terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cadê o Presente, Nobre?

Imagem extraída do Facebook oficial do Palmeiras- https://www.facebook.com/sePalmeiras/



Confesso que não entendo a gestão do atual presidente do Palmeiras, Paulo Nobre (foto). Não vou me ater a questões políticas, apenas ao futebol.

O clube alviverde deveria estar em festa, comemorando os cem anos de sua fundação, relembrando seus grandes feitos, exaltando seus grandes ídolos do passado, apresentando futebol bonito, brigando por títulos e trazendo alegrias ao seu torcedor.

O que temos visto nos últimos meses? O Verdão já trocou de treinador duas vezes neste ano, se desfez de seus poucos jogadores que ainda apresentavam um pouco de produtividade, contratou atletas muito mais pela quantidade do que pela qualidade, acabou de levar uma goleada por 6x0 para o Goiás e agora está na lanterna do Brasileirão. O fato, aliás, foi tão impactante que ofuscou até mesmo os clássicos do último final de semana.

Que presente é esse, presidente? Por que o time continua despencando na tabela apesar das mudanças? O que fizeram com o Palmeiras, aquele que já foi sinônimo de futebol bonito e vitorioso? O palmeirense não merece comemorar o ano do centenário do clube na zona de rebaixamento, em crise e a caminho da Série B pela terceira vez.

Nobre assumiu o clube ao final de 2012 pouco após o segundo rebaixamento do Verdão, teve um ano inteiro para arrumar a casa -sim, afinal todos sabiam que era questão de tempo para o Palmeiras voltar para a Primeira Divisão- e preparar um presente digno para o clube.

A razoável campanha no Paulistão, aliás, transmitiu a impressão de que o time do Parque Antártica voltaria aos seus dias de glória. O Palmeiras terminou aquele campeonato à frente do meu São Paulo e do Corinthians. A equipe ainda apresentou um desempenho aceitável antes da pausa para a Copa do Mundo. Parecia que o time entraria nos eixos após uma era de turbulência. Doce ilusão...

Se Nobre ainda quiser salvar o ano do centenário e o que ainda resta de sua credibilidade com o torcedor, terá de promover mudanças, e mudanças profundas.

Deveria ouvir o que quem realmente entende de futebol tem a dizer. O grande Ademir da Guia, por exemplo, tem desabafado nas redes sociais a respeito da situação do Verdão. Suas sugestões merecem atenção, afinal ele jogou muita bola no passado e sabe diferenciar um craque de um perna-de-pau, além de transmitir os valores do clube devido a sua grande identificação com o Palmeiras.

Essa bobagem de trocar de treinador o tempo todo também não funciona. Dorival Júnior, apesar de não ter exatamente o perfil para salvar o Verdão, precisa ter respaldo e estabilidade para executar seu trabalho. Os dirigentes não podem jogar toda a pressão nos ombros do treinador.

Os jogadores não são aquela maravilha, mas ainda podem salvar o desfecho se forem bem aproveitados. Eu gosto do Mouche (que eu observo desde os tempos de Boca Juniors), do Mendieta, do Bruno César e do Wesley. E a base merece mais atenção. Tenho certeza que há vários garotos talentosos ansiosos para vestirem a camisa de seu time de coração.

É recomendável que Nobre comece a agir logo, afinal o tempo está passando e o campeonato acaba daqui a dois meses. E o Verdão corre o risco de perder mais um atleta, o volante Wesley, da mesma forma que deixou Barcos, Kardec, Assunção e Henrique irem embora.



Leia mais:

Prósperi- Palmeiras 2014: arrancada heróica rumo ao rebaixamento: http://blogs.estadao.com.br/prosperi/palmeiras-2014-arrancada-heroica-rumo-ao-rebaixamento/

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