aréna, mas as equipes praticamente assinaram um "pacto de não-agressão" na segunda metade da etapa complementar e praticamente deixaram o tempo passar.



Resumo do 2º tempo: um belo passe de Pogba para Benzema
virar o jogo, e uma infiltração na esquerda de Ronaldo que
gerou um novo pênalti para Portugal empatar de novo.
Só (imagem obtida via this11.com)! 



O jogo entre Portugal e França foi bom, mas poderia ser melhor. Cabe o argumento de que as duas equipes precisavam se poupar para o mata-mata e que o empate já estava de bom tamanho para ambas, embora o resultado não fosse tão bom para as Quinas.

Não sou mais um defensor do futebol-arte e compreendo plenamente que uma vitória é sempre uma vitória, independente se o time ganhou jogando bonito ou se atuou de maneira apenas "eficiente". Não existe certo nem errado, são apenas estilos de jogo.

Os times, porém, poderiam oferecer um pouco mais, sobretudo levando-se em conta os elencos que têm à disposição. Ademais, ambos os times demonstraram muita dificuldade quando precisaram sair jogando. A partir das oitavas, a tendência é de que os adversários deem ainda menos espaço. Quinas e Bleus, portanto, terão de propor jogo daqui para frente, ou terão de se preparar para a loteria dos pênaltis.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




Nenhum comentário:

Postar um comentário