quinta-feira, 18 de setembro de 2014

E Aí, Dunga?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF/



Dunga promoveu apenas duas mudanças em relação à lista anterior de convocados: saíram Alex Sandro e Maicon, e entraram Dodô (ex-Corinthians, atualmente na Internazionale) e Mário Fernandes (ex-Grêmio, atualmente no CSKA). A dupla é jovem (Dodô tem 22 anos e Mário completa 24 no próximo sábado) e, provavelmente, foi convocada para dar continuidade ao processo de "renovação" da Seleção Brasileira.

As mudanças que realmente deveriam acontecer, contudo, ainda não estão sendo feitas. O meio-de-campo foi mais participativo nos dois últimos amistosos em relação à última Copa do Mundo, mas ainda falta o essencial. Falta inteligência, toque de bola, criatividade. O Oscar é um grande meia, mas foi utilizado apenas para funções defensivas por Felipão e, por enquanto, ele apenas correu com Dunga. Ele pode jogar muito mais do que demonstrou nos últimos jogos. E não entendo a insistência com o faltoso Luiz Gustavo ou o carregador de piano Ramires. Ok para Elias, Fernandinho (volantes), Ricardo Goulart, Willian, Phillipe Coutinho e Éverton Ribeiro (meias e wingers). Esses merecem mais oportunidades.

Muitos perguntaram a respeito do Hulk. Ele é esforçado, mas é pouco técnico e teve um desempenho fraco no último mundial. A Seleção precisa de jogadores técnicos e/ou habilidosos para o momento, e não de mais suor em campo. Robinho e Tardelli têm mais futebol que o winger do Zenit.

Um outro ponto levantado foi o fato de alguns times brasileiros sofrerem desfalques em decorrência da convocação. Corinthians (que cedeu Elias e Gil), Cruzeiro (que terá de jogar sem Éverton e Ricardo Goulart), Botafogo (que cede o goleiro Jefferson) e Santos (que perderá Robinho) serão os prejudicados. Claro que isso não é culpa de Dunga, e sim da CBF e da CONMEBOL, que insistem em marcar partidas em datas FIFA. O treinador tem o direito de convocar quem quiser e o sonho de cada jogador é chegar à seleção de seu país. Culpa também dos clubes, que aceitam em silêncio esse calendário absurdo.

O Brasil enfrentará a grande rival Argentina no Superclássico das Américas e o Japão nos dias 11 e 14 de outubro, respectivamente. A Argentina está embalada pela boa campanha na Copa, tem excelentes jogadores (Di María tem sido o melhor nos últimos jogos), a defesa tem conseguido suprir seus problemas com marcação dupla e agora conta com um novo treinador que valoriza o toque de bola, Gerardo Martino. O Japão, por outro lado, jamais foi uma ameaça para o Brasil com a bola nos pés e vem de campanha vexaminosa no mundial depois de retrancar muito e jogar pouco.

A Seleção Brasileira, de modo geral, continua não apresentando sinais de grandes mudanças, nem a longo nem a curto prazo. Será que precisamos levar outro 7x1 para acordarmos de vez?

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