quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O Professor Pardal do Bayern

Imagem extraída do Facebook oficial de Neven Subotić- https://www.facebook.com/Subotic4/


Antes de mais nada, parabéns ao meu Borussia Dortmund pela conquista da DFL-Supercup pelo placar de 2x0 sobre o rival Bayern München, com gols de Henrikh Mkhitaryan e Pierre-Emerick Aubameyang. O time aurinegro teve muitos méritos nesta conquista, afinal sofreu muitos desfalques por lesão nos últimos meses, perdeu seu principal jogador (o atacante Robert Lewandowski) para o próprio Bayern e ainda vem lutando a duras penas para segurar suas estrelas que vem sendo cobiçadas por outras potências europeias. E o treinador Jürgen Klopp não abre mão do jogo bonito, com muito toque de bola, velocidade e coletividade.

O tema desta resenha, contudo, é o derrotado Bayern München e o seu treinador Josep Guardiola. Sou torcedor declarado do Borussia, mas gosto do futebol praticado pelo Bayern e também admiro a filosofia de jogo praticada pelo técnico catalão. O comandante, contudo, vem tomando algumas decisões questionáveis desde que assumiu o time bávaro.

Guardiola já conquistou quatro títulos à frente do Bayern: Supercopa da UEFA (2013), Mundial Interclubes (2013), Bundesliga (2013-14) e DFB Pokal (2013-14). O futebol continua muito bonito, nos mesmos moldes do Tiki-Taka, e os troféus estão aí para quem só pensa em produtividade.

O treinador catalão, no entanto, vem utilizando seus jogadores fora de suas posições de origem. Na temporada 2013-14, Guardiola sacou Mandžukić e alternou os meias Müller e Götze como "falso nove". E ele deslocou Philipp Lahm, que eu considero o melhor lateral do mundo, para o setor de marcação, a despeito do Bayern ter à disposição jogadores como Schweinsteiger, Martínez e Kroos para a função. Essa última "invenção" de Pep rendeu até críticas do craque Tostão.

O Bayern, na DFL-Supercup, entrou em campo em uma espécie de 3-4-3, provavelmente influenciado pelos sucesso do Chile e, principalmente, da Holanda na última Copa do Mundo. Alguns jornais afirmava que Guardiola estava testando formações com três zagueiros. E a ideia não deu muito certo na primeira partida oficial com a nova formação...



Bayern no 3-4-3 contra o Borussia no 4-2-3-1: o time aurinegro
teve mais posse de bola e volume de jogo. Bávaros não se
mostraram muito à vontade na nova "invenção" de Guardiola
(imagem obtida via this11.com).


Não questiono a competência de Guardiola, de quem sou fã confesso, e nem a qualidade da multicampeã equipe bávara. É questionável, contudo, utilizar atletas fora de suas posições de origem sem necessidade. O improviso deve ser efetuado apenas em caso de necessidade, quando não há jogadores apropriados para a posição. Do contrário, tal atitude pode ser considerada uma "invenção", como no caso de Lahm, lateral excepcional que se comportou como um volante comum durante a última Copa do Mundo por influência de Guardiola. Algumas dessas "invenções", contudo, dão resultados extraordinários, como foi o caso de Bastian Schweinsteiger, que era meia-esquerdo de origem, mas foi recuado por Louis Van Gaal para a marcação e o camisa 31 acabou se consagrando no setor.

Vamos ver como o Bayern se comportará no decorrer da temporada 2014-15. A Seleção Alemã começou o último mundial cheio de invenções. Trucidou a Seleção Portuguesa na estreia, mas perdeu um pouco do rendimento nas partidas seguintes e só melhorou após adotar uma postura mais ortodoxa, com os retornos de Khedira, Klose e Schweinsteiger, além de recolocar Lahm e Müller em suas posições de origem.

As referidas mudanças foram cruciais para a conquista do tetra pela Mannschaft. E com o Bayern? Como será?



Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- https://www.facebook.com/FCBayern/

Nenhum comentário:

Postar um comentário