sábado, 24 de dezembro de 2022

Vamos Respeitar Mais a Croácia?

Mesmo com a base envelhecida e algumas deficiências no elenco, a Croácia
faturou o bronze em 2022 (imagem extraída de www.facebook.com/cff.hns).



Quando foi confirmado o cruzamento entre Brasil e Croácia nas quartas-de-final, alguns comunicadores deram como certa a classificação do Escrete Canarinho às semifinais e, inclusive, já vislumbrando um possível confronto com a arquirrival Argentina.

Não observaram, porém, o quanto o futebol croata evoluiu durante os últimos anos, com direito a um vice-campeonato no último Mundial e com o meia Luka Modrić fazendo toda a diferença nos gramados apesar dos 37 anos. Isso sem mencionar outros jogadores como Brozović, Pašalić e Kovačić que fazem ou fizeram bonito nos gramados europeus durante as últimas temporadas.

A Croácia é uma seleção relativamente jovem. Sua federação, a Hrvatski Nogometni Savez, foi reconhecida pela FIFA em 1991 pouco após a separação do país da Iugoslávia. Porém, apenas em 1996, a equipe pôde participar de sua primeira competição oficial, a Eurocopa daquele ano. Mesmo com pouco tempo de existência formal, a Hrvatska já conseguiu um vice-campeonato e duas terceiras colocações em Mundiais.

A sua liga nacional, a Hrvatska Nogometna Liga, ainda não é das mais competitivas, contando com apenas dez equipes participantes e com o poderoso Dinamo Zagreb praticamente monopolizando a competição. Ainda assim, o país revela muitos talentos que têm feito bonito em outros campeonatos europeus, incluindo a Champions League.



Imagem extraída de www.facebook.com/cff.hns



O Brasil sempre apresentou um bom retrospecto contra a Croácia, algo que eu, inclusive, considerei para o meu palpite. A Hrvatska, porém, há anos já não podia se considerada uma surpresa em competições dadas as qualidades de seus jogadores e o desempenho em Copas anteriores. Os Enxadrezados, a meu ver, já estão no mesmo patamar de Bélgica ou Holanda, todas seleções que jamais conquistaram um Mundial mas que possuem qualidade e regularidade em campo.

A ausência de títulos e o bom retrospecto do Brasil fizeram com que muitos comunicadores demonstrassem um grande menosprezo à Croácia, ignorando a evolução da Hrvatska em competições, assim como haviam feito com a Holanda em 2010 e a Bélgica em 2018. Não duvido que tais textos tenham chegado aos adversários que se motivaram para enfrentar a Seleção Brasileira. O resultado foi visto em campo durante as três ocasiões.

A Croácia ainda não é uma excelência em futebol e carece de alguns pontos para que possa se tornar uma referência, mas a Hrvatska já edificou uma tradição sólida nos gramados mesmo com pouco tempo desde a sua independência da Iugoslávia. Mais do que isso, demonstrou que pode alcançar voos mais altos a médio prazo com alguns ajustes.

Os troféus e a tradição não entram em campo, mas as razões de suas conquistas, sim. A Croácia, mesmo com um time enfraquecido em relação a 2018, encontrou uma maneira própria de jogar e se impôs diante de seus adversários. O 3º lugar foi uma clara demonstração de que os Enxadrezados não eram tão "fracos", como alguns comunicadores brasileiros julgavam.



Imagem extraída de www.facebook.com/cff.hns




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