segunda-feira, 14 de junho de 2021

Times Novos, Ideias Velhas

Imagem extraída de www.facebook.com/SeFutbol



Quando liguei minha televisão para assistir à Espanha X Suécia, pensei por um momento que se tratasse de alguma reprise de Barcelona X Chelsea da temporada 2011-12, afinal vi dois times repetindo as mesmas jogadas daquela ocasião: um só tocando a bola sem competência para infiltrar ou finalizar, e o outro recuado em duas linhas de quatro sem coragem para atacar.

Luis Enrique, sem contar com um tridente Messi-Suárez-Neymar como nos seus tempo de Barcelona, mandou a Espanha tocar a bola em busca de espaços no ferrolho sueco. Não havia atacantes capazes de finalizar ou infiltrar. As bolas levantadas ou enfiadas eram facilmente interceptadas pelos grandalhões ou pelo goleiro Olsen.

A Suécia apenas se defendia mantendo todos os dez jogadores atrás da linha da bola. O único jogador que tentava mudar o cenário era o atacante Isak. O camisa 11 encantava com sua velocidade, seus dribles e sua raça. Foi o garoto de apenas 21 anos que criou as melhores chances da Sverige, seja em jogadas individuais, seja cavando lances de bola parada. Não havia, porém, companheiros para ajudá-lo na frente.



Espanha, em 4-3-3, faz o cerco na área sueca e toca a bola em busca
de espaços, mas não consegue furar o ferrolho rival e vê suas
jogadas serem interceptadas pelos adversários grandalhões. Suécia
se defende em 4-4-2 e tenta contra-atacar com a velocidade de
Isak (imagem obtida via this11.com)



As perspectivas não mudaram muito no segundo tempo. Luis Enrique simplesmente se limitou a trocar um meia por outro ou um atacante por outro. Nada de apostar em outra formação, jogadas individuais, infiltrações ou, quem sabe, na força física de Adama Traoré.

Tudo ficou pior quando o treinador sueco, Janne Andersson, abriu mão de Isak e abdicou de atacar em definitivo. A Suécia deu um ou outro susto na defesa espanhola mas a opção era visivelmente segurar o empate.

A Espanha apelou para os cruzamentos, chuveirinhos ou bolas enfiadas mas os grandões suecos continuavam a levar a melhor nas divididas com os baixinhos espanhóis. As poucas jogadas perigosas eram interceptadas pelo goleiro Olsen, seja no reflexo ou na sorte. 



Pegue a prancheta que você viu acima e vire-a de cabeça
para baixo. Pronto (imagem obtida via this11.com)!



Espanha desaponta pela falta de repertório. O futebol apresentando foi pouco condizente com uma comissão técnica que propunha renovar a equipe e mudar o estilo de jogo. O que se viu, no entanto, foi um retrocesso ao Tiki-Taka sem a mesma competência na execução.

Suécia também decepciona pela falta de ambição e ousadia. Era possível ganhar dos baixinhos espanhóis na base da imposição física ou apostando em contra-ataques com os velocistas Forsberg e Isak, mas o treinador optou por não correr riscos ao invés de buscar o resultado. Ao menos, a Sverige consegue cumprir o que foi proposto.

Foi o jogo de estreia de ambas as seleções e ambos os times provavelmente estavam nervosos com a importância da partida, mas ambas as equipes poderiam apresentar muito mais em campo. O que eu vi foi praticamente uma reprise de Barcelona X Chelsea de 2012.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




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