sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Perdão, Van Gaal

Imagem extraída de www.facebook.com/onsoranje



A Holanda fez três jogos bastante fracos durante a fase de grupos da Copa 2022. Levou sufoco na vitória diante do Senegal, sofreu um empate do Equador e jogou apenas para o gasto contra o já eliminado Catar. Apenas contra os Estados Unidos observamos um pouco da tradição da Oranje em campo.

Eu estava pensando em escrever uma crítica ao futebol apresentado pela Holanda nesta Copa se não fosse por um detalhe: o treinador Louis van Gaal fora acometido por um câncer na próstata há alguns meses atrás e teve de se ausentar durante algum tempo. O técnico alega estar curado da doença e voltou ao trabalho, mas quem já enfrentou algum tumor ou teve pessoas próximas diagnosticadas sabe que a própria enfermidade ou o tratamento quase sempre deixam sequelas nos pacientes.

Van Gaal sempre foi um treinador enérgico no banco de reservas, ao ponto de ser considerado "autoritário" pelos seus detratores. Sua personalidade forte fez com que colecionasse não apenas títulos títulos, mas também muitos desafetos e sofresse muitas demissões ao longo da carreira.

O treinador, porém, está visivelmente fragilizado pela doença ou pelo tratamento -ele, inclusive, foi visto de cadeira de rodas há alguns meses atrás. Tudo isto foi agravado pela idade do comandante -ele está com 71 anos. Não se vê mais o técnico agitado ou gritando no banco de reservas como nos anos 90 ou 2000.



Van Gaal (ao centro, de cadeira de rodas) comemora a classificação da
Holanda para a Copa 2022 (imagem extraída dewww.facebook.com/knvb).



O futebol apresentado pela Seleção Holandesa neste Mundial certamente foi reflexo do estado de saúde de Van Gaal. O treinador não demonstra a mesma intensidade de décadas anteriores e isto repercutiu no estado anímico do time. O trabalho de uma equipe é sempre a imagem e semelhança de seus líderes/chefes. 

O atacante Memphis Depay, após a vitória sobre os Estados Unidos, declarou que Van Gaal ainda não está totalmente curado e que o time se dedicaria pelo treinador. Isto explica a mudança de atitude da Oranje nas oitavas-de-final após três partidas sem muita intensidade.

A doença de Van Gaal não exime a Seleção Holandesa de se empenhar mais em campo e também de lutar mais pelos resultados. Mas o desempenho na fase de grupos evidenciou a fragilidade do comandante que não se encontra mais em plenas condições de liderar sua equipe, sobretudo no futebol atual quando o nível de exigência está maior do que nunca.



Imagem extraída de www.facebook.com/onsoranje




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