terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Pia para os Meninos

Imagem extraída de www.facebook.com/ancelottiofficial





A CBF, após décadas de resistência, abriu as portas para um treinador estrangeiro em 2019. Ou melhor: para uma treinadora estrangeira, a sueca Pia Sundhage. A técnica de 62 anos, que foi bicampeã olímpica dirigindo a Seleção Feminina dos Estados Unidos, aceitou um último desafio em sua carreira ao comandar as nossas meninas que ainda não tiveram êxito nas Olimpíadas ou na Copa do Mundo, as grandes metas da confederação. Ainda há confiança no trabalho da europeia, que foi mantida para mais um ciclo de competições.

O fracasso da Seleção Masculina na Copa 2022 pode trazer Carlo Ancelotti ao Escrete Canarinho em um contexto muito parecido ao da sueca: o italiano já está com 63 anos e já declarou que pretende se aposentar ao término de seu contrato com o Real Madrid. A CBF ofereceria ao técnico um desafio final para sua carreira com o objetivo de tirar o Brasil da fila nos mesmos moldes da contratação de Pia na Seleção Feminina.

Ancelotti é um vencedor nato: já conquistou as cinco principais ligas nacionais europeias (Ligue 1 da França, Bundesliga da Alemanha, Premier League da Inglaterra, Serie A da Itália e La Liga da Espanha) e faturou quatro vezes a Champions League (duas pelo Milan e duas pelo Real Madrid), além de muitos outros títulos como Mundial de Clubes, copas nacionais e recopas. Isso sem mencionar as suas conquistas como jogador.

A CBF, em um misto de orgulho e prepotência, sempre relutou em aceitar um treinador estrangeiro em suas seleções, afinal o Brasil é considerado "o país do futebol" e sua Seleção Masculina é a única pentacampeã mundial. O jejum de títulos na Copa do Mundo e o atraso de nosso esporte em relação aos europeus, contudo, está fazendo com que os cartolas considerem tal possibilidade, assim como já ocorre no time feminino.



Imagem extraída de www.facebook.com/ancelottiofficial



A CBF estaria vazando possíveis nomes de treinadores para avaliar a aceitação dos técnicos junto ao público e aos veículos de imprensa. O objetivo seria encontrar um substituto que fosse unânime para a vaga de Tite e o nome do italiano teria agradado à grande maioria.

Ancelotti, além do currículo vitorioso, possui um perfil paternalista mas sem tanta proximidade aos jogadores como Tite ou Felipão. Ademais, o italiano sempre se deu muito bem com os atletas brasileiros incluindo Kaká, Marcelo, Casemiro e Vini Jr. Isto sem dúvida aumentaria sua aceitação junto ao elenco.

O italiano, porém, não possui experiência comandando seleções e a rotina dirigindo equipes nacionais é bem diferente em relação aos clubes. Ademais, mesmo um treinador europeu não oferece garantias de títulos. Exemplos de estrangeiros que fracassaram por aqui não faltaram, como Ricardo Sá Pinto (Vasco), Paulo Bento (Cruzeiro) ou Jesualdo Ferreira (Santos).

A própria Pia Sundhage ainda não teve êxito em conquistar a Copa do Mundo ou as Olimpíadas pelo Brasil. Seus únicos feitos, por enquanto, foram dois títulos aqui na América do Sul, a Copa América e o Torneio Internacional de Manaus. Ancelotti, da mesma forma, não pode garantir a conquista do Hexa pelo Escrete Canarinho mesmo com seu currículo tão vitorioso, sobretudo a curto prazo.

Ainda é cedo para afirmar se Ancelotti será o sucessor de Tite na Seleção Brasileira mas a sua contratação seria muito bem-vinda e também revolucionária para o futebol no Brasil, da mesma forma como foi a vinda de Pia Sundhage à Seleção Feminina.



Imagem extraída de www.facebook.com/ancelottiofficial




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