quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A Terrível e Devastadora Bola Parada

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- http://www.facebook.com/saopaulofc

Uma realidade aqui no futebol brasileiro é que a grande maioria dos jogos -e até alguns campeonatos- são decididos na bola parada. Escanteios, pênaltis e tiros livres indiretos. O meu São Paulo faturou o Campeonato Brasileiro de 2007 praticamente apenas na bola parada porque tinha três grandes batedores de faltas: Rogério Ceni, Hernanes e Jorge Wagner. Jogadores como Tcheco, Juninho Pernambucano, Marcos Assunção e Chicão são sempre bem-vindos no atual cenário do futebol nacional graças às suas exímias pontarias em cobranças de falta. E, claro, atletas altos também são muito requisitados para fazer arremates de cabeça em cobranças de faltas e escanteios.

A imprensa e os torcedores tratam de endeusar esses atletas, afinal eles sempre fazem muitos gols e sempre ajudam a garantir os resultados do seu time preferido. São todos chamados de "craques", embora alguns deles não sejam exatamente diferenciados enquanto a bola rola.

Mas a grande questão é: por que nossos campeonatos sempre favorecem aos especialistas em bola parada? Simples: a grande maioria das nossas equipes joga recuada para jogar nos contra-ataques. E depois que conseguem marcar um gol, os times voltam a jogar recuadas para segurar o resultado.

Quando você joga muito recuado, no entanto, você oferece espaço e a bola para o adversário jogar e, com isso, o rival passa a ter maior volume de jogo criando muito mais oportunidades. Dessa forma, o time precisa cometer mais faltas no campo de defesa para interromper as oportunidades criadas pelos oponentes. Ou então, a equipe é obrigada a cortar os chutes do adversário e a bola, muitas vezes, sai pela linha de fundo após desviar em algum jogador.

Os "professores" sempre pedem atenção especial com os jogadores especialistas em bola parada, mas nunca vejo treinador pedir para os atletas prenderem a bola no campo de ataque, evitarem as faltas próximas à área, jogarem mais adiantados, ou ficarem com a bola para evitar que o adversário consiga criar chances.

Como os "professores" têm medo de ousar, eles continuam jogado com mais cautela do que ousadia ou criatividade e, com isso, teremos muitas faltas próximas à área ou bolas saindo pela linha de fundo. E, com isso, a terrível e devastadora bola parada ainda fará muitas vítimas no futebol brasileito.

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