sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Em Busca da Terceira Estrela

Imagem extraída de www.facebook.com/PSG



Argentina e França realizarão a esperada final da Copa do Mundo 2022. As duas seleções, curiosamente, possuem muitas semelhanças: ambas são bicampeãs mundiais, ambas usam uniformes azuis, os principais jogadores de ambos os times defendem o Paris Saint-Germain e seus dois craques usarão a camisa 10 no dia do confronto -Lionel Messi e Kylian Mbappé.

A Albiceleste busca reaver a taça que não conquista desde 1986 e que lhe escapou em duas oportunidades recentes, 1990 e 2014 -curiosamente, em ambas as ocasiões perdeu o troféu para a Alemanha. Os Bleus, por sua vez, são os atuais campeões mundiais e podem obter o bicampeonato de maneira consecutiva, algo que não acontece desde 1934-1938 com a Itália e 1958-1962 com o Brasil.

Lionel Scaloni, que comanda a Argentina desde o início do atual ciclo, conseguiu renovar a equipe e recuperou um pouco da raça que consagrou a equipe. Já era tempo, afinal a Albiceleste melhorou em técnica e elegância durante os últimos anos, mas perdeu em intensidade e força mental, quase chegando a ser apática em campo.

Scaloni nos ofereceu diversas formações ao longo da competição, incluindo o tradicional 4-3-3, passando por 3-5-2/5-3-2 e até 4-4-2. Em comum entre os diferentes desenhos táticos, o treinador sempre optou por um meio-de-campo com mais volantes do que armadores (geralmente o trio De Paul, Enzo Fernández e Mac Allister), o que é compensado por um ataque mais móvel e sem um camisa 9 "de ofício".

É possível que o treinador opte por reforçar o lado direito da defesa por onde Mbappé e Theo Hernández costumam atacar. Talvez Scaloni deixe o lateral Molina fixo como um terceiro zagueiro para vigiar o camisa 10 rival e coloque um winger (provavelmente Di María) para recompor por aquele setor.



Scaloni pode repetir a estratégia utilizada contra a Austrália
com um 4-3-3 variando para 3-5-2 com o objetivo de vigiar
o lado direito da defesa e frear a dupla Mbappé/Theo
Hernández (imagem obtida via www.footballuser.com).



A França de Didier Deschamps está bastante diferente da equipe que venceu o último Mundial apesar dos jogadores serem praticamente os mesmos. A equipe deixou o pragmatismo de lado e passou a apresentar um futebol mais fluido e ofensivo. Tudo isto foi motivado pelos desfalques de Pogba e, principalmente, Kanté que obrigaram o treinador a se reinventar em campo.

Deschamps nos ofereceu um 4-3-3/4-2-3-1 que pode variar para 3-4-3 (com Theo Hernández subindo para o meio-de-campo) ou 4-2-4 (com o "meia" Griezmann atuando como um quarto atacante). Os Bleus, com isso, podem propor o jogo adiantando as linhas ou recuar para usar a velocidade dos seus atacantes para fazer contra-ataques.

Griezmann, caso atue centralizado, deve ter mais dificuldades para ajudar desta vez visto que a Argentina costuma fechar seu meio-de-campo com três volantes. Em compensação, os franceses podem se valer da velocidade de seus wingers para criar oportunidades às costas dos rivais, ou então, do tamanho de Giroud visto que os argentinos não são muito fortes fisicamente. Ademais, o esquema de três zagueiros pode "encaixar" Messi e Álvarez.



Deschamps utilizou esta formação ao longo da competição,
um 4-3-3/4-2-3-1 que se desdobra em 3-4-3. A França
deve se atentar às jogadas pelas laterais visto que o meio-de-
campo da Argentina é muito mais marcador do que criador.
A velocidade de seus wingers e o tamanho de Giroud devem
ser as principais opções ofensivas 
(imagem obtida via www.footballuser.com).



É desnecessário afirmar que os destaques da Argentina e da França são Lionel Messi e Kylian Mbappé, mas vale ficar de olho em Julián Álvarez pela Albiceleste e em Antoine Griezmann pelos Bleus. Enquanto os holofotes e a marcação ficam apontados para os protagonistas, os "coadjuvantes" aproveitam para brilhar.

Descobriremos quem conseguirá a terceira estrela no próximo domingo, dia 18 de dezembro às 12:00h (horário de Brasília).



Eles percorreram um longo caminho até aqui, mas qual deles ficará com o troféu
e o tricampeonato (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup)?



BÔNUS- a seleção das semifinais na opinião do autor (escalada em 4-4-2):



Goleiro- Hugo Lloris (Croácia)

Laterais- Nahuel Molina (Argentina) e Theo Hernández (França)

Zagueiros- Cristian Romero (Argentina) e Ibrahima Konaté (França)

Volantes/Meias Centrais- Enzo Fernández (Argentina) e Alexis Mac Allister (Argentina)

Wingers/Ponteiros- Antoine Griezmann (França) e Kylian Mbappé (França)

Atacante- Lionel Messi (Argentina) e Julián Álvarez (Argentina)

Treinador- Lionel Scaloni (Argentina)



Seleção das semifinais escalada em
4-4-2 (imagem obtida via this11.com).




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