quarta-feira, 23 de junho de 2021

Tirando a Barriga da Miséria

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



A Espanha fazia uma campanha decepcionante até então nesta Euro 2020 (que eu chamo de Euro 2021). A Furia vinha de dois empates, anotou apenas um gol e ainda perdeu um pênalti diante da Polônia. Embora improvável, corria o risco de ser eliminada já nesta primeira fase e o time vinha sendo vaiado pelo próprio torcedor. Era necessário dar uma resposta no jogo de hoje e justificar os três títulos na competição.

O treinador Luis Enrique sacou Llorente, Pau Torres, Rodri e Dani Olmo para as entradas de Azpilicueta, Eric García, Busquets e Sarabia, respectivamente. Ao invés de apenas trocar passes, a Espanha apostou em um jogo mais vertical e agressivo, como Lucho adotava em seus tempos de Barcelona. Cruzamentos e chutes de fora da área também foram observados desta vez.

A Eslováquia, que necessitava apenas de um empate, parecia um tanto acomodada no jogo. Os Sokoli praticamente não jogaram durante todo o primeiro tempo, recuaram suas linhas e se limitaram a esperar por um erro espanhol. Aliás, durante muitos momentos, os eslovacos respeitaram em demasia os adversários.

A Furia teve a oportunidade de abrir o placar com Morata após um pênalti discutível de Hromada em Koke. O atacante da Juventus, porém, mandou nas mãos de Dúbravka. Parecia que a Espanha decepcionaria mais uma vez.

A presença de Sarabia, no entanto, fez toda a diferença. O jogador se movimentou bastante na área eslovaca, atacando pelos dois lados. O meia-atacante do Paris Saint-Germain deu um petardo de fora da área que Dúbravka rebateu para cima e depois empurrou contra o próprio gol. 1x0 Espanha. Minutos depois, após cobrança de escanteio, Pedri deixou Laporte livre para aumentar de cabeça.



 
Espanha, em 4-3-3, acelera o jogo, adianta linhas e não deixa a
Eslováquia sair com a bola. Desta vez, a Furia ataca mais pelo
lado direito com Koke e Sarabia, que se infiltra por ambos os lados.
Sokoli ficam totalmente imobilizados, cometem muitas faltas e ainda
dão azar em falha do goleiro Dúbravka (imagem obtida via this11.com).



A Eslováquia até ensaiou uma reação no 2º tempo mas foi tímida em suas infiltrações e ainda respeitou demais os adversários. Espanha aproveitou e fez mais dois gols com participação de Sarabia: primeiro em chute de dentro da área e depois dando passe para Ferran Torres após cobrança de escanteio.

Os Sokoli já estavam totalmente conformados com a derrota e não conseguiam sequer esboçar alguma reação. E ainda levaram mais um gol contra, com Juraj Kucka tentando tirar bola cruzada na área mas empurrando contra o próprio patrimônio. Luis Enrique, então, optou por rodar o elenco e dar ritmo de jogo a alguns reservas.



Eslováquia, em 4-5-1, tenta uma reação mas respeita demais o
adversário e é castigada. Espanha, em 4-1-4-1, apenas administra
o jogo, mas os reservas entram com vontade e conseguem mais
três gols no 2º tempo (imagem obtida via this11.com).



Espanha consegue a vaga e ganha moral para a sequência da competição. A goleada por 5x0 deixará os próximos adversários preocupados e Luis Enrique aprende a lição de que o Tiki-Taka já não possui a eficiência de 2008-2012, sobretudo quando não há mais aquele meio-de-campo excepcional com Xavi e Iniesta.

Eslováquia paga pela falta de ambição e de ousadia. Está virtualmente eliminada da Eurocopa devido aos muitos gols sofridos. Apesar do elenco tecnicamente inferior ao dos adversários espanhóis, havia jogadores bons o suficiente para infiltrar na instável defesa ibérica, mas o time quis tentar jogar pelo empate.

A Furia se redime das exibições ruins das duas primeiras partidas e dá esperanças ao seu torcedor. Resta saber se a Espanha apendeu a sua lição nesta fase de grupos ou se continuará jogando em sua zona de conforto.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




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