quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Copa do Mundo 2022: o Boletim dos Times

A Argentina termina a Copa 2022 com o título e com a melhor nota segundo
o blogueiro (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



Este será, por enquanto, o último post referente à Copa do Mundo 2022. Gostaria, antes de mais nada, agradecer a você, querida leitora e querido leitor, por ter acompanhado o meu blog durante toda a competição. Tentei, na medida do possível, cobrir os jogos deste Mundial mas, infelizmente, não foi possível acompanhar a todos em virtude de compromissos pessoais do autor.

Farei aqui uma avaliação dos 32 times que disputaram a competição utilizando um método do jornalista Leonardo Bertozzi da ESPN onde o comunicador avaliou as seleções e jogadores da Eurocopa 2012 com notas como se fosse um professor dando notas para os alunos. Foi algo que achei tão divertido na época que resolvi reproduzir aqui no meu blog. Acompanhe:



ARGENTINA- 9,0: até merecia a nota máxima mas perdeu pontos pela derrota diante da Arábia Saudita na estreia e pela displicência exibida contra Holanda e França. Foi uma equipe que resgatou a raça argentina sem abrir mão do talento, provando que um jogo mais "pegado" não impede um time de jogar bonito, e vice-versa.

Passa de ano- Lionel Messi: líder, referência técnica e muito mais. Foi o coração e o cérebro de um time carente de tais valores. Deixará saudades após sua aposentadoria.

Fica em recuperação- Lautaro Martínez: quando teve chances para mostrar serviço, não as aproveitou e acabou virando banco do garoto Julián Álvarez.



FRANÇA- 8,5: perdeu pontos pela derrota e apatia demonstrada diante da Tunísia, embora o jogo não valesse muita coisa. As mudanças no elenco (forçadas em razão dos desfalques) tornaram o futebol francês mais vistoso e agradável, mas também cobraram seu preço quando os mais jovens tiveram de reagir diante de cenários adversos.

Passa de ano- Kylian Mbappé: genial, talentoso e artilheiro da competição. Soube ser individualista e também voluntarioso na medida certa.

Fica em recuperação- Ousmane Dembélé: muitos dribles mas pouca objetividade em campo. A atuação ruim diante da Argentina foi a "cereja do bolo". Deveria ser opção para o segundo tempo com o objetivo de prender mais a bola.



CROÁCIA- 8,0: talvez merecesse uma nota menor mas teve um desempenho bastante acima das expectativas, visto que era cotada até para cair já na 1ª fase dados o elenco envelhecido e a dependência excessiva dos veteranos. Encontrou uma maneira própria para jogar utilizando bem os jogadores disponíveis e foi recompensada por isto. As aposentadorias de Modrić, Perišić e os demais, contudo, podem ser um problema.

Passa de ano- Dominik Livaković: defendeu quatro pênaltis e salvou a Croácia em diversos momentos.

Ficam em recuperação- Dejan Lovren e Josip Juranović: jogaram bem apenas contra o Brasil. Nas demais partidas, falharam muito e deram muito espaço aos rivais.



MARROCOS- 8,0: a grande surpresa da Copa 2022 passa de ano com sobras. Teve problemas com o desgaste físico do elenco -provavelmente, os jogadores não souberam se dosar em campo pela falta de experiência- mas superou tantos rivais difíceis que um 4º lugar em nada desmerece uma campanha tão histórica.

Passa de ano- Achraf Hakimi: foi soberano pelo seu lado tanto no ataque quanto na defesa. Não será surpresa se trocar a Ligue 1 por uma liga mais competitiva.

Fica em recuperação- Walid Cheddira: nas duas chances que teve em campo, perdeu gols contra a Espanha e foi expulso contra Portugal.



HOLANDA- 5,5: perdeu pontos pelo futebol morno exibido na fase de grupos e melhorou apenas durante o mata-mata. O futebol continuou bonito como é tradição no país, mas a Oranje foi um pouco lenta em campo e ainda apresentou algumas falhas defensivas. Não fez uma Copa ruim em termos de desempenho mas poderia ter entregado mais em campo.

Passa de ano- Cody Gakpo: já estava valorizado com as boas exibições pelo PSV na Europa League. Depois desta Copa, dificilmente permanecerá na Holanda.

Fica em recuperação- Virgil van Dijk: não demonstrou a costumeira segurança de outros anos. O período em inatividade deve ter cobrado seu preço.



INGLATERRA- 7,5: fez uma grande Copa mas deu azar ao cruzar com a França nas quartas-de-final, em duelo que acabou decidido em detalhes. Mesmo passando longe do troféu, jogou um bom futebol e os jovens provavelmente terão "casca" para lutar por mais durante os próximos ciclos. 

Passa de ano- Jude Bellingham: mesmo com apenas 19 anos, demonstrou muita maturidade e volúpia em campo. Deve melhorar ainda mais nos próximos ciclos.

Fica em recuperação- Kyle Walker: uma avenida para os adversários.



BRASIL- 7,0: perdeu alguns pontos pela derrota para o Camarões mas jogou um bom futebol e demonstrou muita evolução tática. A equipe foi até ousada em diversos momentos ao atuar com quatro atacantes. Merecia mais sorte, visto que cometeu poucos erros em campo e foi eliminado em detalhes.

Passa de ano- Casemiro: foi o dono do meio-de-campo, tanto no ataque quanto na defesa.

Fica em recuperação- Raphinha: foi muito tímido em campo e não correspondeu à confiança de Tite.



PORTUGAL- 6,0: jogou um bom futebol e o treinador Fernando Santos ainda demonstrou firmeza ao peitar o ídolo Cristiano Ronaldo. A derrota para a Coréia do Sul e, principalmente, a eliminação diante do Marrocos (com um jogador a mais), porém, pesaram na nota.

Passa de ano- Gonçalo Ramos: foi difícil escolher visto que o forte das Quinas foi o jogo coletivo. Gonçalo foi eleito pelo hat-trick diante da sólida Suíça.

Fica em recuperação- Cristiano Ronaldo: pretendia dar a volta por cima neste Mundial, mas esbarrou nas próprias limitações físicas e em problemas de vestiário.



Mesmo sem o hexa, o Brasil passou de ano na opinião do
blogueiro (imagem extraída de www.facebook.com/CBF).



JAPÃO- 7,0: acabou ganhando pontos por superar Espanha e Alemanha na fase de grupos, além de ter segurado a Croácia na raça até os pênaltis. Faltou maturidade aos japoneses para administrar grandes jogos mas sobrou vontade, coração e determinação.

Passa de ano- Junya Ito: o lateral-direito foi responsável pela virada diante da Alemanha e foi o jogador que mais incomodou os rivais nas demais partidas.

Fica em recuperação- Takehiro Tomiyasu: foi banco na maioria das partidas e pouco contribuiu nas oportunidades recebidas.



SENEGAL- 5,5: apresentou um desempenho dentro do esperado. Merecia um pouco mais de sorte visto que estava melhor contra a Holanda e também perdeu seu principal jogador, Sadio Mané. De qualquer forma, deixa boa impressão no Mundial.

Passa de ano- Ismaïla Sarr: com a difícil missão de substituir Mané no lado esquerdo do ataque, o jovem atacante de 24 deu conta do recado com um gol e muitas infiltrações.

Fica em recuperação- Édouard Mendy: mesmo sendo alto, falhou em muitas bolas aéreas, além de ter saído mal do gol em alguns lances.



SUÍÇA- 5,0: também fez uma Copa apenas "correta". Lutou muito na base da solidez defensiva, chegou às oitavas e caiu diante de Portugal. Nada além do esperado.

Passa de ano- Breel Embolo: muita movimentação, gingado e artilheiro do time com dois gols.

Fica em recuperação- Fabian Schär: bateu mais nos rivais do que na bola.



ESPANHA- 4,5: perdeu pontos pela derrota diante do Japão e por não ter aproveitado o cansaço do Marrocos. Tinha elenco para ir mais longe mas acabou apresentando um desempenho abaixo do esperado.

Passa de ano- Jordi Alba: mesmo com 33 anos, foi muito bem tanto na defesa quanto no apoio. Só não aguentou os 90 minutos em campo pela idade e por problemas físicos.

Fica em recuperação- Unai Simón: já havia feito uma Eurocopa irregular em 2021 mas Luis Enrique bancou o goleiro, que permaneceu inseguro sob as balizas.



ESTADOS UNIDOS- 6,0: ótima campanha dos garotos norte-americanos que, mesmo com pouca experiência, levaram a equipe às oitavas e ainda arrancaram um empate contra a Inglaterra. Time com bom potencial para ir mais longe nos próximos ciclos.

Passa de ano- Cristian Pulisic: artilheiro e líder do time. Só não foi melhor por problemas físicos.

Fica em recuperação- Sergiño Dest: bem no apoio mas deu muito espaço para os rivais.



CORÉIA DO SUL- 5,5: passa de ano por ser a seleção mais fraca de seu grupo e, ainda assim, conseguir passar de fase na raça e com um pouco de sorte após Gana segurar o saldo de gols uruguaio. Mesmo com a eliminação nas oitavas, foi uma grande desempenho dos Tigres Asiáticos no Catar.

Passa de ano- Cho Gue-sung: mostrou que a Coréia do Sul não depende apenas de Son.

Fica em recuperação- Kim Min-jae: não repetiu pela sua seleção o bom desempenho do Napoli.



AUSTRÁLIA- 7,0: foi um time que estava ciente de suas próprias limitações e, mesmo assim, soube usá-las a seu favor para encarar rivais de peso de igual para igual. Deixou uma excelente impressão ao superar adversários teoricamente melhores na fase de grupos e também ao vender caro a derrota para França ou Argentina.

Passa de ano- Mathew Leckie: infernizou os rivais pelo lado direito com sua velocidade.

Fica em recuperação- Mathew Ryan: saiu mal do gol e deu vários sustos em seu torcedor.



POLÔNIA- 4,0: lenta, apática e muito dependente das individualidades de Lewandowski, que ficou isolado na frente. Classificou-se para as oitavas porque o México não teve competência para fazer a sua parte. Jogou bem apenas contra a França mas nada memorável.

Passa de ano- Wojciech Szczęsny: grandes defesas e, se a Polônia chegou às oitavas, foi muito graças a ele.

Fica em recuperação- Piotr Zieliński: acho que não veio para a Copa.



O Japão ficou pelas oitavas mas entrou para a história ao bater as poderosas Alemanha
e Espanha na fase de grupos (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



EQUADOR- 4,0: até merecia mais nota visto que quase venceu a Holanda de virada mas vacilou ao jogar apenas pelo empate na decisão contra o Senegal e levou um castigo.

Passa de ano- Enner Valência: artilheiro, líder e referência técnica do time. Sua aposentadoria certamente será bastante sentida.

Fica em recuperação- Piero Hincapié: foi de herói a vilão ao sofrer com Ismaïla Sarr na partida derradeira.



CATAR- 3,0: até merecia uma nota maior dada as suas limitações mas, indiscutivelmente, foi o pior time da competição.

Passa de ano- Mohammed Muntari: fez o único gol do Catar na competição. E só.

Fica em recuperação- Boualen Khoukhi: mal nos três jogos disputados.



IRÃ- 5,5: passa de ano por apresentar um bom desempenho em campo. A derrota para a Inglaterra era esperada mas o Time Melli, por muito pouco, não assegurou uma classificação inédita no confronto direto contra os Estados Unidos. 

Passa de ano- Mehdi Taremi: foi o artilheiro com dois gols e deu muito trabalho ao rivais.

Fica em recuperação- Sadegh Moharrami: começou a Copa com o pé esquerdo na 1ª rodada e foi sacado do time.



PAÍS DE GALES- 3,0: a geração de Gareth Bale e Aaron Ramsey fez feio no retorno dos Dreigiau aos Mundiais. Apenas um gol, muita apatia e praticamente nem sombra daquele time guerreiro que apareceu nas duas últimas Eurocopas. Nem a rivalidade com a Inglaterra foi suficiente para acordar os galeses.

Passa de ano- Daniel James: com Bale apagado, foi a única alternativa ofensiva do time.

Fica em recuperação- Gareth Bale: fez o único gol do time na Copa mas sumiu no restante da competição.



ARÁBIA SAUDITA- 5,5: passa de ano pela surpreendente vitória sobre a Argentina. Depois, acabou sucumbindo aos rivais com melhor elenco e despediu-se da Copa na fase de grupos como esperado.

Passa de ano- Salem El-Dawsari: dois gols, muita raça e muitos lances bonitos em campo.

Fica em recuperação- Abdulellah Al-Malki: mal nas duas primeiras partidas, acabou sacado do time.



MÉXICO- 5,0: a eliminação na fase de grupos era esperada dado o elenco envelhecido e poucos astros na safra atual de jogadores. Por pouco não foram às oitavas e acabaram eliminados pelo regulamento.

Passa de ano- Guillermo Ochoa: proporcionou a maior alegria para os mexicanos ao pegar um pênalti de Lewandowski.

Fica em recuperação- Héctor Moreno: chegou a hora da aposentadoria.



DINAMARCA- 3,0: tirando o jogo contra a França, deu uma exibição impressionante de apatia. Em nada lembrou a equipe determinada que foi às semifinais da Euro 2020. Falou-se até em problemas no vestiário mas isto não justifica um desempenho tão fraco para um elenco de tanto potencial.

Passa de ano- Andreas Christensen: fez o único gol do time e foi um dos poucos que parecia comprometido com a equipe.

Fica em recuperação- Pierre-Emile Højbjerg: sumido nas três partidas disputadas.



TUNÍSIA- 5,5: ganha meio ponto no boletim pela histórica vitória sobre os reservas franceses. A queda na fase de grupos foi esperada, embora o time tivesse algum potencial para chegar nas oitavas. De qualquer forma, o Mundial 2022 ficará na memória das Águias do Cartago por um bom tempo.

Passa de ano- Wahbi Khazri: fez o único gol do time na competição e virou herói nacional por isto.

Fica em recuperação- Issam Jebali: deveria ser a referência no ataque mas não teve sucesso.



A Tunísia não foi muito longe na Copa mas esta geração guardará boas
lembranças do Catar (imagem extraída de www.facebook.com/FTF.OFFICIELLE).



ALEMANHA- 4,0: a campanha não foi exatamente um desastre total mas o desempenho não condisse com a qualidade do elenco e, tampouco, com um time que deveria ter aprendido com os erros nas competições anteriores. Ao menos, os estreantes mostraram que não há terra arrasada e que há elenco para uma renovação de verdade.

Passa de ano- Niclas Füllkrug: um dos poucos acertos de Hansi Flick. Trouxe de volta a imposição física, a objetividade e os gols que faltaram à Alemanha. Merecia mais minutos em campo.

Fica em recuperação- Thomas Müller: novamente improvisado como "falso nove", fez outro Mundial fraco.



COSTA RICA- 5,0: também esperava-se por uma eliminação já na fase de grupos, mas os Ticos caíram de pé ao vencerem o Japão e venderem caro a derrota para a Alemanha.

Passa de ano- Yeltsin Tejeda: um leão no meio-de-campo.

Fica em recuperação- Francisco Calvo: além de ir muito mal contra a Espanha, foi suspenso e deixou seu time na mão na decisão contra a Alemanha.



BÉLGICA- 3,0: depois de dois jogos ruins na fase de grupos, tentou reagir contra a Croácia mas já era tarde. Além de terem jogado muito mal, os Diables Rouges viram Lukaku desperdiçar a classificação junto com seus gols perdidos.

Passa de ano- Thibault Courtois: salvou o seu time do pior com suas defesas.

Ficam em recuperação- Eden Hazard e Romelu Lukaku: Hazard foi tão mal que acabou sacado no jogo decisivo enquanto Lukaku abusou do direito de perder gols.



CANADÁ- 5,0: até se esforçou em campo mas faltou experiência aos Canucks que corriam demais em campo e acabavam se cansando logo. De qualquer forma, esta geração deixou uma boa impressão e levará muita bagagem para o próximo Mundial quando serão anfitriões.

Passa de ano- Alphonso Davies: fez um dos dois gols do time (ou outro foi contra de Aguerd) e entra para a história do país por ter anotado o primeiro tento dos Canucks em Copas.

Fica em recuperação- Milan Borjan: poderia ter feito melhor nos (muitos) gols sofridos.



SÉRVIA- 3,5: mais um time cujo desempenho não condisse com o potencial da equipe. Os Orlovi foram lentos em campo e pouco usaram o tamanho de seus atletas para se imporem. Mesmo com os desfalques, havia time para buscar ao menos as oitavas.

Passa de ano- Aleksandar Mitrović: mesmo isolado na frente, ainda conseguiu entregar dois gols.

Fica em recuperação- Strahinja Pavlović: fez um gol mas foi mal na defesa.



CAMARÕES- 5,5: passa de ano apesar da eliminação esperada na 1ª fase. Lutou de corpo e alma nas três partidas disputadas e até merecia ir mais longe mas acabou esbarrando na falta de opções do elenco e em alguns problemas internos.

Passa de ano- Vincent Aboubakar: dois gols, muita fibra e um futebol vistoso.

Fica em recuperação- Collins Fai: muitas faltas e pouca segurança em campo.



URUGUAI- 3,0: a base envelhecida e a falta de recursos para superar defesas rivais cobrou seu preço no Mundial. Quando reagiu na última rodada, já era tarde demais e a geração de Suárez se despede das Copas de maneira melancólica.

Passa de ano- Giorgian de Arrascaeta: dois gols e muita criatividade. Deveria ter jogado desde a 1ª rodada.

Fica em recuperação- Edinson Cavani: já em decadência, foi presa fácil da marcação rival.



GANA- 4,5: merecia uma nota maior pela bom futebol e pela determinação demonstrada mas os Estrelas Negras literalmente jogaram fora a sua chance de ir às oitavas. Ao menos, o técnico Otto Addo terá uma ótima base para os próximos ciclos.

Passa de ano- Mohammed Kudus: dois gols, muita raça e muita movimentação em campo. Não deve ficar muito tempo no Ajax.

Fica em recuperação- André Ayew: jogou bem mas perdeu o pênalti que poderia mudar a história do time na Copa.



Os camaroneses ficaram pela fase de grupos mas ainda tiveram motivos
para comemorar (imagem extraída de www.facebook.com/TheAFCON).




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