sábado, 5 de junho de 2021

Especial Eurocopa 2021: Grupo A

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



O blog Farma Football começa hoje uma série de posts analisando os seis grupos da Eurocopa, cujo início se dará na próxima sexta-feira, dia 11 de junho. Serão exatamente trinta dias de competição para definir a melhor seleção da Europa. O campeonato deve ocorrer a despeito da pandemia visto que a UEFA realizou até mesmo testes com público reduzido durante as finais da Champions League e da Europea League. Não haverá um país-sede e as partidas serão realizadas em várias cidades pelo continente.

O primeiro post da série aborda o Grupo A, composto por Itália, Suíça, País de Gales e Turquia. Os jogos deste agrupamento serão realizados no Stadio Olimpico em Roma (Itália) e no Bakı Olimpiya Stadionu em Baku (Azerbaijão). Não há cabeças-de-chave formais a despeito das seleções terem sido classificadas por ranking.

O Grupo A tem a Itália como franca favorita mas a Azzurra ainda é vista com desconfiança dado o mau desempenho recente da seleção. Suíça, País de Gales e Turquia jamais conquistaram títulos mas são equipes de muita garra, contam com alguns bons jogadores e podem tornar esta chave bem mais interessante. Os palpites foram dados neste post.



ITÁLIA- O RECOMEÇO



Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio



Títulos na Competição: um (1968)

Federação: Federazione Italiana Giuoco Calcio (FIGC)

Como se Classificou: 1ª colocada no Grupo J

Treinador: Roberto Mancini

Capitão: Giorgio Chiellini (zagueiro)

Expectativa: quartas-de-final



A Itália esticou a corda o quanto pôde utilizando como base a Juventus da década passada (Buffon, Barzagli, Chiellini, Bonucci, Pirlo, Marchisio, ...) mas aquela geração já estava apresentando sinais de esgotamento e a Azzurra acabou fora da Copa 2018, além de decepcionar na Liga das Nações.

Os dirigentes da FIGC, então, iniciaram um processo de renovação do grupo com o treinador Roberto Mancini, que passou a apostar em atletas mais jovens ainda que alguns deles não atuem pelas equipes principais de seus clubes. Os polêmicos oriundi ("descendentes de italianos"- termo utilizado para jogadores naturalizados) continuaram a ter espaço, incluindo três nascidos no Brasil: Jorginho, Emerson Palmieri e Rafael Tolói.

A aposta, apesar de arriscada, mostrou-se certeira com a Itália se classificando à Euro com dez vitórias em dez jogos. Ademais, a Azzurra está invicta desde outubro de 2019 -a última derrota foi na Liga das Nações em setembro daquele ano diante de Portugal.

A atual geração ainda não parece pronta para brigar pelo troféu devido à falta de maturidade mas já mostra um caminho a ser seguido. O peso da camisa deve ajudar nas partidas iniciais mas ainda não parece ser o momento para a reviver as glórias.



Destaque- Jorginho (volante): titular absoluto e campeão da Champions League pelo Chelsea, Jorginho (que é brasileiro naturalizado italiano) chega com moral para a primeira Eurocopa de sua carreira. Terá a difícil missão de substituir Pirlo na proteção à zaga mas, se repetir pela Azzurra o bom desempenho pelos Blues, o meio-de-campo italiano estará em boas mãos (ou pés).



Convocados (a lista final ainda pode sofrer modificações)

Goleiros: Gianluigi Donnarumma (Milan), Alex Meret (Napoli), Salvatore Sirigu (Torino)

Defensores: Francesco Acerbi (Lazio), Alessandro Bastoni (Inter), Leonardo Bonucci (Juventus), Giorgio Chiellini (Juventus), Giovanni Di Lorenzo (Napoli), Emerson Palmieri (Chelsea), Alessandro Florenzi (Paris Saint-Germain), Leonardo Spinazzola (Roma), Rafael Toloi (Atalanta)

Meio-campistas: Nicolò Barella (Inter), Bryan Cristante (Roma), Jorginho (Chelsea), Manuel Locatelli (Sassuolo), Lorenzo Pellegrini (Roma), Stefano Sensi (Inter), Marco Verratti (Paris Saint-Germain)

Atacantes: Andrea Belotti (Torino), Domenico Berardi (Sassuolo), Federico Bernardeschi (Juventus), Federico Chiesa (Juventus), Ciro Immobile (Lazio), Lorenzo Insigne (Napoli), Giacomo Raspadori (Sassuolo)



SUÍÇA- ETERNA COADJUVANTE?



Imagem extraída de www.facebook.com/Swiss.Nati.Men



Títulos na Competição: nenhum

Federação: Schweizerischer Fussballverband (SFV)/Associazione Svizzera di Football (ASF)

Como se Classificou: 1ª colocada no Grupo D

Treinador: Vladimir Petković

Capitão: Granit Xhaka (volante)

Expectativa: oitavas-de-final



A Suíça é daquelas seleções que quase sempre se classifica para as grandes competições, até consegue ir ao mata-mata mas raramente vai além das oitavas-de-final. O time sempre entra com alguns bons jogadores mas raramente briga por algo e parece aceitar bem sua função de "coadjuvante".

Boa parte da geração que disputou as Copas de 2014 e 2018 ainda se faz presente, embora haja algumas novidades como Djibril Sow e Eray Cömert. Mesmo com as novidade, porém, a Suíça segue sem grandes expectativas. Se por um lado isto parece algo pessimista, por outro diminui o peso sobre a seleção e aumenta o fator surpresa.

Esta é provavelmente a seleção mais cosmopolita da Eurocopa com vários imigrantes ou descendentes de imigrantes representando um país europeu, como Granit Xhaka (filho de albaneses-kosovares), Yvon Mvogo (nascido no Camarões) e Bećir Omeragić (de ascendência bósnia).



Destaque- Granit Xhaka (volante): o meio-campista já demonstrava ser um líder nato no Borussia Mönchengladbach e no Arsenal (capitaneou o time em algumas partidas). Agora assume a braçadeira também na seleção de seu país. É um jogador de mais força do que técnica mas suas subidas ao ataque costumam surpreender os adversários.



Convocados (a lista final ainda pode sofrer modificações)

Goleiros: Yann Sommer (Borussia Mönchengladbach), Yvon Mvogo (PSV), Jonas Omlin (Montpellier)

Defensores: Manuel Akanji (Dortmund), Loris Benito (Bordeaux), Eray Cömert (Basel), Nico Elvedi (Mönchengladbach), Jordan Lotomba (Nice), Kevin Mbabu (Wolfsburg), Becir Omeragic (FC Zurique), Ricardo Rodríguez (Torino), Fabian Schär (Newcastle United), Silvan Widmer (Basel)

Meio-campistas: Christian Fassnacht (Young Boys), Edimilson Fernandes (Mainz), Remo Freuler (Atalanta), Admir Mehmedi (Wolfsburg), Xherdan Shaqiri (Liverpool), Djibril Sow (Eintracht Frankfurt), Ruben Vargas (Augsburg), Granit Xhaka (Arsenal), Denis Zakaria (Mönchengladbach), Steven Zuber (Eintracht Frankfurt)

Atacantes: Breel Embolo (Borussia Mönchengladbach), Mario Gavranović (Dínamo Zagreb) e Haris Seferović (Benfica)



PAÍS DE GALES- A HONRA DOS GUERREIROS



Imagem extraída de www.facebook.com/FAWales



Títulos na Competição: nenhum

Federação: Football Association of Wales (FAW)

Como se Classificou: 2º colocado no Grupo E

Treinador: Rob Page

Capitão: Gareth Bale (meia)

Expectativa: vem a passeio



O País de Gales surpreendeu já em sua primeira participação em uma Eurocopa na edição de 2016. Na ocasião, os então estreantes chegaram às semi-finais (caíram diante dos campeões portugueses) e fizeram história no futebol europeu.

As expectativas atuais, contudo, não são boas dada a dificuldade atual do grupo. A situação é agravada pelo mau momento vivido pelos seus principais jogadores, Aaron Ramsey e Gareth Bale. Não obstante, o treinador Ryan Giggs não estará presente no banco devido a problemas com a justiça -o interino Rob Page assume durante a competição.

Repetir a boa campanha de 2016, portanto, está fora de questão mas os galeses já mostraram ter muita raça mesmo diante de adversários mais tradicionais. Se demostrarem a mesma fibra de cinco anos atrás, é possível sonhar ao menos com as oitavas.



Destaque- Gareth Bale (meia-atacante): Bale, que já foi a contratação mais cara da história, caiu em desgraça no Real Madrid após as muitas lesões e as desavenças com o treinador Zidane. Ele tentou se reerguer no Tottenham mas não foi nem sombra do jogador da temporada 2013-14. Em sua seleção, porém, o meia atua com mais liberdade e em um ambiente mais leve que nos clubes. Isto pode fazer o craque reencontrar seu bom futebol.



Convocados (a lista final ainda pode sofrer modificações)

Goleiros: Adam Davies (Stoke City), Wayne Hennessey (Crystal Palace), Danny Ward (Leicester)

Defensores: James Lawrence (St. Pauli-ALE), Chris Mepham (Bournemouth), Chris Gunter (Charlton), Connor Roberts (Swansea), Joe Rodon (Tottenham), Rhys Norrington-Davies (Stoke City), Ben Cabango (Swansea), Ben Davies (Tottenham), Neco Williams (Liverpool)

Meio-campistas: Rubin Colwill (Cardiff City), Aaron Ramsey (Juventus), Joe Morrell (Luton Town), Ethan Ampadu (Chelsea), Joe Allen (Stoke City), Jonny Williams (Cardiff City), Matt Smith (Manchester City), Dylan Levitt (Manchester United), David Brooks (Bournemouth), Harry Wilson (Liverpool)

Atacantes: Dan James (Manchester United), Gareth Bale (Tottenham), Kieffer Moore (Cardiff City), Tyler Roberts (Leeds United)



TURQUIA- O NOVO E O VELHO



Imagem extraída de www.facebook.com/hakancalhanogluofficial



Títulos na Competição: nenhum

Federação: Türkiye Futbol Federasyonu (TFF)

Como se Classificou: 2ª colocada no Grupo H

Treinador: Şenol Güneş

Capitão: Burak Yılmaz (atacante)

Expectativa: oitavas-de-final



Ah, a década de 2000! A Turquia fez história durante o período ao conquistar um improvável terceiro lugar na Copa do Mundo de 2002 (caiu diante do Brasil e bateu a Coréia do Sul na disputa pelo bronze) e chegou às semifinais da Euro 2008 (foi eliminada pela vice-campeã Alemanha). Aquela geração colocou os Yıldızlılar no mapa do futebol e hoje a seleção do país é respeitada.

O grupo para a Euro 2021 está renovado e conta com novidades bastante interessantes como os zagueiros Çağlar Söyüncü e Ozan Kabak, o meia Hakan Çalhanoğlu e o atacante Cengiz Ünder. Há, ainda, a geração que fez história pelo Lille ao desbancar o Paris Saint-Germain na Ligue 1: o lateral Zeki Çelik, o meia Yusuf Yazıcı e o veterano atacante Burak Yılmaz.

Será muito difícil repetir o desempenho de 2008 mas o grupo é predominantemente jovem e tem muito potencial, tanto para se desenvolver quanto para surpreender. Chegar às oitavas estará de ótimo tamanho para a Turquia, mas a equipe pode sonhar com voos mais altos no futuro se for bem lapidada.



Destaque- Burak Yılmaz (atacante): o veterano Yılmaz terá a responsabilidade de liderar um grupo predominantemente jovem. Aos 35 anos, o jogador foi contratado de graça pelo Lille, anotou um gol atrás do outro, fez história ao destronar o milionário PSG e mostrou que ainda possui muita lenha para queimar apesar da idade.



Convocados (a lista final ainda pode sofrer modificações)

Goleiros: Mert Günok (Istambul Basaksehir), Ugurcan Çakir (Trabzonspor), Altay Bayindir (Fenerbahçe)

Defensores: Zeki Çelik (Lille), Çağlar Söyüncü (Leicester), Kaan Ayhan (Sassuolo), Merih Demiral (Juventus), Mert Müldür (Sassuolo), Ozan Kabak (Liverpool), Rıdvan Yılmaz (Beşiktaş), Umut Meraş (Le Havre)

Meio-campistas: Yusuf Yazıcı (Lille), Dorukhan Toköz (Beşiktaş), İrfan Can Kahveci (Fenerbahçe), Okay Yokuşlu (West Bromwich), Orkun Kökçü (Feyenoord), Ozan Tufan (Fenerbahçe), Taylan Antalyalı (Galatasaray), Hakan Çalhanoğlu (Milan)

Atacantes: Burak Yılmaz (Lille), Cengiz Ünder (Leicester), Enes Ünal (Getafe), Abdülkadir Ömür (Trabzonspor), Kerem Aktürkoğlu (Galatasaray), Halil İbrahim Dervişoğlu (Brentford), Kenan Karaman (Fortuna Düsseldorf)



 

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