sábado, 25 de janeiro de 2014

As Tuas Glórias Vêm do Passado?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/BotafogoOficial

Esta seria a resenha principal de hoje, mas em decorrência do incidente da transmissão da Copa Brasil de Vôlei Masculino, resolvi colocá-la como post secundário do dia.

Apesar do título, não estou dedicando esta resenha ao meu Tricolor, mas aos três maiores times da era de ouro de nosso futebol: o Botafogo, o Santos e o Palmeiras. O verso, apesar de pertencer ao hino do São Paulo, serve muito bem para descrever a situação atual dos três times em questão: foram grandes equipes em um passado distante, mas que agora nem de longe demonstram o futebol bonito e vitorioso que os caracterizaram.

Os três clubes em questão eram os maiores do Brasil nos anos 60 e 70. Não a toa, foram as equipes que serviram de base para a nossa seleção em 1958, 1962 e 1970. Por acaso, foram as maiores seleções brasileiras de todos os tempos com um futebol magnífico.

Eu, infelizmente, nunca tive o prazer de assistir esses times jogando ao vivo. Escrevo este texto baseando-me em vídeos do Youtube, nos relatos dos meus familiares e nos textos de Caju e Tostão.

O Botafogo foi o celeiro de dezenas de craques que atuaram pela Seleção Brasileira na época mencionada. Nilton Santos, Didi, Amarildo, Garrincha, Gérson e, claro, Caju faziam a alegria do torcedor botafoguense e também dos amantes do futebol-arte. Quem vê o Fogão nos últimos anos, contudo, até duvida que o Clube da Estrela Solitária já foi a base de nossa Seleção em seus tempos áureos -o time conseguiu pouquíssimos títulos desde então e chegou a ser rebaixado em 2002. Em tempos recentes, acho que apenas o Seedorf (que já deixou o clube há alguns dias), o Jefferson e, talvez, o Lodeiro sejam bons jogadores.

O Palmeiras teve uma geração espetacular no final dos anos 60 e início dos anos 70, com Leão, César Maluco, Leivinha e o grande Ademir da Guia. Esse time foi a base da Seleção de 74 que parou na Holanda do Mestre Cruyff. Depois daquilo, apenas a geração dos anos 90 mostrou-se digna de crédito, com dois Brasileirões e uma Libertadores. Nos tempos recentes, o Verdão tomou caminhos que mancharam sua história magnífica, com dois rebaixamentos, crise financeira e muitos problemas políticos. Nos dias de hoje, só o Valdívia e, talvez, o Mendieta e o Kardec saibam tratar bem a bola.

Mais sorte teve o Santos, que nunca foi rebaixado em sua história e chegou a revelar atletas que divertiram o torcedor recentemente. Robinho, Diego (da geração de 2002), Neymar e Ganso (da geração de 2009 a 2013) alegraram os amantes do bom futebol com seus dribles, passes bem feitos e lances bonitos. Mas só quatro atletas é pouco para um time que já teve Pepe, Mengálvio, Dorval, Coutinho, Carlos Alberto Torres e, claro, Pelé.

O que falta para que os clubes serem como o Fogão, o Peixe e o Verdão naqueles tempos? Aquilo que eu venho mencionando post após post: dirigentes que saibam agir em prol do clube mesmo que isso signifique abrir mão de interesses pessoais ou partidários, dar mais voz aos craques e ex-ídolos dos clubes (pessoas que realmente entende de futebol) ao invés de empresários, e investir nas categorias de base. Entre outras coisas.

Mas do jeito que as coisas andam, tudo que eu mencionei aqui não passa de uma utopia e muitos clubes ficarão um bom tempo vivendo apenas de seu passado glorioso.

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