domingo, 27 de junho de 2021

Leão ou Zebra?

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Holanda e República Checa têm em comum o leão em seus brasões. A Oranje, porém, era franca favorita no confronto de hoje devido a sua tradição, ao seu bom elenco e à ótima campanha na fase de grupos. O checos eram azarões desde a primeira fase visto que possuíam menos time que a Inglaterra ou a Croácia, mas parece que um dos leões foi uma "zebra" na partida de hoje...

A Holanda, em 3-5-2, começou oferecendo seu cartão de visitas com futebol intenso e linhas adiantadas. Os meio-campistas subiram menos para o ataque hoje talvez por uma questão de cautela. Coube aos laterais Dumfries e Van Aanholt acionar os atacantes Memphis e  Malen.

A República Checa, em 4-2-3-1, teve menos posse de bola mas não se limitou a contra-golpes. Os checos souberam se impor fisicamente e também criaram boas chances triangulando pelos lados, principalmente pela direita com Holeš e Masopust tentando acionar Schick.

O duelo foi surpreendentemente parelho durante o primeiro tempo, algo que ficou evidente nas estatísticas da partida. Ambas as equipes duelaram muito nos lados do campo e cada uma dela teve seu momento ao longo da etapa.



Holanda, em 3-5-2, utiliza seus laterais para se infiltrar na zaga checa
ou tentando acionar os atacantes Malen e Memphis. República Checa,
em 4-2-3-1, responde também pelos lados, principalmente pela
direita, com Holeš e Masopust triangulando e tentando servir
Schick (imagem obtida via this11.com).



A Holanda, porém, leva um duro golpe no início da segunda etapa com a expulsão de De Ligt por colocar a mão na bola em chance clara de gol para a República Checa. Com um jogador a menos, a Oranje se desestabilizou e passou a se afobar em campo.

Melhor para os checos, que passaram a adiantar suas linhas e a pressionar mais os holandeses. Após muita insistência, a República Checa abriu o placar com Holeš em cobrança de falta. Minutos depois o mesmo Holeš serviria o artilheiro Schick para dar o golpe final na Holanda.

A República Checa, após o segundo gol, se limitou a controlar a partida. A Holanda ainda tentou correr atrás do prejuízo mas a desvantagem numérica e a ansiedade dos jogadores dificultava qualquer ação por parte da Oranje. Nem as substituições propostas pelo treinador Frank de Boer foram suficientes para estabilizar sua equipe.



Frank de Boer tenta reorganizar a Holanda com um jogador a menos,
mas a ansiedade atrapalha demais a Oranje que acaba sucumbindo
diante da marcação alta dos checos (imagem obtida via this11.com).



A República Checa volta às quartas-de-final, algo que não acontecia desde 2004 quando a geração de Pavel Nedvěd eliminou a própria Holanda coincidentemente. Os checos tiveram uma boa dose de sorte com a trapalhada de De Ligt, mas também tiveram méritos por jogar sem medo de seus adversários a despeito das discrepâncias entre os elencos.

Holanda dá azar em jogo decisivo. A expulsão de Matthijs de Ligt afetou todo o time, tanto em aspectos técnicos quanto em psicológicos. O jovem defensor não pode ser crucificado pela eliminação, afinal tem só 21 anos e foi muito mais um acidente do que um lance premeditado. A derrota, porém, precisa ensinar ao zagueiro que um único erro individual pode comprometer todo um trabalho coletivo, como aconteceu na partida de hoje.

Hoje vimos um dos leões se tornar uma zebra em campo, Sorte ou méritos próprios, a República Checa mostrou que nenhum time pode ser subestimado em campo por mais que as equipes sejam consideradas "azaronas". Aliás, o próprio treinador Jaroslav Šilhavý reconhecia que as chances de sua equipe ir longe eram remotas. Mas, pelo visto, não são nulas.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




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