segunda-feira, 29 de junho de 2015

Obrigado, Zambrano!

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF/



O Peru, embora não tenha praticado um futebol tão vistoso como o do Chile, estava jogando muito bem.

Os Incas, mais altos e mais fortes, tinham duas missões em campo: tirar os espaços dos rivais chilenos e apostar no jogo aéreo, ponto fraco da Roja.

O treinador Ricardo Gareca foi ousado e inteligente. Não quis apostar nas duas linhas de quatro frente ao gol de Gallese. Ao invés disso, adiantou a marcação para pressionar a saída de bola chilena e, ao mesmo tempo, criar chances de gol para sua seleção.

O Chile criou chances de gol, mas não conseguia trocar passes devido a falta de espaço e precisou usar bolas longas para acionar os atacantes.

Os peruanos, mesmo tendo menos posse de bola e jogando na casa do rival, estavam mandando no jogo.

Porém...



Peru, no 4-4-2, pressiona a saída de bola chilena e obriga o rival
a tentar lançamentos. Chile, no 4-4-2 "losango", tem dificuldades
em trocar passes e ainda oferece muitos contra-ataques para
os Incas (imagem obtida via this11.com).



O Peru pecou em um detalhe que foi crucial para a partida: seu jogadores foram muito truculentos em campo. Os grandalhões peruanos ganhavam as divididas com facilidades, mas cometiam muitas faltas nesse tipo de lance.

O zagueiro Carlos Zambrano, por sinal, exagerou nas divididas com Vargas aos 6 minutos e depois com Aránguiz aos 21. Levou amarelo nos dois lances e foi merecidamente expulso.

A saída do defensor peruano deu tudo o que o Chile precisava para jogar: espaço.

O Peru, que até então dominava, foi obrigado a se encolher em seu campo de defesa.

A Roja passou a fazer Tiki-Taka próximo à área de Gallese e era questão de tempo para o gol sair, com Eduardo Vargas aos 41 minutos, após um cruzamento de Alexis Sánchez.

Os Incas, embora em menor número, não se davam por vencidos. Articulavam contra-golpes com Carrillo, Guerrero e Farfán. E tiravam proveito da frágil defesa chilena para assustar Bravo.



Chile, com um a mais, consegue espaço e troca passes no
campo de ataque em busca do gol. Peru se defende com duas
linhas de quatro e tenta contra-ataques com Carrillo e Farfán
acionando Guerrero na frente. O winger Cueva é "sacrificado"
para a entrada do zagueiro Ramos (obtido via this11.com).



Mesmo em vantagem, o Chile vai em busca de mais gols. Sabia que a diferença por um gol ainda era perigosa e que o rival ainda brigaria pelo resultado.

Albornoz e Díaz deram lugar a Mena e David Pizarro.

O Peru, sem nada mais a perder, arrisca adiantando a marcação e colocando mais atletas ofensivos.

Consegue um gol contra após um espaço deixado pelo cruzeirense Mena: Advíncula corre, cruza a bola para Carrillo e Medel, em uma infelicidade, empurra a bola contra o próprio patrimônio.

A sorte do volante-zagueiro é que o Chile tinha mais técnica e talento. Após linda troca de passes, Eduardo Vargas acerta um lindo chute de fora da área no cantinho do gol de Gallese. 2x1.

O Chile foi em busca do terceiro.

O Peru não se rendia. Tentava o empate na raça e no contra-ataque.



Mesmo em vantagem, o Chile não se acomodou e continuou
a pressão. Peru, sem nada a perder, contra-atacava e se
arriscava (imagem obtida via this11.com).



Difícil não atribuir o resultado da partida à imprudência de Zambrano. O defensor foi expulso durante um momento em que sua seleção estava melhor em campo. Sua saída deu o espaço que o Chile precisava para envolver a marcação rival trocando passes.

O Chile, que não tinha nada a ver com isso, nos brindou com mais uma noite de belo futebol. O toque de bola agradável aliado à disposição de seus atletas fez a Roja merecer sua vaga na final.

O Peru não fez exatamente uma campanha ruim. Seu futebol não é uma obra-prima, mas foi divertido ver os belos lances protagonizados por Farfán e Cueva aliados à raça de Guerrero. Que os Incas tenham sorte na disputa pelo terceiro lugar.

Para ficar ainda melhor, espero que a Argentina confirme o favoritismo e faça a final contra o Chile. Seria ótimo ver dois times que jogam um futebol bonito se enfrentando.

O espectador, sedento por um espetáculo, agradeceria.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeleccionChilena/


Copa América: Palpites para as Semifinais

Imagem extraída de https://www.facebook.com/copaamerica



A Copa América 2015 se aproxima de seu final. Dos quatro times classificados para as semifinais, acredito que o Paraguai e o Peru foram as grandes surpresas. Esperava que os Incas e os Guaranís caíssem já nas quartas-de-final, mas o Peru teve um desempenho melhor que a Colômbia na fase de grupos e pegou uma apenas esforçada Bolívia, enquanto o Paraguai contou com sua garra e também com o vacilo do Brasil no mata-mata.

Chile e Argentina, por outro lado, enfrentaram duas pedreiras na etapa anterior e tiveram de suar a camisa. Uruguai e Colômbia, após terem feito uma primeira fase fraca, cresceram no mata-mata e chegaram a ameaçar seus rivais. Triunfos diante de adversários tão complicados credenciam a Roja e a Albiceleste ainda mais como favoritas ao título da competição.

Uma curiosidade é a de que as quatro seleções semifinalistas são comandadas por treinadores argentinos: a Argentina com Tata Martino, o Chile com Jorge Sampaoli, o Peru com Ricardo Gareca e a Paraguai com Ramón Díaz. Tal fato não deixa de ser uma vitória para a escola de futebol argentina, que, após passar por altos e baixos na última década, volta a ficar em evidência.

Quem vai levar a melhor no mata-mata? Vamos fazer breves análises dos confrontos e dar palpites para os jogos.



CHILE X PERU: os eternos rivais se encontram na semifinal desta Copa América. Ambas as equipes primam por serem muito ofensivas, mas pecam por apresentarem problemas defensivos. O Chile joga um futebol mais técnico e coletivo, enquanto o Peru tem atletas mais altos e mais fortes fisicamente. Cabe ainda mencionar que os jogadores chilenos tiveram um dia a mais de descanso (4 para a Roja contra 3 para os Incas) e que o Chile tem o fator casa a seu favor.

Palpite: Chile



ARGENTINA X PARAGUAI: os rivais da primeira fase voltam a se encontrar. Na ocasião, o jogo terminou empatado em 2x2 com cada seleção dominando um período. A Argentina possui um time melhor e com mais recursos, mas o Paraguai já sabe que pressionar a saída de bola é meio caminho andado para triunfar sobre os rivais. Vale ainda mencionar que a Albiceleste terá um dia a mais de descanso do que a Albirroja (4x3). Ainda assim, acho que esta partida tem grandes chances de ser decidida nos pênaltis.

Palpite: Argentina


domingo, 28 de junho de 2015

Copa América: A Seleção das Quartas-de-Final

Imagem extraída do Facebook oficial do Flamengo- https://www.facebook.com/FlamengoOficial/



A Copa América não foi exatamente como os brasileiros queriam e o sonho do nono título acabou novamente nas quartas-de-final. Foi triste também ver a Seleção Colombiana ir embora junto possuindo um grande elenco à disposição mas jogando um futebol de time pequeno.

Lamentável também a atitude do zagueiro Gonzalo Jara, que fez uma provocação abusiva ao Edinson Cavani e está fora da Copa América merecidamente. A arbitragem também teve culpa no incidente por não punir o defensor.

Tivemos, para compensar, dois bons momentos nesta fase: a goleada por 3x1 do Peru sobre a Bolívia e o bom futebol praticado pelo Chile -este último, infelizmente, acabou manchado pela gesto de seu zagueiro.

Como sempre, elegemos os jogadores que se destacaram na rodada. Confira!



GOLEIRO- David Ospina (Colômbia): não conseguiu evitar a eliminação de sua equipe nos pênaltis, mas fez verdadeiros milagres no tempo normal. E ainda teve sorte em alguns lances.


LATERAL DIREITO- Mauricio Isla (Chile): fez o gol da vitória chilena e deu muito trabalho a Fucile.


ZAGUEIRO DIREITO- Cristián Zapata (Colômbia): foi pressionado do primeiro ao último minuto, mas ajudou a segurar o empate. E ainda demonstra bola saída de bola.


ZAGUEIRO ESQUERDO- Jeison Murillo (Colômbia): se não fosse por ele, Messi teria muito mais liberdade para jogar. Seguro nos desarmes, comete poucas faltas e ainda ajudou Ospina a salvar alguns gols no tempo normal. Só faltava ele ter convertido seu pênalti para uma atuação perfeita.


LATERAL ESQUERDO- Ivan Piris (Paraguai): lateral-direito de origem, começa a mostrar qualidades ofensivas e deu trabalho a Daniel Alves.


VOLANTE- Gary Medel (Chile): sem ter muito a quem marcar, foi ajudar os companheiros no ataque e contribuiu com a pressão sobre o Uruguai.


MEIA DIREITO- Jefferson Farfán (Peru): demonstrou muita criatividade em campo, qualidade no passe e ainda ajudou Advíncula, tanto no ataque quanto na defesa.


MEIA ESQUERDO- Jorge Valdívia (Chile): foi o maestro do Chile mais uma vez e deu assistência para Isla anotar.


ATACANTE DIREITO- Lionel Messi (Argentina): não deixou o dele, mas fez a festa no lado esquerdo da defesa colombina. Se não fosse por Murillo...


ATACANTE CENTRAL- Paolo Guerrero (Peru): correu, brigou e fez três gols na partida. Grande atuação.


ATACANTE ESQUERDO- Robinho (Brasil): fez o dele e foi perigoso enquanto esteve em campo. Não entendi por que Dunga o tirou.


TREINADOR- Ricardo Gareca (Peru): acertou ao colocar um meio-de-campo mais ofensivo com Cueva, Farfán e Yotún. O Peru deu um show em campo e os atacantes agradeceram a mudança.


DESTAQUE DA RODADA- Paolo Guerrero (Peru): fez o primeiro hat-trick da Copa América 2015 e já se igualou a Arturo Vidal na artilharia, com três gols cada um. Nem precisava voltar tanto para buscar a bola devido ao meio-de-campo mais ofensivo, mas ele foi. Grande partida do ex-corinthiano, agora no Flamengo.



A seleção das quartas-de-final escalada em 4-3-3
(imagem obtida via this11.com).


sábado, 27 de junho de 2015

Filme Repetido

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF/



Ironia do destino: Brasil reencontra o algoz de quatro anos atrás da Copa América, nas mesmas quartas-de-final.

Havia a desconfiança de que o Brasil voltaria a dar vexame sem seu principal jogador, Neymar, mas aquela vitória sobre a Venezuela recuperou a confiança com relação à Seleção.

O Brasil deixou o Paraguai jogar, mas era justamente o que Dunga desejava: atrair o rival guaraní para o campo de ataque, tomar-lhe a bola e utilizar o espaço livre para contra-atacar.

A Seleção, armada em 4-2-3-1, chegou logo ao gol. Embora o Brasil atacasse menos que os rivais, os jogadores faziam tabelas, atuavam de maneira coletiva e conseguiam envolver a marcação rival, sobretudo com os avanços desesperados dos paraguaios em busca do empate.

O Paraguai tomava a iniciativa, mas não conseguia transpor a defesa brasileira. Já estavam cometendo muitas faltas, e passaram a bater ainda mais após o gol sofrido.

Quem assitia ao primeiro tempo, acreditava que o Brasil espantaria o fantasma de quatro anos atrás.



Os dois times em 4-2-3-1: Paraguai toma a iniciativa, mas perde
a bola para a marcação adversária. Brasil joga nos espaços
deixados pelos rivais, envolve a defesa paraguaia com passes,
movimentação e abre o placar (obtido via this11.com). 



O Brasil, contudo, voltou a cometer o mesmo erro contra a Venezuela e recuou demais novamente.

Paraguai, sem nada mais a perder, continuou pressionando, principalmente pela esquerda sabendo que Daniel Alves não prima pelas qualidades defensivas.

O treinador Ramón Díaz escancara a equipe colocando mais atletas ofensivos -Bobadilla, Romero e Martínez. Dunga prefere segurar, trocando Willian por Douglas Costa.

Thiago Silva, ao tentar cortar um chuveirinho, toca a bola com a mão e comete pênalti bobo. O garoto Derlis González converteu. 1x1.

Dunga, já pensando nos pênaltis, troca Robinho por Éverton Ribeiro.

Os dois times, com jogadores exaustos e com medo de dar espaço para um contra-ataque, desaceleram.

Uma nova decisão por pênaltis era inevitável.



Paraguai em 4-3-3 contra Brasil no 4-4-2: paraguaios adiantam
marcação e tentam atacar principalmente pela esquerda. Brasil
recua e deixa apenas seus dois atacantes adiantados
(imagem obtida via this11.com).



O drama de quatro anos atrás voltava a se repetir.

Fernandinho e Martínez convertem.

Éverton Ribeiro deixa a bola ir embora pela direita.

Víctor Cáceres coloca o Paraguai em vantagem.

Miranda e Bobadilla não desperdiçam.

Douglas Costa isola a bola por cima do travessão. Aumenta o drama do Brasil.

O experiente Roque Santa Cruz também desperdiça sua cobrança. Esperança.

Philippe Coutinho, jovem e carregando toda a responsabilidade de bater a última cobrança, converte.

Derlis González faz gol e acaba com as esperanças do Brasil.

Brasil melhora em relação às partidas anteriores mesmo sem Neymar, mas peca ao recuar demais faltando 45 minutos para o fim do jogo. E ainda dá azar em erro de Thiago Silva.

Paraguai consegue empate pela persistência, mas precisa trabalhar o psicológico de seus jogadores. Os atletas estavam muito "pilhados" em campo após sofrerem o gol, bateram demais e erraram passes. Deram sorte por não terem nenhum jogador expulso. Se tivessem mantido a calma, poderiam até ter virado a partida.

Ainda não foi hoje que o fantasma paraguaio se foi, e muito menos o do 7x1.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF/


O Quase Herói

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF/



A Colômbia não tem nada a comemorar na Copa América 2015. Cotada como uma das seleções favoritas para ficar com o troféu, jogou um futebol fraco, desinteressado e apático. Fez apenas um gol na na competição, venceu apenas uma partida no campeonato e precisou da ajuda do Brasil para se classificar ao mata-mata. Em nada lembrou aquele time que brilhou no último mundial. A eliminação era apenas questão de tempo.

Uns poucos jogadores colombianos, contudo, podem se dar ao luxo de deixar a competição de cabeça erguida: o bom zagueiro Jeinson Murillo, o esforçado winger Juan Guillermo Cuadrado e o goleirão David Ospina.

O arqueiro do Arsenal justificou na Copa América 2015 a grande temporada que fez pelos Gunners, quando desbancou Szczęsny da equipe titular. Sofreu apenas um gol em quatro partidas (justamente aquele na derrota diante da Venezuela), fez grandes defesa e, por pouco, não deixa Viña Del Mar como o grande herói colombiano.

Ospina demonstrou muita segurança, reflexos, operou milagres, teve sorte em alguns lances e, por milésimos de segundo, não consegue salvar alguns pênaltis.

O treinador José Pékerman voltou a inventar na escalação. Não aprendeu com a eliminação diante do Brasil há um ano atrás que jogo decisivo não é momento para se fazer testes. Improvisou na lateral-esquerda ao inventar Zúñiga na posição (o titular, Armero, estava à disposição) e voltou a colocar James Rodríguez centralizado, assim como fizera contra o Brasil na Copa do Mundo. Tudo para tentar tirar os espaços dos rivais no ataque.

A Argentina, de Tata Martino, fez o de sempre: entrou no 3-4-3 (com Mascherano recuando para liberar os laterais), trocou passes no campo de ataque e saiu em busca do gol.

A Colômbia praticamente não criou nada no primeiro tempo. Bateu muito, jogou pouco e distribuiu carrinhos a rodo. Mesmo com tantos jogadores recuados, ainda oferecia espaço para a Albiceleste jogar.

Os argentinos foram entrando na catimba dos adversários. Mascherano acabou levando um cartão por revidar uma entrada dura. Mesmo assim, mantiveram a posse da bola e o controle do jogo. Mas não conseguiam transpor o zagueiro Murillo e, principalmente, o goleiro Ospina.



Argentina no 3-4-3 contra Colômbia no 4-4-2 "losango":
mesmo com muitos colombianos à frente, Messi encontrava
espaços para criar e atacar. Colombianos só se defendem e
cometem faltas. José Pékerman o trocou o atacante Teo
Gutiérrez pelo volante Edwin Cardona ainda no primeiro
tempo para aumentar o poder de marcação colombiano
(imagem obtida via this11.com).


A Colômbia permaneceu estritamente defensiva no segundo tempo, mas foi ganhando espaço com as substituições e com o cansaço dos argentinos. Falcao García chegou a incomodar Romero na metade final da segunda etapa.

Gerardo Martino, percebendo o cansaço de seus atacantes, colocou Tévez e Lavezzi para manter a pressão sobre os rivais e  tentar resolver tudo ainda no tempo normal, mas Murillo e Ospina continuavam intransponíveis.



Atuando em 4-2-3-1, a Colômbia passou a se defender com
duas linhas de quatro e Ospina teve um pouco menos de trabalho.
Ao mesmo tempo, o ataque colombiano foi mais perigoso e
obrigou Romero a trabalhar, A Argentina coloca Tévez e Lavezzi
para manter a pressão, mas Murillo e Ospina estavam inspirados
(imagem obtida via this11.com).



A partida acabou indo para os pênaltis. Messi, Garay, Banega e Lavezzi converteram para a Argentina. James, Falcao e Cuadrado fizeram para a Colômbia. Muriel desperdiçou. A Albiceleste estava a um gol da vaga para as semifinais.

Biglia mandou para fora e Cardona converteu. Estava tudo empatado. A esperança para os colombianos estava nas cobranças alternadas

Rojo e Zúñiga desperdiçaram.

Tévez converteu. Murillo, não.

A Argentina está nas semifinais e espera pelo vencedor entre Brasil e Paraguai.

Colômbia vai embora, fazendo uma competição fraca e jogando um futebol apático. Como consolo, as mudanças propostas por Pékerman tiveram o resultado esperado, que era o de levar a partida aos pênaltis.

Ospina pode não ter conseguido levar sua equipe às semifinais nos pênaltis por alguns milésimos de segundo, mas sabe que deu o seu melhor diante de um rival tão forte como a Argentina.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/copaamerica/


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Um Atacante do Peru

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF



Um é pouco, dois é bom, três é demais. Foi com três gols na partida que o atacante Paolo Guerrero carimbou o passaporte do Peru para as semifinais da Copa América 2015 e também assinou o primeiro hat-trick da competição. E o flamenguista estava devendo, afinal ele já havia passado três jogos em branco.

O Peru não pôde contar com sua dupla titular de volantes, Ballón e Lobatón, ambos suspensos. Entraram Retamoso e Yotún, sendo este último um lateral-esquerdo improvisado na marcação. Houve também a troca de winger direito -saiu Joel Sánchez e entrou Jefferson Farfán. As mudanças fizeram muito bem à Seleção Peruana, com o time tornando-se mais ofensivo e criando muito mais chances de gol. Não à toa, Guerrero precisou buscar a bola menos vezes e teve um melhor desempenho no jogo de hoje.

A Bolívia, por outro lado, mudou a escalação e a formação tática, trocando o 4-2-3-1 pelo 3-4-3. A goleada sofrida diante do Chile deve ter motivado o treinador Mauricio Soria a tomar tal atitude. As mudanças, contudo, não tornaram a já frágil defesa boliviana mais eficiente e a equipe perdeu criatividade no meio-de-campo. Chance de gol que é bom, só na bola parada.



Peru no 4-4-2 contra Bolívia no 3-4-3/5-4-1: a presença de Farfán
pela direita facilitou o trabalho dos atacantes peruanos. As
mudanças na Verde não tornaram sua defesa mais segura e
ainda sacrificaram sua criatividade. A Bolívia só criou alguma
coisa jogando nas costas de Advíncula com Morales e
Smedberg-Dalence (imagem obtida via this11.com).



Com dois gols de desvantagem, a Bolívia tinha de buscar jogo. O treinador Mauricio Soria trocou seus laterais por wingers. A defesa ficaria ainda mais desprotegida pelos lados, mas as bolas chegariam até Marcelo Moreno com mais frequência.

O Peru limitaria-se a administrar a vantagem. O treinador Ricardo Gareca trocou os wingers e substituiu o "velhinho" Pizarro pelo garoto Yordy Reyna. O trio ofensivo, contudo, aproveitou bem os espaços deixados pela Bolívia e os Incas continuaram pressionando. Era questão de tempo para o terceiro gol sair.



A Bolívia tenta buscar o empate adiantando sua marcação e
trocando seus laterais por wingers. A Verde cria mais chances,
mas não consegue aproveitá-las. O Peru, agora no 4-2-3-1,
aproveita os espaços deixados pelos rivais e continua a
pressão pelo terceiro gol (obtido via this11.com).



O Peru se classifica para as semifinais com méritos. As mudanças forçadas feitas pelo treinador Ricardo Gareca deram frutos e os Incas "mataram" o jogo sem grandes problemas. Nem mesmo o gol sofrido -um pênalti convertido por Marcelo Moreno- tira os méritos da equipe.

A Bolívia paga o preço por mudar radicalmente a equipe. Claro que o torcedor exigia alguma atitude após o baile sofrido diante do Chile, mas as alterações na Verde prejudicaram o desempenho da equipe, tanto ofensivamente quanto defensivamente. Ainda assim, a equipe andina deixa a Copa América 2015 com méritos. Sem ter como jogar um futebol bonito, a equipe só podia se valer da garra e da eficiência. A Bolívia, a meu ver, era a equipe mais fraca do Grupo A e era cotada para cair ainda na fase de grupos. Conseguiu segurar o México, arrancou uma vitória heroica diante do Equador e conquistou sua vaga para as quartas-de-final com muito suor. O desempenho de uma equipe deve ser exaltado.

O Peru encara, agora, o grande rival Chile. Será um duelo interessante, com duas equipes ofensivas. Mas isto fica para outra postagem.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/CONMEBOL1916CSF


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Vermelho de Raiva

Imagem extraída de https://www.facebook.com/aufoficial



Antes de mais nada: o Chile ganhou com méritos, afinal teve mais iniciativa, foi mais leal em campo e buscou mais o jogo, enquanto o Uruguai bateu mais nos adversários do que na bola. Mas as duas expulsões, a meu ver, foram equivocadas e tiveram influência direta no resultado.

Cavani, que levou um cartão bobo ao discutir com o bandeirinha, caiu na provocação de Jara, mas não vi agressão por parte do atacante uruguaio e, portanto, não havia necessidade do segundo amarelo naquele lance que terminou com o jogador do PSG tendo de ser contido pelos companheiros.

Fucile também não mereceu o segundo amarelo. A câmera deixou evidente que o lateral foi na bola e o auxiliar tinha visão privilegiada do lance, mas o atleta do Nacional também foi mais cedo para o chuveiro e outra confusão teve início.

O primeiro tempo ocorreu como previsto, com o Chile buscando jogo no toque de bola e o Uruguai tentando tirar os espaços dos rivais. Alguns lances ríspidos ocorreram na primeira etapa, mas nada muito grave.



Chile no 3-5-2 contra Uruguai no 4-4-2: a Roja avança e tenta trocar
passe no campo de ataque, mas as duas linhas de quatro uruguaias
facilitam o trabalho de Muslera. Celeste contra-ataca com Rolán
e Cavani, mas a dupla de atacantes não cria muitas chances de
gol e Uruguai só leva perigo em lances de bola parada (imagem
obtida via this11.com).



Se o primeiro tempo foi relativamente tranquilo, o mesmo não se pode dizer do segundo. Muitas reclamações e lances duros cometidos pelos dois lados. O Chile pressiona, mas dá espaço para o Uruguai contra-atacar. A Celeste tenta superar os donos da casa no jogo aéreo com Godín e também utilizando seus dois atacantes para pressionar a saída de bola chilena.

A temperatura do jogo foi subindo até que um lance envolvendo o zagueiro Gonzalo Jara e o atacante Edinson Cavani culmina com a expulsão do uruguaio. Em princípio, tratava-se de uma provocação do defensor, mas algumas imagens divulgadas após a partida mostram que o chileno teria feito muito mais do que uma simples provocação.

O Chile, com um a mais, teve mais espaço para jogar, mas se precipitava em demasia nos lances. O gol de Isla só saiu quando a Roja se acalmou e voltou a trocar passes ao invés de insistir nos chuveirinhos.



Chile, com um a mais, pressiona em busca do gol, principalmente
pela direita nas costas de Fucile, mas falta tranquilidade para a
Roja trabalhar as jogadas. Uruguai fica todo recuado e contra-
ataca com chutões em direção a Abel Hernández
(obtido via this11.com).



O Uruguai ainda tentou uma última cartada e tenta uma tática suicida em direção ao gol de Bravo, que dá alguns sustos em seu torcedor. Tudo veio abaixo para a Celeste com a expulsão de Fucile. O Chile recua completamente e deixa os adversários pressionarem, mas faltavam nervos e qualidade técnica para uma Seleção Uruguaia com apenas nove atletas em campo. A vitória chilena era iminente nessas condições.

O Chile, pelo bem do futebol-arte, segue adiante na Copa América, mas as expulsões duvidosas tiram um pouco o brilho deste grande feito. O Uruguai deixa a competição mostrando que seu estilo de "jogar por uma bola" precisa ser repensado e que a equipe precisa melhorar nos fundamentos, principalmente passe e finalização.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/aufoficial


Copa América: Os Favoritos das Quartas-de-Final

Imagem extraída de https://www.facebook.com/copaamerica/



Têm início hoje as quartas-de-final da Copa América 2015.

As únicas surpresas até o momento talvez tenham sido a classificação da Bolívia e a consequente eliminação do Equador ainda na fase de grupos. Esperava que a Tri, por ter atletas de melhor qualidade técnica e melhor desempenho recente, terminasse à frente da Verde. Venezuela, Jamaica e México não decepcionam porque eram cotados para caírem já na primeira fase, mas o futebol apresentado esteve longe de ser ruim e os times demonstraram muito empenho em campo.

A Colômbia e o Uruguai possuem qualidade técnica e bons elencos, mas apresentaram desempenho abaixo do esperado na primeira fase e terão de enfrentar adversários fortes logo nas quartas-de-final.

Como irão se comportar as seleções no mata-mata? Será que teremos alguma surpresa desta vez? Confira minhas análises e palpites para as quartas-de-final.



CHILE X URUGUAI: aqui teremos a seleção que mais anotou gols (Chile, com dez tentos anotados) contra um dos times menos vazados (Uruguai, com apenas dois gols sofridos, perdendo apenas da Colômbia, que sofreu apenas um). A Roja está aproveitando muito bem o fator casa e está apresentando um grande desempenho, ao contrário da Celeste que erra passes, finalizações e parece sentir a ausência de Luis Suárez. Penso que o Chile tem mais chances de avançar por estar em melhor fase e por jogar um futebol melhor, mas o Uruguai tem mais tradição e sabe como jogar com o regulamento.

Palpite: Chile



BOLÍVIA X PERU: a Bolívia já pode ser considerada a grande surpresa da Copa América 2015, afinal era o time tecnicamente mais fraco de sua chave, mas conseguiu passar por rivais teoricamente muito melhores, o Equador e o México. O Peru, apesar de algumas deficiências, ainda é um time melhor que a Verde, conta com atletas de melhor qualidade técnica e tem mais tradição.

Palpite: Peru



ARGENTINA X COLÔMBIA: a Argentina deu sorte e vai enfrentar um adversário que está em péssima fase. Os colombianos não jogaram bem em nenhuma partida e só garantiram sua vaga no mata-mata graças ao Brasil, que jogou pior que os Cafeteros no confronto direto e depois eliminou a Venezuela. Se a Colômbia acordar e jogar tudo o que sabe, teremos um confronto equilibrado, emocionante e com possibilidade de pênaltis. Mas diante de um rival que foi tão apático nos três primeiros jogos, acho que a Albiceleste se classifica tranquilamente.

Palpite: Argentina



BRASIL X PARAGUAI: passados quatro anos, as duas seleções voltam a se encontrar nas semifinais da Copa América. O Brasil, teoricamente, possui melhores jogadores e futebol. Mas a nossa Seleção ainda se afoba demais em campo e está jogando com muito mais raça do que técnica ou talento. A Albirroja ainda respeita em demasia os rivais de maior renome, mas esta seleção já deu amostras de que pode surpreender, como fez no segundo tempo diante da Argentina. Este duelo não tem um favorito e há boas chances do vencedor ser decidido nos pênaltis novamente.

Palpite: Brasil


terça-feira, 23 de junho de 2015

O Último que Sair, Apague a Luz

Imagem extraída de https://www.facebook.com/corinthians



Guerrero e Emerson já foram embora do Corinthians. Muito antes deles, Jorge Henrique, Paulinho, Chicão, Alessandro e Paulo André já haviam deixado o time. Fábio Santos deve ser o próximo. E há, ainda, a possibilidade de Ralf e Danilo não terem seus contratos renovados.

Pouco a pouco, a geração que trouxe o bicampeonato mundial ao Parque São Jorge vai deixando o Timão. Cada um por um motivo diferente, mas todos tinham plena consciência de que esse dia iria chegar.

Sempre defendi que o clube e também o torcedor sempre têm de mostrar gratidão aos jogadores, sobretudo àqueles que obtiveram grandes feitos pelo time. São os atletas que fazem o espetáculo acontecer, que dão o sangue pelas conquistas e que colocam a saúde em risco pela vitória. Todos tiveram altos e baixos, mas cada um deles contribuiu de alguma maneira com a conquista de 2012.

O clube, no entanto, também é uma empresa e, como tal, os seus dirigentes precisam tomar decisões duras muitas vezes para que as finanças e o ambiente de trabalho permaneçam saudáveis. É preciso, muitas vezes, romper com o passado, por mais doloroso que seja.

Os jogadores, quando conquistam títulos, ficam valorizados, o que significa que tornam-se mais visados por clubes de maior poder aquisitivo, mas também demandam maiores custos -maiores salários, luvas e gratificações. Muitas vezes, compensa mais vender os atletas do que mantê-los no elenco.

O caso do Corinthians foi que muitos daqueles jogadores já estão com 30 anos ou mais. A grande maioria vem se lesionando com muita frequência e já não consegue atuar com o mesmo vigor de três anos atrás em decorrência da idade. Alguns, inclusive, já se encontram em decadência física e/ou técnica. Em termos financeiros, não compensa mais mantê-los na equipe.

O Timão, inclusive, perdeu o timing correto se queria lucrar com alguns deles. Ralf, por exemplo, tinha 28 para 29 anos em 2013 e havia propostas de clubes europeus pelo volante. Hoje, aos 30 pra 31 anos, apenas clubes emergentes poderiam pagar bons valores pelo meio-campista.

Um agravante para o futebol brasileiro foi a forte crise econômica de 2015 e praticamente todos os clubes do Brasil apresentaram problemas para honrar salários, luvas e direitos de transmissão com os atletas. O Corinthians também esteve nesta situação e chegou a ser acionado na justiça por alguns de seus jogadores. Há, inclusive, a hipótese de que os atrasos nos pagamentos tenham feito o rendimento da equipe cair.

Sim, é muito triste ver aquela geração campeã ir embora. Como são-paulino, também digo que foi triste ver Lugano, Josué, Mineiro, Danilo, Júnior e outros campeões mundiais deixarem o Morumbi. Hoje, vendo a situação do Corinthians e tendo mais conhecimentos a repeito da área administrativa, compreendo que deixar os atletas vencedores irem embora é, muitas vezes, algo necessário.

Grandes dirigentes, muitas vezes, resolvem os problemas de suas empresas justamente por pensarem com o cérebro ao invés do coração. A gratidão e o amor por aqueles que levaram o time à glória, muitas vezes, tornam-se um empecilho para que a entidade possa caminhar e isto pode comprometer gravemente a saúde financeira do clube. Como dizem alguns empresários, "não é nada pessoal, apenas negócios".

Há quem defenda que os dirigentes não podem ser torcedores, apenas administradores. Ter a frieza de ignorar sentimentos e agir com racionalidade em momentos tão difíceis como este que o Timão está passando.

Não posso afirmar que o Corinthians voltará a brigar pelos troféus a curto prazo, mas posso afirmar que muitas das mudanças que estão sendo feitas são um mal necessário.



TOMA LÁ, DÁ CÁ

Imagem extraída de http://worldleague.2015.fivb.com/

O Brasil lutou, mas não conseguiu vencer a Itália, em jogo realizado em Roma durante a sexta-feira e que terminou em 3x2 sets para os donos da casa (parciais de 26/24, 21/25, 25/18 17/25 e 16/14). O melhor, no entanto, estava por vir e nossos meninos deram o troco em grande estilo no domingo. O Brasil derrotou os rivais em Florença  (3x0 sets e parciais de 23/25, 22/25 e 16/25) com grande atuação do oposto Evandro Guerra, que deixou sua marca 20 vezes na quadra dos rivais. Nossa Seleção mantem a liderança do Grupo A e enfrentará a Austrália no próximo final de semana.



CHOQUE DE REALIDADE

Terminou a Copa América para Neymar. O craque, além de ter se desentendido com os rivais colombianos, insultou o árbitro da partida e isto foi determinante para que o atleta recebesse uma suspensão de quatro jogos, ficando impedido de disputar as próximas partidas. Luiz Prósperi, Cosme Rímoli, Juca Kfouri, ... Cada articulista teve uma opinião diferente sobre o que levou o jogador a tomar tais atitudes e o que o fez deixar a delegação no Chile. Mas todos os textos deixaram claro: Neymar ainda precisa amadurecer em campo, entender que suas atitudes têm consequências e que ele foi muito mimado aqui no Brasil.



MAGIA VERDE E MAGIA VERMELHA

Estou impressionado com as exibições de Valdívia na Copa América. O meia dribla, cria jogadas, demonstra visão de jogo e tem feito a diferença pela Roja. Ele já está com 31 anos e apresenta um grande histórico de lesões, mas isto parece não fazer diferença. A pergunta que eu faço: será que o Mago está realmente feliz no Palmeiras? Pela seleção de seu país, com certeza está e isto tem influenciado o seu estilo de jogo de forma positiva. Já pelo Verdão...


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Copa América: A Seleção da Terceira Rodada

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Curto e grosso: a terceira rodada da fase de grupos desta Copa América foi de doer. Como a maioria das equipes já sabia o que tinha de fazer para garantir suas respectivas vagas, pouquíssimos times se preocuparam em jogar bola e se acomodaram com os empates.

Os times poderiam, ao menos, lutar por posições melhores na tabela e buscar adversários teoricamente mais fáceis no mata-mata, mas aparentavam estar satisfeitos em simplesmente chegarem às quartas-de-final. Aí, encontram pedreiras como a Argentina ou o Chile.

Só uma seleção me agradou nesta terceira rodada da fase de grupos, o Chile. O time da casa deu um espetáculo unindo o melhor do futebol-arte e a raça sul-americana. Foi uma delícia ver a Roja trocando passes, demolindo a frágil defesa boliviana e fazendo muitos gols. Brasil e Equador também lutaram pelo resultado, mas ainda não me agradam e ainda são seleções que prezam muito mais o suor do que a inteligência.

E quem foram os melhores jogadores da terceira rodada da fase de grupos? Posso adiantar que o Chile, por motivos óbvios, dominou a seleção da rodada.



GOLEIRO- Jefferson (Brasil): foi bastante exigido e impediu o Brasil de sofrer o empate nos minutos finais.

LATERAL-DIREITO- Maxi Pereira (Uruguai): na falta de meias criativos em sua seleção, foi ele quem criou as melhores jogadas pelo Uruguai.

ZAGUEIRO DIREITO- José Maria Giménez (Uruguai): deixou o dele, ajudou a pressionar o Paraguai e formou uma boa dupla com Coates. O garoto começa a mostrar suas qualidades.

ZAGUEIRO ESQUERDO- Thiago Silva (Brasil): fez gol, tem saída de bola, transmite segurança e vem correspondendo ao voto de confiança recebido por Dunga.

LATERAL ESQUERDO- Filipe Luís (Brasil): boas tabelas com Willian e Philippe Coutinho.

VOLANTE DIREITO- Gary Medel (Chile): fez o gol mais bonito da Rodada. Matou no peito e encobriu Quiñónez.

VOLANTE ESQUERDO- Charles Aránguiz (Chile): dois gols, dribles, passes e muita movimentação em campo.

WINGER DIREITO- Willian (Brasil): fez a jogada do segundo gol, tabelas, ajudou na marcação e boa movimentação pelos dois lados.

MEIA- Jorge Valdívia (Chile): foi o maestro do Chile. Fez duas assistências, deu passes e mostrou visão de jogo. Só faltou deixar o dele.

WINGER ESQUERDO- Ángel Di María (Argentina): um dos poucos que ainda demonstrou interesse em jogar bola na Argentina. Esforçado, habilidoso e ainda ajuda na defesa.

ATACANTE- Alexis Sánchez (Chile): fez o dele e ainda ajudou os outros a fazerem.

TREINADOR- Jorge Sampaoli (Chile): premiado pelo "conjunto da obra".

DESTAQUE DA RODADA- Charles Aránguiz (Chile): dois gols, raça, técnica, talento e presença de área. Será que o Inter consegue segurar seu volante depois dessa?



A seleção da rodada armada em 4-2-3-1
(imagem obtida via this11.com).


Vinho Tinto Suave

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Há vida sem Neymar. Há quase um ano atrás, o Brasil perdeu Neymar após partida contra a Colômbia na Copa do Mundo. A dependência do craque era tamanha, que nossa Seleção ficou à mercê dos adversários seguintes (Alemanha e Holanda) simplesmente porque faltou o jogador que faria a diferença para o time da casa e resolveria os problemas da equipe.

Hoje, após perder novamente seu principal jogador após partida contra a mesma Colômbia, o Brasil foi a campo precisando dar a resposta após a derrota para os Cafeteros. Um empate estava de bom tamanho, tanto para o Brasil quanto para a Venezuela, visto que a Peru e Colômbia empataram. Mas o ideal era vencer mesmo para espantar de vez essa dependência exagerada de Neymar.

Dunga sacou o volante Fred para a entrada do meia-atacante Philippe Coutinho, além de colocar Robinho no lugar do suspenso Neymar. A Seleção ainda foi exageradamente cautelosa diante da apenas esforçada Venezuela, mas jogou muito melhor com a presença de mais meias criativos e foi um pouco mais ao ataque..

A Vinotinto, como sempre, preferiu esperar. Estava ciente de suas próprias limitações e de que um empate estaria de bom tamanho. Fez alguns avanços, mas pouco incomodava o Brasil. Os brasileiros avançavam em velocidade. Os venezuelanos defendiam, mas faziam justamente o que Dunga queria: ceder um escanteio ou falta próxima ao gol de Baroja para que o Brasil pudesse tentar uma bola parada.



Em um falso 4-2-3-1, Brasil avança e pressiona a Venezuela em
busca de uma bola parada. Com mais meias criativos, ficou
mais fácil para os brasileiros efetuarem tabelas e chegar com
perigo ao gol de Baroja. Venezuela só defende e tenta, como
sempre, contra-atacar acionando Arango e Rondón
(imagem obtida via this11.com).



O Brasil ainda pressionou no começo do segundo tempo. Foi com boa troca de passes que Willian achou Firmino par ampliar o placar.

Satisfeito com o resultado e visando poupar jogadores para a próxima fase, Dunga colocou mais defensores em campo e recuou a equipe, ao passo que a Venezuela, em busca do empate, passou a pressionar o Brasil na segunda metade da etapa complementar. Conseguiram um gol em bola parada e continuaram em busca do segundo.



Brasil, no 3-5-2, tenta segurar o 4-3-3 venezuelano.
A Vinotinto consegue um gol de bola parada e se
aproxima do empate, mas os brasileiros abafam
(imagem obtida via this11.com). 



O Brasil, apesar de ter recuado em demasia no segundo tempo, conquista sua vaga com méritos. Descobre que pode muito bem jogar de maneira mais coletiva ao invés de depender de um homem só. Esse "exercício" diante da apenas esforçada Venezuela será de grande valia daqui para frente, quando o time terá de jogar sem Neymar e enfrentando rivais muito melhores tecnicamente.

A Venezuela deixa a Copa América de cabeça erguida. Não era uma seleção brilhante, apenas esforçada. Conseguiu derrotar a apática Colômbia na base do pragmatismo, deu azar contra o Peru após perder Amorebieta por expulsão e foi superada pelo Brasil que era tecnicamente superior. A Vinotinto não repete a surpreendente campanha de 2011, quando terminou na quarta colocação, mas os atletas e o treinador Noel Sanvicente sabem que deram o seu melhor com um elenco já envelhecido e com muitas limitações.

O Brasil, com a combinação de resultados, irá enfrentar o Paraguai nas quartas-de-final. E isso traz más lembranças, pois foram os Guaranís quem eliminaram nossa Seleção nos pênaltis durante a última edição da Copa América. Será que Dunga e seu time conseguirão levar a melhor sobre os carrascos da competição anterior?

Isto é assunto para outro post.



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domingo, 21 de junho de 2015

O Duelo das Seleçõezzzzzzzz...

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Como estava acompanhando o Brasil na Liga Mundial de Vôlei, assisti apenas a alguns trechos do primeiro tempo do confronto entre Colômbia e Peru. E, pelo pouco que eu vi da primeira etapa, não perdi muita coisa.

Findado aquele massacre do Brasil sobre a Itália, voltei para a Copa América e prontamente me veio a pergunta: essas seleções estavam realmente querendo uma vaga nas quartas-de-final?

A apatia e desinteresse da Colômbia foi algo que realmente impressionou: a maioria dos jogadores foi a campo como se já estivessem com a classificação assegurada. Os dois times precisavam ganhar e um empate seria pior para os Cafeteros, que estavam na lanterna do Grupo C (apesar da vitória sobre o Brasil na quarta) e precisariam torcer para que o confronto entre Brasil e Venezuela tivesse um vencedor.

O Peru entrou um pouco mais interessado em vencer, mas faltava qualidade técnica no time andino. Os Incas só sabiam criar chances na correria ou na raça, perdiam facilmente a bola para a defesa colombiana e ainda davam espaço para os contra-ataques de Cuadrado pelas pontas. O jogador do Chelsea, por sinal, era um dos poucos colombianos que pareciam ter vontade de jogar bola.



Os dois times no 4-4-2: Peru buscou mais jogo, mas não
tinha talento ou qualidade técnica para furar a defesa
colombiana. Colômbia, sonolenta, praticamente não
jogou na primeira etapa (obtido via this11.com).



A Colômbia, com as substituições, buscou um pouco mais jogo, principalmente com Cuadrado e Jackson Martínez, mas só os dois não conseguiam carregar o resto do time no ataque. Peru coloca mais atacantes em campo em busca do gol, mas a defesa colombiana continuava eficaz, principalmente com o garoto Murillo.



Os dois times no 3-4-3 após as mudanças: Cuadrado, jogando
pelos dois lados, tenta criar, mas não consegue fazer a bola
chegar nos atacantes. Peru tenta atacar com Advíncula e
Guerrero apoiados por Farfán, mas a defesa colombiana
abafa (obtido via this11.com).



Confesso que não estava com nenhuma vontade de comentar esse jogo, mas eu o fiz porque faço questão de deixar minha opinião sobre os times.

A Colômbia possui um grande elenco. É o time mais completo e com melhor conjunto em minha opinião, mas os Cafeteros não fizeram nenhuma partida decente nesta Copa América. Jogou suas três partidas iniciais respeitando demais o adversário e atuando de forma apática, tirando uns poucos jogadores como Cuadrado, Murillo, Armero e Jackson Martínez. Falcao García e James Rodríguez, que deveriam ser os craques do time, sumiram desde o jogo contra e Venezuela e estão devendo futebol. Deram sorte porque o Brasil ajudou os Cafeteros duas vezes na competição: cometendo muitas faltas perto do gol de Jefferson e depois derrotando a Venezuela. Pelo futebol que jogou, a Colômbia nem merecia ir para o mata-mata.

O Peru tem seus méritos: é esforçado, brigador e até faz algumas tabelas, mas sua defesa é muito frágil, principalmente pela direita com o ofensivo Advíncula. O meio-de-campo também não é lá essas coisas e o time depende muito dos carregadores de piano ou da raça de Guerrero para criar alguma coisa. Ainda assim, acho que os Incas mereciam muito mais a classificação que a Colômbia por terem lutado pela a vaga.

Estou na esperança que essas duas equipes melhorem na próxima fase, onde a derrota significa a eliminação, mas eu não estou lá muito confiante.



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sábado, 20 de junho de 2015

"Biglia, Juiz! Juiz, Biglia"!

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Argentina e Jamaica já entraram em campo sabendo o que tinham de fazer após o pavoroso jogo entre Paraguai e Uruguai: a Albiceleste já estava com a liderança assegurada e os Reggae Boyz não tinham mais chances de se classificar.

O auxiliar de Gerardo Martino (que estava suspenso por ter sido expulso contra o Uruguai), sabendo disso, entrou em campo com um time misto, poupando alguns jogadores pendurados ou lesionados. A Jamaica, por outro lado, foi ao jogo com o que tinha de melhor em busca de um resultado para honrar sua participação.

A Argentina começou bem no primeiro tempo, trocando passes e envolvendo a esforçada defesa jamaicana. Não demorou para Higuaín fazer seu gol aos dez minutos. A Albiceleste continuou no controle da partida enquanto a apenas esforçada Jamaica lutava em vão.

Assistindo ao primeiro tempo, mais parecia que teríamos um espetáculo da Argentina, tal qual havíamos tido com o Chile ontem.



Argentina no 3-4-3 (com Mascherano recuado para liberar
Zabaleta e Rojo) encurrala o 4-2-3-1 da Jamaica. A Albiceleste,
mesmo sem espaço, troca passes, envolve a defesa da
Jamaica e cria muitas chances no primeiro tempo
(imagem obtida via this11.com).



Se a Argentina havia feito um primeiro tempo espetacular, a segunda etapa foi extremamente sonolenta. Alguns atletas argentinos ainda continuaram buscando jogo, mas alguns outros pareciam acomodados e expuseram sua equipe a riscos desnecessários. O narrador do Sportv chegou a criticar Messi abertamente por sua apatia em campo. Não obstante, o árbitro mal posicionado chegou a atrapalhar Lucas Biglia em algumas jogadas. E isto aconteceu umas três vezes na segunda etapa.

A Jamaica, sentindo o recuo do rival e não tendo mais nada a perder, foi para cima e quase empatou. Só não conseguiu porque não tinha qualidade técnica para isto.



Argentina relaxa, deixa os jamaicanos "gostarem do jogo" e
leva sufoco no fim do jogo. Biglia, um dos poucos que
ainda buscava jogo, ganhou um "marcador" inesperado
(imagem obtida via this11.com)...



A Argentina assegura a liderança do Grupo B com méritos, mas não pela partida de hoje. Ganhou, mas deveria ter feito como o Chile no jogo de ontem. Quando o rival é fraco, o negócio é meter gols sem piedade: isto impede o rival de reagir e ainda faz os próximos te respeitarem mais. Deixar o adversário respirar e se recuperar pode ser perigos. E isto ficou evidente no jogo de hoje. Que o susto tenha servido de lição à Albiceleste para os próximos jogos.

A Jamaica se despede da Copa América 2015 com a sensação de dever cumprido. Não conseguiu nenhuma vitória, gol ou ponto, mas esforçou-se em campo e cumpriu a obrigação profissional de buscar a vitória. Que tenham mais sorte na Gold Cup.



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Coitada da Bola

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Os dois jogos da tarde de hoje foram de doer. Tivemos este pavoroso jogo entre Uruguai e Paraguai na tarde de hoje, partida com muitas faltas e pouco futebol.

De cara, já comecei lamentando a formação inicial do Uruguai: o treinador Óscar Tabárez foi a campo com três atacantes, mas não colocou nenhum meia sequer para armar o jogo. Será que a Celeste, sabendo que o Equador dificilmente teria condições de superá-la, estava satisfeita com a terceira colocação?

O Paraguai não tinha grandes aspirações na partida, entrou com time misto e ficou esperando o rival jogar.

Até tivemos um jogo movimentado, mas muito pegado, com muitas faltas e com muitos passes errados. Parecia até Libertadores...



Uruguai no 4-3-3 e Paraguai no 4-2-3-1: sem criatividade no
meio-de-campo, coube ao lateral-direito Maxi Pereira criar as
jogadas da Celeste. Os paraguaios apenas esperaram e
fizeram um ou outro contra-ataque (obtido via this11.com).



Tivemos um gol para cada lado no primeiro tempo, ambos em bola parada, e só. Os treinadores mexeram em suas equipes, mas o panorama do jogo não mudou. O Uruguai buscou o jogo um pouco mais, mas faltava criatividade no meio-de-campo e também qualidade técnica para trabalhar as jogadas. Alguns comentaristas afirmaram que a qualidade da Celeste era jogar "sem a bola" e, pelo jeito, a equipe pagou o preço hoje por não saber atuar com ela.

O Paraguai, satisfeito com o empate, apenas se defende, mas dá azar e perde dois jogadores, Ortigoza e Barrios, por lesão e é obrigado a queimar duas substituições.



Uruguai pressiona no segundo tempo, mas falta qualidade no
passe e nas finalizações. Paraguai se defende e continua
criando algumas poucas chances em contra-ataques
(imagem obtida via this11.com).



Fiquei muito desapontado com as duas equipes. O Uruguai, que precisava do resultado, poderia ter arriscado e entrado com uma dupla de armadores (De Arrascaeta e  Lodeiro) para organizar o meio-de-campo e facilitar o trabalho dos homens da frente. Pode ter certeza que Cavani, Abel Hernández e Rolán teriam estufado as redes se os meias os ajudassem na construção de jogadas. O Paraguai me decepciona com sua falta de ambição, afinal a equipe Guaraní poderia ter trabalhado mais as jogadas -havia jogadores com qualidade para isto- e golear seus rivais, podendo até roubar a liderança da Argentina, mas preferiram jogar pelo resultado mínimo.

De qualquer forma, o empate ficou de bom tamanho para ambas as equipes e as duas vão juntas para as quartas-de-final.

Ah! O Equador, que estava torcendo por uma vitória paraguaia por dois ou mais gols de diferença, ainda tem chances: precisa torcer para que hajam vencedores os confrontos de amanhã e também para que as vitórias sejam todas por dois ou mais gols de diferença. Será que dá?



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Dono da Casa. E da Bola Também

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Eu escrevi na tarde de hoje que o Chile e a Argentina são as seleções que mais têm me agradado pelo estilo de jogo executado. Os jogadores sabem atuar em grupo, nenhum atleta tenta resolver o jogo sozinho caso não seja necessário, as equipes valorizam a posse de bola, os meios-de-campo são criativos e o futebol praticado pelos dois times é belíssimo, digno de um Barcelona.

A magnífica goleada por 5x0 do Chile sobre a Bolívia não foi apenas uma vitória do time da casa para selar a classificação na liderança, foi também uma vitória do futebol-arte, do futebol bonito, do futebol bem jogado. Foi a vitória do toque de bola, do time que mais teve volume de jogo e da equipe que não se acomodou na vantagem construída no primeiro tempo.

Chile e Bolívia entraram em campo já classificados e brigavam pela liderança para fugir de um adversário teoricamente mais forte nas quartas-de-final.

Quando o jogo começou, o Chile demonstrou que não jogaria apenas pelo resultado. Queria fazer as honras da casa, dar um espetáculo ao seu torcedor que compareceu em massa no Estadio Nacional para apoiar La Roja. E a equipe da casa começou mostrando cedo a que veio, anotando um gol relâmpago com Aránguiz aos dois minutos da primeira etapa.

Isto era apenas o começo de um grande espetáculo.



Chile no 4-4-2 "losango" contra Bolívia no 4-1-4-1: a ideia dos
bolivianos, obviamente, era tirar o espaço dos chilenos para
impedí-los de trocar passes e tentar contra-ataques acionando
Marcelo Moreno, mas o toque de bola da Roja desarrumou a
frágil defesa visitante e o Chile não teve nenhuma dificuldade
para chegar ao gol de Quiñónez (obtido via this11.com).



Com o placar sinalizando 2x0, o treinador Jorge Sampaoli, já pensando nas quartas-de-final, tirou Alexis Sánchez e Arturo Vidal para dar chances a Matías Fernández e ao garoto Ángelo Henríquez.

A Bolívia também mexeu no time (trocou Veuzaga por Miranda e Rodríguez por Danny)  e continuou apostando nas duas linhas de quatro, mas adiantou uma delas para pressionar a saída de bola chilena. O objetivo seria buscar o empate acreditando que os rivais se acomodariam no placar, mas...



Massacre! Chile ocupa os espaços deixados pelo avanço do
meio-de-campo boliviano, troca passes no campo adversário
e atropela o rival sem piedade (obtido via this11.com).



A certa altura, a Bolívia já havia desistido de jogar e se contentou com a segunda colocação. O placar por 5x0 ficou até barato para os bolivianos que, praticamente, não viram a cor da bola.

O Chile, valorizando a posse da bola e errando pouquíssimos passes, mostra o quão devastador pode ser o seu estilo de jogo. O placar levou seu torcedor ao delírio e, certamente, deixou os rivais preocupados, afinal nesta edição da Copa América ainda não havíamos tido uma goleada até o momento. Mesmo diante de um rival considerado fraco como a Bolívia, um placar tão elástico sempre faz os adversários respeitarem mais o time.

O Chile é o dono da casa. E nesta noite em Santiago, também foi o dono da bola.



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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Comendo Pelas Beiradas

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O México, mesmo sendo apenas um convidado, quis a vitória para buscar uma vaga nas quartas-de-final. O Equador, lanterna do Grupo A e sem nenhum ponto anotado, precisava vencer desesperadamente e, mesmo assim, sua vaga para o mata-mata ainda não estaria garantida. Este clima dramático marcou o jogo que abriu a terceira rodada da fase de grupos.

O México, como de praxe, recuou sua equipe para jogar nos erros do adversário. O Equador, necessitando do resultado, foi ao ataque, mas a equipe andina surpreendeu ao adotar uma tática nova. Os equatorianos avançaram em velocidade pelas laterais como já haviam feito, mas efetuaram triangulações pelas pontas utilizando o laterais, os volantes e os wingers, conduzindo a bola até que ela chegasse a Valencia ou Bolaños.

A nova estratégia não tardou a funcionar contra a equipe mexicana.



Equador no 4-2-3-1 contra o México no 3-5-2: os equatorianos
ocupam as laterais e efetuam tabelas, conduzindo a bola até
os atacantes. México apenas se defende e tenta contra-atacar
em velocidade com o trio Jiménez, Tecatito Corona e Vuoso
(imagem obtida via this11.com).



O Equador ainda conseguiu fazer mais um gol no segundo tempo valendo-se das triangulações pelas laterais.

Nem um pouco disposto a perder, o treinador Miguel Herrera adiantou sua equipe e passou a pressionar o Equador, conseguindo criar mais chances de gol e cavar algumas faltas próximas à área de Alexander Domínguez, incluindo um pênalti. Ao mesmo tempo, o treinador mudou o posicionamento da defesa para impedir as subidas do rival pelas laterais.

Com menos espaço, o Equador não conseguiu trocar mais passes no campo de ataque e teve de arriscar mais chutes de fora da área ou tentar jogadas individuais em velocidade. Tudo em vão.



México fecha as portas ao Equador, adianta um pouco sua
marcação e vai mais ao ataque agora com três atacantes.
Equador, sem espaço para trocar passes, tenta jogadas
individuais, cruzamentos e chutes de fora da área, mas a
defesa mexicana abafa (obtido via this11.com).



O México, com apenas dois pontos em três jogos, é o primeiro time eliminado da Copa América 2015. O Equador cumpre seu papel, mas ainda não está garantido na próxima fase: é necessário secar os outros grupos para que nenhum terceiro colocado supere a Tri nos critérios de desempate.

Vendo o Equador jogar, fiquei pensando: por que o time não adotou esta estratégia de triangular pelos lados desde o início? É um estilo de jogo muito mais eficiente do que aquela correria desenfreada, além de ser muito mais agradável de se assistir. Se o treinador tivesse pensado nisso antes, provavelmente estaria numa situação muito melhor do que se encontra agora.

O México deixa a competição de cabeça erguida. A Verde (que jogou de cinza e de branco na Copa América) não conseguiu nenhuma vitória, mas jogou com seriedade e nos brindou com um bom futebol. Era apenas o "time B", mas seus atletas e o treinador Miguel Herrera foram extremamente profissionais em campo e fizeram valer o preço do ingresso. Pena que o time continue muito retranqueiro. Que tenham sorte na Gold Cup, agora com o time principal.



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