segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Copa do Mundo 2022: um Balanço da Competição

Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup



Encerrou-se ontem a Copa do Mundo 2022. Foram 28 dias de jogos emocionantes, futebol de bom nível técnico e, principalmente, muitas surpresas. Poucos imaginariam que Austrália, Japão e Coréia do Sul conseguiriam superar grupos tão difíceis e chegariam às oitavas-de-final. E temos de exaltar o Marrocos, que também caiu em uma chave complicada e conseguiu chegar às semifinais, apresentando o melhor desempenho de seleções africanas em Mundiais.

Este Mundial, aliás, serve de lição a todas às seleções, como expliquei em outro post. Equipes consideradas "azaronas" têm todo o direito de acreditar em boas campanhas enquanto as favoritas não devem se acomodar em hipótese alguma.

As equipes, curiosamente, sofreram bastante com as lesões neste Mundial. Eu acreditava que os atletas chegariam menos desgastados porque viriam durante a metade da uma temporada europeia, e não ao término como geralmente ocorre. Futuramente, pretendo discutir o assunto com amigos do ramo.

Um detalhe que me incomodou demais é que muitos times valorizavam em demasia a posse da bola. Muitas vezes havia espaço livre para finalizar ou para arrancar em direção ao gol mas os atletas preferiam o passe ao invés de tentar decidir a partida. Mais pareciam ter medo de perder a pelota do que o jogo. Pelo mesmo motivo, as cobranças de escanteio longas eram quase sempre na primeira trave ao invés da segunda, onde teoricamente seria mais difícil para o goleiro alcançar.

Tivermos, por fim, poucas jogadas articuladas pelo meio. Da mesma forma, foram poucos os meias ofensivos que se destacaram neste Mundial. Mesmo armadores de renome como Kevin de Bruyne ou İlkay Gündoğan contribuíram bem pouco nesta Copa. Muitas das seleções optavam por um trio de volantes mas compensavam com um ataque mais móvel, como foi o caso da campeã Argentina -talvez por influência do Liverpool de Jürgen Klopp ou do Tottenham de Mauricio Pochettino.

Indicaremos, como é tradição no blog, os destaques positivos e negativos da Copa do Mundo e também faremos a seleção da competição. Confiram:



DESTAQUES DA COPA 2022:



Lionel Messi foi escolhido pelo blogueiro como o melhor jogador da
competição (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



Melhor Jogador- Lionel Messi (Argentina): mesmo na reta final de sua carreira, Messi fez toda a diferença em campo. O capitão liderou a equipe e descomplicou o jogo para o seu time nos momentos em que tudo parecia perdido. De quebra, foi o vice-artilheiro e o vice-garçom da competição. Despede-se dos Mundiais com a alma lavada após tantos anos de frustrações.

Melhor Estreante- Jude Bellingham (Inglaterra): eu estava entre Bellingham e Julián Álvarez. Optei pelo inglês de apenas 19 anos (contra 22 do argentino) mas que jogou com uma maturidade de um atleta de 30. O meia foi um dos poucos destaques de sua posição e não titubeou nem mesmo contra a França. Ele é o único jogador do English Team que não atua em seu país (defende o Borussia Dortmund da Alemanha) e muito em breve deve estar de mudança, visto que a Copa o valorizou demais.

Melhor Partida- Argentina X França (final): optei pela final pelo seu roteiro emocionante, cheio de reviravoltas e que foi merecidamente decidida nos pênaltis. Outros destaques incluem Inglaterra X França (quartas-de-final) e Espanha X Alemanha (2ª rodada da fase de grupos), dois duelos de excelente nível técnico e muita rivalidade em campo.

Pior Partida- Marrocos X Croácia (1ª rodada da fase de grupos): acordei cedo para assistir a essa partida e quase voltei para a cama de tão sonolento que foi esse jogo.

Surpresa- Marrocos: os Leões do Atlas apresentaram a melhor campanha de seleções africanas na história da Copa do Mundo ao terminarem em um honroso 4º lugar. Superaram rivais de renome como Bélgica, Espanha e Portugal, além de terem terminado em 1º em sua chave que tinham os Diables Rouges e a Croácia. Menção honrosa para o Japão, que terminou em 1º em seu grupo à frente da Alemanha e da Furia.

Decepções- Alemanha e Bélgica: a inesperada derrota diante do Japão colocou areia nos planos da Mannschaft, visto que o empate contra a Espanha era esperado. Pelo segundo Mundial consecutivo, os alemães se despedem já na fase de grupos e terão de repensar uma série de conceitos se quiserem voltar a competir. Já a Bélgica, mesmo com elenco envelhecido, tinha condições de entregar muito mais em campo e chegar ao menos nas oitavas, mas sua reação foi muito tardia.



Com pouca idade mas muita maturidade em campo, Jude Bellingham
foi eleito pelo blogueiro como o melhor estreante na Copa do Mundo
2022 (imagem extraída de www.facebook.com/EnglandTeam).



SELEÇÃO DA COPA DO MUNDO 2022 NA OPINIÃO DO BLOGUEIRO (escalada em 4-3-3):



Goleiro- Dominik Livaković (Croácia): Livaković não foi o goleiro menos vazado do Mundial mas quase sempre salvou seu time nos momentos em que sua zaga falhou e também defendeu quatro pênaltis na competição. Se a Hrvatska apresentou mais um grande desempenho em Copas, foi muito graças ao seu arqueiro.

Lateral-Direito- Achraf Hakimi (Marrocos): foi impecável tanto na defesa quanto no ataque. Uma pena que o cansaço de sua equipe tenha cobrado o preço nas duas partidas finais.

Zagueiro- Dayot Upamecano (França): se alguém achou um exagero o Bayern München pagar 42,5 milhões de Euros para tirar Upamecano do Red Bull Leipzig, a resposta foi este Mundial. Foram raríssimas as vezes que falhou em campo.

Zagueiro- Joško Gvardiol (Croácia): Gvardiol, que era um lateral-esquerdo totalmente inseguro, evoluiu bastante defensivamente e foi essencial para o 3º lugar da Croácia neste Mundial. O Red Bull Leipzig fez jogo duro para liberá-lo na última janela de transferências mas não deve conseguir segurá-lo desta vez...

Lateral-Esquerdo- Theo Hernández (França): Theo entrou em uma grande fria ao ser obrigado a substituir o irmão Lucas, lesionado, logo na estreia contra a Austrália mas deu conta do recado. Não foi muito bem defensivamente, mas foi um monstro no ataque e até deixou um gol na competição.

Volante- Casemiro (Brasil): foi absoluto no meio-de-campo, tanto no ataque quanto na defesa. E ainda cometeu poucas faltas, o que foi uma prova de sua evolução em relação ao último Mundial.

Meia- Luka Modrić (Croácia): acabei me rendendo ao talento de Modrić, que não estava cotado para aparecer nesta lista. O meia consegue ditar o ritmo em campo como poucos e possui uma leitura de jogo ímpar. Mesmo aos 37 anos, jogou como se tivesse 27.

Meia- Jude Bellingham (Inglaterra): foi um dos poucos meias-armadores de destaque neste Mundial -o outro foi Modrić. Como descrito acima, possui pouca idade mas muita maturidade em campo.

Atacante- Lionel Messi (Argentina): dispensa comentários.

Atacante- Julián Álvarez (Argentina): outro garoto que jogou com a maturidade de um sênior. Atuou em todas as posições do ataque e ainda deixou quatro gols na competição. Foi o contraponto da experiência de Lionel Messi na frente.

Atacante- Kylian Mbappé (França): artilheiro do Mundial com sete tentos e também justificou plenamente a expectativa criada em relação ao seu desempenho. Além dos gols, ajudou os companheiros sem a bola, atraindo a marcação rival.

Treinador- Lionel Scaloni (Argentina): renovou o time e ainda acabou com a apatia de sua seleção. Não obstante, demonstrou pleno controle do elenco ao utilizar tantas escalações e formações diferentes ao longo da competição. Menções para Walid Regragui (Marrocos) e Hajime Moriyasu (Japão) que nos promoveram boas surpresas neste Mundial.



Seleção da Copa 2022 escalada em 4-3-3 (imagem obtida via this11.com).




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